Crítica | Resgate
Resgate, nova produção de ação da Netflix garante mais um filme de sucesso no currículo do astro Chris Hemsworth, que já é conhecido pelo grande público por ser o Deus do Trovão no Universo Marvel. Com o roteiro escrito por Joe Russo , que por sua vez também é figurinha carimbada dos filmes de heróis.
Ovi Mahajan mesmo trancado em um presídio continua sendo o maior traficante da Índia, e quando seu filho é sequestrado, por Amir Asif, um poderoso rival de Bangladesh, o mercenário Tyler Rake (Hemsworth) é contratado para realizar o resgate. Tarefa essa que não será fácil, já que Amir tem uma grande influência na cidade de Dhaka, controlando a polícia e o exército local, promovendo um verdadeira caçada cujo único objetivo é eliminar os alvos de qualquer maneira.
A trama se complica ainda mais quando a equipe de Rake percebe que não receberam o pagamento pelo serviço, e que Saju, um membro da organização criminosa de Ovi está envolvido diretamente nesse esquema, pretendendo eliminar os mercenários e resgatar o refém sozinho. Após um conflito com o capanga, e inúmeros membros das forças policiais, Rake se encontra sozinho em uma cidade fechada e cercada de inimigos por todos os lados.
A estética do filme, segue o padrão estereotipado norte-americano de retratar lugares que julgam ser quentes e subdesenvolvidos com uma fotografia que exagera na saturação de suas cores. Isso infelizmente é um clichê comum, países como México sofrem com essa padronização, sendo representados em cenas onde o ambiente tem a predominância da cor amarela ou laranja.
Comandado pelo diretor de primeira viagem Sam Hargrave, que anteriormente trabalhou como dublê, e mais recentemente, como coordenador de dublês em diversos filmes da Marvel. Toda essa experiência é o que faz a diferença na realização do projeto, quem tem como ponto principal as sequências de ação, que são muito bem coreografadas e filmadas com planos abertos, onde nenhum movimento se perde e toda ação é entregue ao espectador. Cenas essas que não seriam tão precisamente executadas se não partissem de alguém com habilidades e um olhar técnico, possível de enxergar além de cenas padrões.
Essa tendência de filmes, que nos contam uma história de um matador imparável não é nenhuma novidade, mas com toda certeza a franquia de filmes John Wick, estrelada por Keanu Reeves, em especial o primeiro filme da franquia, lançado em 2014 é a fonte de onde o longa de Hargrave mais se inspira. Em ambos os projetos os diretores fizeram sua estreia na direção, e anteriormente trabalharam na indústria como dublês e coordenando outras equipes, até mesmo o começo de ambos os filmes são idênticos, onde o protagonista é apresentado pela primeira vez, completamente ensanguentado e machucado, se lembrando de tudo o que aconteceu até chegar em sua situação atual.
O longa ainda consegue remeter a outro filme quando aborda o assunto da criminalidade infantil, é impossível não fazer uma associação com o Cidade de Deus, filme dirigido por Fernando Meirelles que faz um retrato do submundo do crime organizado, elemento esse que é bem trabalhado com o grupo de crianças que também sofre com a influência de Amir em suas vidas, já que o traficante consegue manipular todas as esferas da sociedade. No fechamento das contas, Resgate consegue se consolidar como uma produção de alto nível, com excelentes aspectos técnicos e o desenvolvimento cada vez mais inventivo e aprimorado de maneiras de se filmar cenas de ação, esse gênero do cinema fica cada vez mais forte, na medida que diretores com experiência em realizar cenas complexas ganham cada vez mais destaque, e assumindo a frente de grandes produções.
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