Noite Infeliz: Na corda bamba, nova obra da Universal Pictures tenta agradar a todos os públicos, mas falha
Obra produzida pela Universal Pictures, protagonizada por David Harbour, começa propondo um filme de natal mais satírico. Porém, acaba aceitando, de forma acovardada, uma experiência que funcione para crianças. Mesmo o filme carregando cenas de muita violência e com conflitos que não são apropriados para a idade que tenta se promover ao longo da história
O filme conta a história de um Papai Noel que se encontra infeliz em um mundo de crianças consumistas. E, ao entregar alguns presentes e diversas casas, uma delas, de uma família muito rica, sofre um assalto em grupo de assaltantes infiltrados. O tal Papai Noel, planeja, de alguma forma, salvar a menina Trudy, e sua família, na noite de Natal. A obra é dirigida por Tommy Wirkola e é distribuída pela Universal Pictures.
Noite Infeliz não foge da proposta mostrada nos trailers, em ser um filme de ação em meio a uma noite natalina. Porém, o filme, realmente, tem uma violência gráfica bastante acentuada. Oque não é o real problema da obra por completo. David Harbour, por exemplo, carrega um humor sarcástico durante a obra que é bem medido e é um dos pontos fortes do filme. Porém, o filme tem uma mistura de tramas, e de desenvolvimento parcial de personagens, que faz o filme se alongar sem necessidade e sem muito acrescentar em seu discurso.
A trama familiar envolvendo o casal Jason e Linda (interpretados por, Alex Hassel e Alexis Louder) tenta compor um romance deturpado por questões entre os personagens, porém, o casal não vende a química necessária e se mostram deslocados em uma trama que não deve ser levada tanta a sério. Algo que o romance tenta fazer em um filme que não tem romance como tema central. Algo que é acertado no personagem Morgan Lightstone, interpretado por Cam Gigandet, que serve como um alívio cômico estereotipado de “ator bonito bobão”, mas consegue trabalhar de forma simples o roteiro, sem demonstrar humor de forma forçada.
O personagem de John Leguizamo, Scroge, junto com os outros que fazem parte do grupo de assaltantes, são exatamente o retrato dos vilões de filmes infantis, porém, com bastante palavrões. Tentativa triste para fazer jovens com mais de 12 anos rirem por ouvirem palavrões, algo que foi feito de forma repetitiva pelo personagem Scroge. O personagem ainda tenta ter algum desenvolvimento mais pessoal dentro do roteiro, mas que no final das contas: não acrescentou nada a obra, e não nos envolveu mais com o personagem durante o longa.
No quesito técnico, o filme tem cenas de ação dirigidas com segurança e com efeitos práticos, e ensaios de luta, que são executados de forma que cativa o espectador a violência da obra, sem ela ser gratuita. O trabalho de som é bem detalhado, seja ele em pequenos momentos cômicos, diferente da trilha sonora. Trilha que se repetia e invadia muitos momentos do filme, a ponto dela começar e entregar mais irritação que conforto desejado. É necessário dizer que é possível, em cenas simples, reparar a utilização da tela verde. Um contraste sem motivo, pelo fato de que em outras cenas, os efeitos são detalhados e imersivos, como o plano final, por exemplo.
Ênfase pelo trabalho de relação entre a personagem Trudy, interpretada pela Leah Brady, e o Papai Noel, que conseguem demonstrar time cômico e transmitir sentimento de empatia em ambos os personagens, principalmente em cenas de dialogo entre ambos. O mesmo para o trabalho da dupla das personagens Linda e Alva, interpretada por Edi Patterson, que tem poucos momentos cômicos que funcionam, diferente da sua maioria. Contando as cenas com o personagem Bert, interpretado pelo Alexander Elliot, que também existe com o intuito de ser um alívio cômico, mas que parece perdido na maior parte do tempo.
Noite Infeliz consegue entregar cenas de violência, carregadas de sangue, com pitadas de humor. Mas não consegue cativar o espectador em relação aos personagens, nem a trama em si. Resultando em uma experiência monótona, com clichês entediantes, e sendo mais um filme de natal morno. Pelo simples fato da produção tentar agradar gregos e troianos, e tanto vender para os dois públicos. Mas com poucas chances de conseguir agradar um ou outro.
Nota: 2/5
Assista ao Trailer:
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