Crítica | Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania diverte mas não atinge seu potencial máximo
Sinopse: Em Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania Scott, Hope, Cassie, Janet e Hank são puxados para o reino quântico e lá descobrem que não estão ali por acaso. Juntos deverão lutar contra Kang, o Conquistador, um vilão imponente que deseja mais do que aparenta.
A Marvel Studios construiu um grandioso universo cinematográfico ao longo de quinze anos, com seus altos e baixos. O estúdio foi responsável por trazer filmes grandiosos, com grande apelo público, transformando os filmes crossover em eventos nos cinemas ao redor do mundo.
Apesar disso, certamente toda a construção até aqui não é perfeita, mas o saldo final é positivo, principalmente pelo fato do estúdio ter trazido uma mudança significativa em Hollywood, no que se refere ao lançamentos de blockbusters; uma era pré e pós-Marvel, que ajudou a moldar o mercado cinematográfico como conhecemos hoje.
Depois de uma saga bem executada como a Saga do Infinito, que durou cerca de onze anos, e inseriu Thanos no hall da fama de melhores vilões da cultura pop, ao lado de Darth Vader, Exterminador do Futuro, Lord Voldemort, Sauron e diversos outros, muita expectativa se criou para o que a Marvel Studios viria trazer na atual saga, entitulada de Saga do Multiverso.
O novo vilão do universo cinematográfico da Marvel, apresentado em Loki (série do Disney+), está de volta e continua sendo desenvolvido, agora em Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania. Kang, o Conquistador, interpretado pelo talentoso Jonathan Majors é o vilão principal do novo filme protagonizado por Paul Rudd.
Apesar de um trabalho bem executado na parte artística por Majors em dar vida ao vilão, A Marvel Studios ainda não conseguiu tirá-lo do raso, e muito disso se deve ao desperdício de tempo por escolher uma linha narrativa que deixou o vilão em off durante toda a fase 4, quando decidiu focar em tramas isoladas, que não conversam com o desenvolvimento do tema abordado nessa nova saga.
Muitos podem dizer que Thanos também seguiu da mesma forma, mas a partir do momento em que foi apresentado na cena pós-créditos de Os Vingadores, diversos elementos que ligavam o personagem ao seu destaque futuro, e o principal deles eram as joias do infinito, estavam presente para deixar o público ciente de que ele ainda estava ali, mesmo que não aparecesse em tela trazia uma sensação de perigo eminente.
Apresentar o vilão principal da Saga do Multiverso em um filme do Homem-Formiga eleva o status do heróis dentro do UCM, inclusive trazendo uma forte ligação com a volta de Scott e a forma que os Vingadores usaram para voltar no tempo em Ultimato. A ideia de multiverso apresentada em 2019 estava ligada diretamente ao reino quântico e Quantumania, que deveria ser um filme dedicado a desenvolver isso, deixa tudo de lado para centralizar a história na relação de Scott, Cassie e Janet, além de deixar Kang só nos carões.
A direção de Peyton Reed ainda continua muito bem, e reafirma que não teria outra pessoa melhor para trabalhar o personagem-título em uma trilogia que desenvolve bem seu protagonista, mas o roteiro e as escolhas do estúdio deixam claro que o principal vilão da Saga do Infinito foi inserido no filme errado.
Para aqueles que não gostam de “nerf” (enfraquecimento) de personagens, Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania abusa disso no que se refere aos poderes de Kang. Obviamente o vilão não poderia estar no seu auge aqui, mas é fácil perceber ao final da sessão, que Scott Lang e sua trupe não teriam a menor chance se o roteiro não fosse o facilitador com diversas conveniências.
Além de todo o erro envolvendo o vilão e as conveniências do roteiro, o filme não sabe quem desenvolver. É a relação de pai e filho de Scott e Cassie ou os mistérios que cercam a volta de Janet ao reino quântico?
Ainda que o filme tenha problemas de identidade e não consiga atingir seu potencial máximo, assim como os dois filmes anteriores do Homem-Formiga a diversão é garantida e boas gargalhadas são tiradas do público, apesar de aqui o tom ser bem mais sério.
O longa conta com um visual quase impecável, com efeitos especiais que são bem trabalhados, seguindo contra o fluxo das últimas produções lançadas pela Marvel Studios que nos últimos anos vem sofrendo com ondas de críticas por algo que em um passado recente fazia bem demais e era referência.
Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania certamente vai ser um filme que vai dividir opiniões. É um filme que é trabalhado em cima de expectativas altas, principalmente pela ciência do público em saber como o final da saga do Multiverso vai culminar, e culpa disso é do próprio Kevin Feige.
Vai ser mais um filme que será lembrado pela relevância das duas cenas pós-créditos exibidas, responsáveis por fazer o público esquecer que Quantumania não é tão bom assim.
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