Crítica | Todas as Mulheres do Mundo – 1ª Temporada
O Globoplay vem recheando o seu catálogo com produções brasileiras e séries originais. Todas as Mulheres do Mundo é uma série intensa como a vida, apaixonante e inspiradora.
Todas as Mulheres do Mundo estreou dia 24/3 no Globoplay, a série foi baseada na obra do dramaturgo e cineasta Domingos Oliveira (1936-2019), que dirigiu o filme em 1966, tornando-o um grande clássico do cinema brasileiro. Já a série foi escrita pelo autor Jorge Furtado, que fez uma releitura adaptada aos dias atuais, com direção artística de Patricia Pedrosa, segunda parceria entre o autor e a diretora de arte, que já haviam trabalhado juntos na série Mister Brau.
Cada episódio conta uma história de amor diferente. Apesar da trama simples, ela junta Paulo com mulheres livres, talentosas, inteligentes, autênticas e que estão além do padrão estético de beleza impostos pela sociedade, e ele se apaixona por todas elas. A diversidade do mundo feminino acaba se tornando a proposta central do seriado, o que nos chama ainda mais atenção nos dias de hoje, onde questões como a quebra dos padrões são discussões frequentes. O elenco é de dar inveja a qualquer diretor, contando com nomes como Martha Nowill, Matheus Nachtergaele, Fernanda Torres, Lilia Cabral, Maria Ribeiro, Fabio Assunção, Felipe Camargo, Maeve Jinkings, Naruna Costa, Verônica Debom,Ícaro Silva, Priscila Rozembaum entre outros.
Além de toda a história que é apaixonante por si só , a fotografia maravilhosa quase que monocromática acompanhada da excelente trilha sonora nos deixa ainda mais fascinados pela série. Somos levados por cada detalhe que acaba nos hipnotizando, apresentando a poesia que é o cotidiano, o amor, a vida e a morte, além do humor inteligente.
Assim como cada episódio nos apresenta uma mulher diferente, há uma mudança na abetura. Com trilha sonora exclusivamente feminina, a abertura conta com 11 intérpretes para a canção “Carinhoso” de Pixanguinha, sendo interpretada por Marisa Monte no primeiro episódio. A sugestão de trazer outras cantoras – aclamadas e novos talentos- partiu da própria Marisa, ideia que trouxe uma beleza a mais para a série.
São 12 capítulos de puro amor, delicadeza e beleza. A poesia está presente em todas as musicas, cenários, diálogos, e na forma em que a história se constrói e se desenvolve. A série nada mais é do que uma homenagem á essência de Domingos, trazendo as questões feministas que já eram levantadas por ele em plena década de 60. Antes de morrer, Domingos foi consultado e pôde ajudar no desenvolvimento do roteiro da série.
Todas as Mulheres do Mundo é emocionante, acolhedora, bonita, gostosa de assistir, verdadeira em várias questões sobre relacionamentos e sexualidade, mostra o poder e a variedade feminina, a infantilidade do homem “maduro”, trás reflexões filosóficas sobre a vida e o amor, além de ser uma ótima pedida em dias de confinamento como esses que estamos vivendo. Ainda não temos informações sobre uma continuação, mas com uma história tão completa como essa, não tem como não se sentir satisfeito com o que é apresentado,
A primeira temporada completa está disponível no Globoplay.
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