Dorama original da Netflix Our Beloved Summer conta com astro de Parasita e atriz de Itaewon Class. Drama fez sucesso desde o lançamento de seu primeiro episódio.
O primeiro amor da adolescência pode mesmo gerar bons frutos? Bom, no caso de Our Beloved Summer, parece que pode sim. Inimigos na adolescência e ex-namorados na vida adulta, Our Beloved Summer conta a história de Kook Yeon-su (Kim Daa-Mi) e Choi Ung (Choi Woo-Shik) que, durante o ensino médio, participam de um documentário que acompanha a melhor e o pior aluno da escola, forçando uma interação entre os dois.
Com um salto de dez anos, vemos a vida dos protagonistas agora como adultos, com seus trabalhos e longes um do outro. E é o trabalho que faz com que os dois se reencontrem, fazendo com que os espectadores descubram que eles se relacionaram por cinco anos após a finalização do documentário, e que já não estão mais juntos há, também, cinco anos.
Our Beloved Summer | Netflix
Com o documentário se tornando um viral nas redes sociais anos depois de seu lançamento, Yeon-Su e Choi Ung são convidados pela produtora para regravar tudo de novo, na versão adulta. A aproximação dos dois faz com que sentimentos voltem à tona, tornando difícil a missão de continuarem longes um do outro.
Baseado no Webtoon que leva o mesmo nome, a série dirigida por Kim Yoon-jin e com roteiro de Lee Na-eun surpreende, principalmente, pela simplicidade da história e a forma como ela é contada. Sem cenários que fogem do cotidiano sul-coreana e sem enrolar no enredo, Our Beloved Summer trás uma leveza ao romance, que torna extremamente confortável acompanhar cada um dos 16 episódios, que contam com mais de 1h.
A escolha do elenco não deixa a desejar. Trazer uma atriz com um portfólio tão bom, e que já trabalhou em uma produção original da Netflix (Itaewon Class) e um ator que participou da única produção coreana a levar o Oscar (Parasita) talvez tenha sido o tiro certeiro para que a produção fosse tão bem feita.
Our Beloved Summer | Netflix
Manter partes da série narradas pelos protagonistas e um de seus coadjuvantes também pode ser considerado como um ponto chave. Saber o que passa na cabeça do ex-casal enquanto estão juntos é um ponto extremamente positivo para o drama.
Our Beloved Summer não apresenta nenhuma ideia genial e que faz com que o dorama seja diferente de outros romances, mas o carisma da história ganha o público, e no fim é isso que importa. A OST é simplesmente incrível, e conta com artistas como o V, membro do BTS.
Simples, acolhedor, fofo e gostoso de assistir. Our Beloved Summer surpreende positivamente em todos os quesitos, e entra pra lista de ótims adaptações de Webtoons.
“Um de Nós Está Mentindo” é a versão adolescente do estilo clássico “quem matou?”. Bom como passatempo, mas os fãs de thrillers investigativos podem ficar decepcionados.
Era para ser só mais um dia de detenção para Bronwyn, Addy, Nate, Cooper e Simon na Bayview High, mas só quatro deles sairão de lá com vida. Simon tinha um aplicativo chamado “Falando Nisso”, no qual divulgava segredos de todos da escola, inclusive dos que estavam na detenção com ele. Ou seja, todos ali tinham motivo para quererem se vingar. A pergunta que dura por toda a temporada é: quem matou Simon?
Um de Nós Está Mentindo | Netflix
Chegou à Netflix a adaptação de “Um de Nós Está Mentindo”, livro best-seller da autora Karen M. McManus.
Trata-se de um thriller adolescente que mostra as dificuldades que um grupo enfrenta após se verem envolvidos em um suposto assassinato. Depois que Simon morre diante de seus olhos, eles têm que aprender a lidar com as desconfianças e a pressão da polícia enquanto conciliam escola, prova e a investigação desenterrando seus piores segredos.
No livro, apesar de os personagens serem adolescentes, as histórias não são “bobas”. Tudo gira em torno do crime, por isso fica interessante. Além disso, o enredo é bem construído, de forma que a gente se apega ao grupo, que ficou intitulado como “Clube dos Assassinos”, e nos vemos torcendo por eles.
Já na série não é bem assim. O mistério não é bem construído até metade dos episódios, os personagens menos ainda. O foco é grande no dia a dia, não envolve as histórias deles, de modo que fica difícil para o público criar empatia e torcer por eles.
Como o foco é no dia a dia do grupo na escola, a trama fica bem mais adolescente do que no livro. Então se você é fã de um bom thriller e não tem muita paciência para enredos adolescentes, encare essa série como mero passatempo.
E se você já leu o livro e gostou, não vá esperando uma adaptação propriamente dita. Do livro só mantiveram os nomes dos personagens e a morte do Simon (e mesmo nisso teve uma certa alteração).
Um ponto positivo é que a série é pequena, tem apenas 8 episódios de mais ou menos 50 minutos, e estreou na Netflix no último dia 18 de fevereiro.
“Um de Nós Está Mentindo” faz parte da saga “Um de Nós”, cujo próximo livro se chama “Um de Nós é o Próximo”. O final da temporada deixou um gancho para uma segunda temporada, que já está em produção e, de acordo com as notícias, não terá por base o segundo livro. A série é uma produção original Peacock, por isso a segunda temporada só virá para o Brasil caso a Netflix compre os direitos dela também.
Mães Paralelas, novo filme do diretor Pedro Almodóvar já disponível na Netflix, conta a história de duas mães que se conheceram no dia do parto. Através deste contato inicial, se descortina uma história encantadora, digna de excelentes novelas de horário nobre, com o selo legítimo de drama Almodovariano: mulheres fortes, reviravoltas surpreendentes, fotografia e cenas impecáveis e atuações dignas de Oscar.
Conhecido pelos seus filmes dramáticos, que condensam imperdíveis e memoráveis histórias, com protagonistas inesquecíveis e enredos dignos de estar no ranking de melhores novelas das 8(se novelas fossem), o diretor Pedro Almodóvar mais uma vez encanta com seu modo único de conduzir suas histórias.
Mães Paralelas| Netflix
Em Mães Paralelas, é contada a história de duas mães, Janis( Penélope Cruz) e Ana ( Milena Smit) que se conhecem durante o trabalho de parto e a partir dali criam um elo de amizade e companheirismo. E é através desse elo que o enredo escancara contrastes entre realidades familiares, mostrando diferentes figuras maternas, e diferentes formas de acolher, descobrir e buscar seu lugar após conhecer seus vínculos de ancestralidade sempre exaltando a força e a luta que é ser mãe.
A força feminina, tantas vezes exaltada em todos os outros filmes do cineasta, aqui está presente de forma geral, não só nas duas protagonistas como em cada uma das mulheres mães que a trama apresenta. Fora a linha narrativa principal que já é, por si mesma, envolvente, Almodóvar aproveita a história ancestral da protagonista vivida por Penélope Cruz e a relaciona com a história da Guerra Civil Espanhola, buscando conscientizar sobre a necessidade de conhecer a verdadeira história do lugar onde se mora e a história de sua própria ancestralidade para saber qual é seu papel no mundo.
Mães Paralelas| Netflix
Mesmo antes do filme Mães Paralelas chegar à Netflix, já se ouviam discussões sobre a trama. Penélope Cruz, escalada como uma das protagonistas, foi indicada ao Oscar de melhor atriz, por sua personagem Maria Janis no filme. E a curiosidade de todos fez com que o lançamento fosse bastante aguardado.
Antes do lançamento de Mães Paralelas, a plataforma de streaming Netflix foi disponibilizando de forma gradual alguns dos melhores filmes de Pedro Almodóvar em seu catálogo de filmes, como se preparasse seus assinantes para o que estava por vir. Embora seja um diretor bastante respeitado, Almodóvar não é tão conhecido pela nova geração. Atores como Tom Holland, o atual intérprete do super herói Homem Aranha até deixou escapar em uma entrevista que não o conhecia. A iniciativa da plataforma em exaltar outros trabalhos do diretor para apresentá-lo aos admiradores recentes ao mesmo tempo em que presenteia para os fãs antigos foi excelente.
Mães Paralelas | Netflix
Apesar de Mães Paralelas ainda ser um legítimo filme de Pedro Almodóvar e sim, ter uma excelente interpretação por parte da atriz Penélope Cruz( com grandes chances de levar a estatueta do Oscar esse ano), o filme se apressa demais em resolver as situações para poder seguir seu enredo. Há diversas situações ali que quem assiste acaba querendo saber mais detalhes, detalhes esses que o diretor infelizmente não conta. Fica quase como um segredo, uma história contada pela metade. O holofote foi quase todo para a história da personagem Janis, de Penélope Cruz e o plural do título acaba, por vezes, sendo desconsiderado nesse aspecto.
Nesta pressa em resolver as situações principais do enredo, o contexto histórico é em parte deixado de lado, como uma chamada implícita para o telespectador buscar por conta própria sobre a verdade ali exposta. É claro que Pedro Almodóvar não deixou de lado nenhum sentimento. Estão todos ali: a revolta, a dor, o amor, o desespero, a esperança, o alívio, a melancolia, a resiliência. E isso compensa em muitas partes a falta de mais detalhes da história dos personagens e do contexto. Mas para um padrão Almodóvar, era de se esperar que tudo estivesse junto e completo. História completa e sentimentos.
É um filme emocionante. E é um filme de Pedro Almodóvar. Não é perfeito considerando o histórico do cineasta. Mas pra primeiro filme feito exclusivamente para a Netflix, é um excelente começo para a plataforma.
O filme do controverso diretor Gaspar Nóe nos deu conteúdo sexual explícito, mas não foi além disso.
Gaspar Noé já tem sua fama de fazer filmes polêmicos, desde “Irreversível” até seu último longa “Climax”. Então, quase como uma regra, “Love” não seria diferente, a produção ficou conhecida por retratar cenas de sexo explicito e fez com que várias pessoas abandonassem a sessão de cinema logo no começo do filme. Embora o filme tenha sido classificado por alguns críticos como um pornô cult ou gourmet, a falta de pudor não é, necessariamente, um problema na obra de Noé. Apontar que “Love” é uma obra pornográfica não parece ser uma definição correta, já que o filme não parece contar com as atrocidades que a indústria pornográfica carrega, mesmo que os atores realmente tenham feito sexo nas gravações. O que também não quer dizer que as cenas de sexo explicito, incluindo uma ejaculação, deem vida ou emoção ao longa metragem.
Foto: Divulgação
A ideia do polêmico diretor era retratar uma relação sexual que contivesse amor em seu maior. Noé já afirmou que o cinema retrata o sexo e o amor, na maior parte das vezes, como duas coisas distintas, nunca em uma mesma composição. Em suas palavras, “Love” foi feito para ser “uma celebração do amor e do sexo”. Mas será que sua obra contemplou o amor, de fato? É inegável que Nóe, e todo seu elenco, entregam o sexo em sua forma mais crua possível, com tudo que se tem direito a mostra. Contudo, quando vamos falar de amor, a moeda muda de face, “Love” nos traz relações amorosas conturbadas e com sentimentos controversos.
O namoro entre Murphy (Karl Glusman) e Electra (Aomi Muyock) é estável até a página 2, mas depois fica claro que falta muito para que os dois consigam manter uma relação saudável e honesta, que fizesse bem aos dois. Pouco a pouco, notamos que o casal principal tem uma certa energia destrutiva um com o outro. Depois que Murphy se casa, a única coisa que não está presente em seu matrimônio, com Omi, é amor, pelo contrário, ele demonstra odiar sua vida e endeusa um passado, que ele mesmo ajudou a destruir.
Foto: Reprodução
Além disso, se em algum momento o amor e o sexo se encontraram foi quando Electra e Murphy transam pelas primeiras vezes. Depois disso, o filme se torna um compilado de cenas eróticas, que não aparentam ser mais do apenas o desejo humano. Que fique claro que me mantenho longe de qualquer moralismo, mas o sexo, em 90% do filme, foge da ideia de fusão que Nóe apontou como seu objetivo principal. Se a ideia fosse tratar da sexualidade humana ou falar sobre as nuances das relações interpessoais mescladas ao desejo sexual, o longa provavelmente iria cumprir seu papel, com algumas ressalvas.
Em termos gerais, “Love” choca e incomoda em alguns momentos, além de contar com uma bela composição artística. Mas quando vamos falar de emoções e amor, ele peca e deixa bastante a desejar, pois falta algumas boas pitadas de amor dentro de seu longa. A emoção que mais aparece dentro do filme talvez seja a melancolia de Murphy, seus sentimentos por Electra já não são tanto de amor, mas de angústia e arrependimento. Ou seja, “Love” entrega muito sexo, mas poucas doses de amor.
“Dia 28 de fevereiro, Carnaval, fomos convidados para assistir a nova versão do Batman estrelada por Robert Pattinson, estreia memorável do ator em filme noir que dá pontapé ao novo universo do Homem-Morcego comandado por Matt Reeves.”
Desde que Robert Pattinson foi confirmado como o novo rosto de Bruce Wayne muita desconfiança, caretas e reclamações foram feitas. O ator muito marcado por seu papel de Edward Cullen na Saga Crepúsculo já havia se provado muito competente em papeis diferenciados ao longo de sua carreira. Contudo o grande publico não acompanhou a filmografia que o astro construiu durante os últimos anos após a famosa adaptação do vampiro que brilha.
Batman | Foto: Warner Bros.
Mesmo eu sendo um grande defensor de Pattinson para o papel, posso dizer que quem não acredita no ator, vai mudar de opinião logo na cena de abertura de Batman. O diretor Matt Reeves nos apresenta uma Gotham fria e caótica em uma noite de Hallowen. Enquanto temos uma narração em off de Bruce, que circula pela cidade atrás de crimes.
Quem acompanha o Batman em todas as mídias consegue pescar todas as referencias que Reeves traz para essa história. Afinal, como trazer uma roupagem nova a um personagem que já foi adaptado tantas e tantas vezes? Simples, você pega tudo que deu certo nas versões anteriores e entrega um material novo com uma versão Batman que nunca foi explorado na grande tela.
Dessa forma você consegue enxergar referencias no enredo de arcos nos quadrinhos como ‘O Longo Dia das Bruxas’ e ‘Silencio’ de Jeph Loeb, ‘A Piada Mortal’ de Alan Mooree claro ‘Ano Um’ de Frank Miller. No cinema conseguimos enxergar inspirações como a Gotham de Tim Burton, que mesmo que não seja tão teatral, ainda assim a cidade consegue ser um personagem do filme, sombria, tensa e sufocante. Já de Batman Eternamente a inspiração é na abordagem dos traumas de Bruce, mesmo que aqui seja muito melhor trabalhado. E da Trilogia Nolan, vemos um Batman mais pé no chão, quase como se desse para acreditar que aquele homem existe no nosso mundo.
Todas essas inspirações contudo não são cópias, parecem mesmo homenagens. Dessa forma, o longa considera tudo o que foi abordado nas adaptações anteriores e entrega um material novo e repleto de referencias, sem apelar para o fã service obvio.
Finalmente o tão aguardado Batman detetive
Na trama, uma onda de assassinatos acontecem em Gotham, colocando o Batman e o Tenente Jim Gordan(Jeffrey Wright) seguindo uma série de pistas para encontrar o responsável dos crimes. Enquanto segue os rastros do denominado Charada(Paul Dano), Bruce acaba cruzando o caminho com Selina Kyle(Zöe Kravitz) que por motivos pessoais, embarca no mistério para desmascarar o perigoso vilão.
Batman | Foto: Warner Bros
O que mais me chamou atenção nessa nova versão foi a junção do Batman com o Gordon, com tantas adaptações é até estranho dizer que nunca vimos essa abordagem em tela. Aqui vemos os dois como uma equipe mesmo, uma dupla ala David Mills (Brad Pitt) e William Somerset (Morgan Freeman) de Seven, que também podemos dizer que é uma grande inspiração para o enredo desse filme.
Além disso, a relação do protagonista com Selina Kyle é a melhor abordada até hoje nos cinemas, a química de Kravitz com Pattinson é absurda. Em determinado momento do filme vemos os dois agindo como um só e é empolgante vê o quanto a parceria dos dois é bem trabalhada e os atores estão completamente confortáveis em seus papeis.
Colin Farrel irreconhecível aqui como Oz, ou Pinguim, nos entrega junto com o Morcego uma das melhores cenas de perseguição dos últimos tempos, além de ser um ótimo alivio cômico. Contudo, não tem como não enaltecer Paul Dano em sua atuação como Charada. Paul abraça a loucura entregando um personagem sombrio, doentio e mega interessante. Seu jeito de andar, falar e até suas expressões te deixam sem folego.
Batman | Foto: Warner Bros
Batman é o filme que todos os fãs do personagem esperavam, porém pode ser um filme um pouco difícil de engolir para o grande publico. Afinal, a direção de Matt Reeves prefere fugir um pouco da obviedade, em vez de entregar um blockbuster de heróis que a grande massa está acostumada. Nos embarca em um filme noir com um mistério lento, com investigação intrigante, pesada e brilhante.
De fato, uma das melhores adaptações, senão a melhor do personagem nos últimos anos, as quase 3hs de filme passam voando, e quando termina você se pega querendo mais daquele universo.
“O Retorno de Leatherface” era algo aguardado pelos fãs de terror, mas acabou não ficando à altura do que se espera de “O Massacre da Serra Elétrica”, uma das histórias mais clássicas do estilo “slasher”
Recentemente, vários personagens clássicos do terror, como Michael Myers, Chucky e Ghostface, estão retornando às telas. Agora foi a vez de Leatherface ressurgir, 50 anos após o massacre mostrado no primeiro filme, de 1974.
A história atual também se passa em Harlow, cidade do Texas em que ocorreu “O Massacre da Serra Elétrica”. Nela, quatro jovens que se cansaram da rotina e correria da cidade grande decidem se mudar para essa “pacata” cidade para investir em um negócio que pretendem abrir.
Eles acreditam que o investimento renderá frutos e atrairá muitas pessoas para Harlow, por isso convidam vários investidores para presenciarem o início da trajetória deles. No entanto, o que começou como festa e esperança, acaba se tornando um desespero geral.
O Massacre da Serra Elétrica: O Retorno de Leatherface | Netflix
O filme é corrido, as coisas não demoram a acontecer. Até porque, tem somente 1h32 de duração. Mas isso não é bem um ponto positivo, pois não dá tempo de nos apegarmos a nenhum personagem: não houve construção nem desenvolvimento de nenhum deles. Mal sabemos as histórias de cada um!
Assim que chegam à cidade, Melody (Sara Yarkin) e Dante (Jacob Latimore) logo encontram a dona do orfanato em que Leatherface cresceu. Eles iriam assumir a propriedade em que funcionaria o restaurante deles. Acontece que a mulher se recusa a sair, e quando é pressionada acaba passando mal. Quando ela morre a caminho do socorro, a fúria de Leatherface (Mark Burnham) é despertada e começa o novo massacre.
O Massacre da Serra Elétrica: O Retorno de Leatherface | Netflix
Um acontecimento que poderia ser uma grata surpresa, que é o retorno de Sally Hardesty (Olwen Fouéré), não tem nada demais. Ela foi a única sobrevivente do massacre ocorrido em 1974 e esperou mais de 50 anos por essa vingança, que quando finalmente chega, acaba rápido e não gera aquele apelo que deveria. Uma pena!
O Massacre da Serra Elétrica: O Retorno de Leatherface | Netflix
A direção conta com David Blue Garcia, que prometeu cenas sangrentas e realmente as entregou. Muitas dão enorme agonia, o que é uma característica do franquia, mas ao mesmo tempo são finalizadas de forma corrida, por isso parecem pouco trabalhadas, de saídas fáceis.
“O Massacre da Serra Elétrica: O Retorno de Leatherface” já está disponível. Estreou na Netflix no dia 18 de fevereiro de 2022.
Em suma, vale a pena ver se você é fã e não quer perder. O filme é curto e passa rápido. Mas vá sem muitas expectativas.
Produção da Disney Plus que mostra os bastidores do filme da Marvel “Eternos”, conta com depoimentos de atores do elenco e equipe, presenteando o telespectador com um nova perspectiva sobre a criação de filmes sobre super heróis.
Desde seu lançamento, o filme Eternos sofreu uma série de críticas. E um dos tópicos criticados por fãs e críticos pelo mundo foi justamente a forma como o filme foi conduzido pela diretora Chloé Zhao. Com um currículo repleto de vitórias em premiações reconhecidas como OSCAR, BAFTA e Globo de Ouro por seu filme Nomadland, Chloe Zhao sentiu tanto a pressão que chegou até a questionar, através de suas redes sociais, se o público realmente achava que o seu trabalho em Eternos havia sido tão ruim.
Além dessas críticas ao filme Eternos, cineastas consagrados em Hollywood , em uma série de recentes declarações, começaram a atacar o formato Marvel de produzir filmes em larga escala utilizando o mesmo método e faturando bastante com o grande público. O sucesso de filmes de super heróis está incomodando diretores de filmes considerados cult. Nomes como Martin Scorsese( Ilha do Medo/O Lobo de Wall Street) consideram os filmes da Marvel como ” parques temáticos” e defende que não podem ser considerados como arte e cinema. Já Francis Ford Coppola( O Poderoso Chefão) considera filmes da Marvel e similares como ” protótipos feitos rapidamente para parecerem diferentes”.
Avante- Nos Bastidores de Eternos| Disney Plus
Concordando ou não com as declarações destes conhecidos diretores e com as críticas feitas em relação ao filme Eternos, é inegável que, ao assistir os bastidores mostrados em “Avante- Nos bastidores de Eternos”, nova produção da Disney Plus para ajudar a exaltar as produção originais Disney Marvel, você repensará tudo o que já foi dito sobre os filmes de super heróis da Marvel. Desde o minuto inicial, temos acesso aos comentários de todos os passos dados pela diretora Chloè Zhao, ainda novata neste segmento de filme, porém empolgada e humilde para empregar sua marca registrada em sua nova empreitada. E é impossível não simpatizar com sua dedicação, realismo e sensibilidade.
Dedicação que também vemos em cada ator e atriz do elenco, cada um deles elogiando seus personagens e a equipe que os envolveu durante o processo de filmagens e produção do filme Eternos. Alguns até superando traumas, realizando sonhos e se surpreendendo com a possibilidade de, finalmente, se tornarem um ponto de representatividade em um segmento de filmes que já foi bastante restrito, mas agora se expande e abraça todas as possibilidades.
Avante- Nos Bastidores de Eternos| Disney Plus
Em alguns momentos, ao ver tantos profissionais envolvidos na construção daquele enredo para as telas, nos sentimos até culpados se de alguma forma consideramos pouco interessante o que nos foi entregue no cinema.
É como se o relato sobre as semanas de leitura de quadrinhos sobre os Eternos, de Jack Kirby à Neil Gaiman, os meses de estudo e pesquisa sobre antigas civilizações para desenhar o que seria necessário à cenografia e ao set e as pesquisas sobre formas de retratar divindades em diferentes religiões e crença, entre outros tantos relatos sobre o trabalho, qualificassem o filme Eternos como um ponto alto e único na linha cronológica de filmes do Universo Cinematográfico da Marvel. E, independente do que falem os grandes diretores, tenha elevado os filme Marvel à altura de uma análise artística e cinematográfica condizente com outros grandes filmes do cinema.
Avante- Nos Bastidores de Eternos| Disney Plus
O debate é sempre bem vindo, desde que não se desrespeite o trabalho de uma grande equipe de profissionais. Como citado durante a produção sobre os bastidores de Eternos: Chloe Zhao sempre foi uma diretora de cinema independente e antes desse convite da Marvel, ainda não havia sido apresentada à um investimento e estruturas tão grandes quanto a imaginação e criatividade da diretora. E fez, junto à grande equipe e elenco, tudo o que foi possível com o que lhe foi requisitado.
Murderville, nova atração da Netflix, é uma ideia inovadora que mistura série policial, improvisos e um programa de esquetes de humor; Celebridades fazem participações sem roteiro e nada planejado, e tem que levar adiante o restante do show na base do improviso.
É difícil pra mim falar mal de algo que tenha Will Arnett, principalmente como protagonista; o cara é um monstro, um excelente comediante que sabe lidar muito bem com humor físico e também tem uma voz diferenciada, que o coloca em destaque quando o assunto é dublagem. Lego Batman é um exemplo disso, sendo um excelente filme e na minha opinião, 50% do sucesso do filme é a dublagem de Will Arnett como Batman; Sem falar em outros trabalhos do ator como Arrested Development, Bojack Horseman, Will e Grace, enfim…
Porém em Murderville, percebemos que nem o talento do protagonista basta para salvar essa série do esquecimento. São várias celebridades que aparecem na série, e nomes de peso como: Sharon Stone, Conan O’Brien, Kumail Nanjiani, Ken Jeong e outros; uns se saem bem, outros nem tanto…
Annie Murphy e Will Arnett | Murderville – Netflix
O humor de improviso que a série usa é uma faca de dois gumes: Assim como pode ser algo engraçado e completamente espontâneo, também pode ser algo constrangedor e estranho quando não acontece da maneira ”certa”.
Outro detalhe é que o improviso é algo que não atinge o grande público, e sim um nicho mais específico. Nem todos gostam desse tipo de humor, que puxa até pra um ”Stand Up Comedy”, quando uma pessoa fica falando sobre assuntos aleatórios e fazendo graça com piadas descontraídas.
Eu gosto de stand up, não assisto com frequência, mas para passar o tempo de uma maneira mais leve; Infelizmente confesso que Murderville com seus 6 episódios raramente me tiraram algum riso, pois o formato em que é feito o programa é algo meio estranho, e por várias vezes eu ficava na dúvida se realmente era improviso, ou uma esquete roteirizada.
O que segura as pontas é a atuação primorosa de Will Arnett, que consegue levar adiante o programa de uma maneira fácil e que afasta o constrangimento inicial em vários momentos. As celebridades horas se saem bem, horas se saem mal, e isso é a proposta do programa, entretanto acaba ficando para Will Arnett e Hannefah Wood, sua parceira na série, levar adiante o programa.
Lilan Bowden, Will Arnett e Marshawn Lynch | Murderville – Netflix
A série também acaba usando muitas referências americanas, afinal é uma série americana; Porém isso complica para o pessoal que elabora as legendas e as dublagens, pois eles tem que se virar para alterar e fazer a ”Localização” para os idiomas locais, adaptando e trocando as referências para que o público de outros países que estão assistindo possam entender melhor as piadas e as referências.
É uma série que realmente é feita para um público muito específico, pois além de usar o humor de improviso, também usa demasiadamente referências e piadas dos EUA. Sinceramente acho difícil que seja um grande sucesso comercial por lá e muito menos no restante do mundo. A série tem tudo para ser apenas mais um conteúdo para encher o catálogo do streaming.
Porém se podemos tirar algo de bom da série são as atuações na média de Lilan Bowden, Hannefah Wood e claro, Will Arnett: Ele consegue tirar leite de pedra com seu humor característico, auxiliar seus convidados celebridades e ainda conduz a série de uma maneira justa com um personagem engraçado e carismático como Terry Seattle.
Murderville já está disponível no catálogo da Netflix.
Nenhum filme de guerra chegará aos pés de Vá e Veja. Falo com categoria, sem medo de ser feliz, pois nenhuma produção jamais conseguirá carregar dentro de si, toda a podridão do homem enquanto ser social, ou mesmo Ser Humano. E com toda certeza, não sairá de sua mente tão facilmente. Está preparado?
Nem O Resgate do Soldado Ryan, 1998, de Steven Spielberg, ou Nascido Para Matar, 1987, de Stanley Kubrick, chegarão aos pés da podridão que verte de Vá e Veja, 1985, do diretor soviético Elem Klimov. Jamais! Falo com categoria, sabendo que não erro em minha afirmação! Vá e Veja tem um recorte interessante: a invasão Nazista à Bielorrússia, em 1943. Só com esta informação, já dá pra sentir que o buraco é um pouco mais embaixo, né?
Acompanhamos ao longo das suas duas horas e tantos minutos de duração, o menino Floria, de uma pequena aldeia local, que se junta ao exército soviético de resistência contra a invasão Nazista que está a chegar. Apesar de sua mãe lhe suplicar para não ir, o adolescente, inconsequente como todos os adolescentes do mundo, acha que pode ser de grande valia para a resistência. É aqui que percebemos que o pobre garoto fez a pior decisão possível. E é a partir daqui que começamos a sentir muito tanto por ele, quanto por sua família e aldeia. A dor da súplica de sua mãe ecoa em nossas mentes durante o longa, fazendo parecer que nós, os espectadores, somos cúmplices de levarmos Floria para a frente de batalha. Existe um aperto no peito que só aumenta. Elem Klimov já consegue deixar o clima absurdamente péssimo — e este é só o começo.
Vá e Veja: amor ao próximo tem limite?
Para as várias produções cinematográficas, principalmente as de Hollywood, impera a famosa jornada do herói e o unânime happy ending. Neste caso, todavia, a jornada de Floria não é sobre adentrar em si mesmo, vencer distâncias até aprender a ser um verdadeiro herói e voltar ao mundo comum melhor que saiu. Não. A cada minuto, Floria desce ao inferno dos homens. Será que sua jornada se compara à de Dante? Acho que não, pois nada pode ser mais cruel que a humanidade transformada em um animal de grande poder bélico e recheado do mais puro ódio. Destaco, sendo assim, preservando os incautos de possíveis spoilers, algumas cenas que nos torna cada vez menos esperançosos em nossa espécie.
Vá e Veja: amor ao próximo tem limite?
A primeira, a famosa cena do pântano, cuja composição cinematográfica é de se perturbar o mais são dos homens. Floria e Glasha, uma amiga e possível Virgílio (?), atravessam um mar de lama misturado com gritos, berros de animais, barulhos indecifráveis e música clássica. É esta bagunça sensorial que os homens passam nas guerras. E é desta forma que aquele aperto do coração que já estávamos, se transforma em choro preso no estômago. É assim, de certo modo, misturado a um lirismo e poesia, que o filme se mostra estranho e, em alguns momentos, belo. Não entendemos nada. Mas quem disse que em uma guerra, é preciso entender alguma coisa?
Vá e Veja: amor ao próximo tem limite?
Klimov nos deixa atordoados sen mesmo termos visto os horrores gráficos que o longa está a nos reservar. A próxima cena, esta sim, super gráfica, nos mostra um senhor que foi brutalmente torturado e ferido pelos Nazistas. Poderia aqui lhe dizer o que foi, mas acho que é minha missão te deixar descobrir por conta, leitor. Claro, porém, que vou tentar descrever não a cena, mas a feição de Floria, que não esconde em nenhum momento seu espanto, medo e desespero. O homem, apesar de muito ferido, ainda consegue falar. Segundo ele, pediu ao exército Nazista que o matasse. Imagine aí, meu amigo, a qual tipo de brutalidade que este homem foi submetido. Quem clama pela própria morte? Alguém que sabe que está no inferno! Floria, depois de ver seu estado, foge. Nos deixa, mais uma vez, com um nó cego em nossas gargantas. Vômito, para os sensíveis. Indignação para os conscientes. Inspiração para os fascistas de hoje em dia…
Vá e Veja: amor ao próximo tem limite?
A última cena a ser destacada, faz parte dos momentos finais do longa. Presenciamos o exercito Nazista invadindo uma aldeia e aterrorizando das piores formas possíveis seus moradores. Direitos humanos? Nazista desconhece o significado. Há, durante quase trinta minutos, uma verdadeira coleção de show de horrores. A morte, perto disso, como ser queimado vivo, é uma benção. E é no meio deste caos que Floria se encontra. O ator Alexei Krawtschenko, com 16 à época, exprime com veracidade espanto, medo e desespero de forma gradativa. No início, o vemos esperançoso com a guerra. Porém, assim que ele adentra a frente de batalha, podridão humana, fica com as linhas de expressões mais marcadas, tal como as olheiras mais roxas, os cabelos mais brancos e os lábios machucados. Todo aquele clima de guerra contribuí para que a sanidade vaze das nossas cabeças, deixando-nos áridos, sem vida.
Vá e Veja: amor ao próximo tem limite?
Chegamos no momento de responder ao título: amor ao próximo tem limite? Floria irá nos dizer que não. Não há limites para o amor ao próximo. Mas mesmo com nazistas? Voltemos, para responder à indagação, aos momentos finais do filme. Depois de Floria ter ido e visto o homem tal como é, um animal sedento por sangue e desgraça, ele se depara com um retrato de Adolf Hitler. Munido de um Rifle Semi automático SVT 40, Floria começa a atirar no ditador. Ou melhor, em sua foto.
Experimentalista, Klimov faz uma montagem interessante aqui: a cada vez que Floria atira em Hitler, vemos vídeos reais de passagens da ascensão Nazista de trás pra frente. Como se, a cada tiro, estivéssemos voltando no tempo. Floria, sendo assim, atira tanto e tanto, que volta à infância de Hitler. Vemos o ditador bebê, sentado no colo de sua mãe. Existe, portanto, um impasse interessante: se Floria atirar em Hitler criança, ele se igualará aos invasores Nazistas que há pouco mataram de forma brutal um vilarejo inteiro na base do fogo e desdém. Porém, se ele matar o bebê, pode, de forma simbólica, claro, impedir que toda aquela crueldade não ocorra. Matar uma criança? Ou deixar vivo o mais sanguinário dos ditadores? Floria, talvez seguindo preceitos cristãos – ou simplesmente o bom senso, por mais amargo que seja -, não atira. Ele não quer se igualar aos nazistas, mesmo tendo todos os motivos para querer vingança. O melhor a se fazer, em seu caso, portanto, é continuar a lutar junto da resistência contra o Nazismo. Talvez seja este o maior ato de amor ao próximo que poderia tomar: sacrificar-se na guerra em nome de seus compatriotas, sejam vivos ou mortos.
“Inventando Anna”, nova série da consagrada escritora/roteirista Shonda Rhimes( Grey’s Anatomy/Scandal), conta a história real de Anna Sorokin, garota russa que fingiu ser uma rica herdeira alemã para transitar livremente pela alta sociedade norte americana, acumulando golpes em bancos, hotéis e pessoas ricas. Para camuflar seu sobrenome russo, Anna optou por adotar o nome “Anna Delvey” e foi através dele que trilhou seu rastro de escalada social, ostentando riquezas que não podia pagar e tentando atrair investidores para tentar realizar a criação de uma Fundação com seu nome, uma espécie de clube social exclusivo para os mais ricos.
“Essa história é verídica, exceto pelas partes inventadas.” É o que se vê escrito, de diferentes formas, no início de todos os nove episódios da nova série ” Inventando Anna” de Shonda Rhimes, já disponível na Netflix. E é importante que isso seja dito para que ninguém romantize demais as situações ali contadas.
Inventando Anna /Reprodução: Netflix
Por se tratar de uma história real, baseada em um artigo escrito pela jornalista Jessica Pressler( na série nomeada como “Vivian Kent” e interpretada pela atriz Anna Chlumsky), muito do que ali foi contado se baseou no relato de testemunhas dos feitos da jovem e promissora Anna Delvey. E, nos relatos testemunhais, estejam eles em autos de processo ou em páginas de revistas e jornais, só podemos confiar em uma parte. Principalmente quando se trata de situações envolvendo golpes bilionários.
A série ” Inventando Anna” conta a história do golpe verídico acompanhando os passos da jornalista Vivian Kent(Anna Chlumsky) em sua busca por uma história que a tire do atual status de “pior jornalista” , status que adquiriu por um erro de apuração cometido no passado. A partir do momento em que Vivian( Anna Chlumsky) toma conhecimento do caso da jovem que enganou bilionários de formas até então desconhecidas, a jornalista tenta convencer seus chefes de que aquela é uma história que merece ser contada em detalhes e parte em busca de Anna Delwey( Julia Garner), na prisão, para escutar a versão da acusada.
Inventando Anna | Reprodução:Netflix
A partir de então a série se divide entre presente, na busca incessante por depoimentos de testemunhas que legitimem o que Anna Delwey( Julia Garner) relata a cada visita na prisão e passado, nos flashbacks direcionados pelo relato de cada uma das pessoas que Anna conheceu na sua busca por dinheiro e status. O telespectador é apresentado a cada um deles, formando um arco novo a cada episódio, sem deixar de lado a vida pessoal da jornalista Vivian , de seus simpáticos colegas de redação que lhe ajudam nesta aventura em fazer a melhor reportagem e no simpático e inseguro advogado da acusada, Todd(Arian Moyaed).
É interessante como a narrativa se desenrola como um live action de livros sobre como influenciar pessoas. Não da forma habitual ou certa, mas utilizando-se de circunstâncias e truques que funcionaram para ela. Como se Anna usasse sua própria história de crimes de colarinho branco para mostrar a quem estiver interessado, como funciona o mundo de negócios e aparência em que todos nós estamos inseridos.
Inventando Anna| Reprodução: Netflix
Anna usa muito a ambição dos outros a favor de seus próprios objetivos, o que de certa forma cativa parte das pessoas com quem convive, convencendo-as do quão brilhante a garota é apesar de todos os seus golpes. Por diversas vezes no decorrer dos episódios, os telespectadores podem acabar concordando com suas atitudes ou até se compadecendo do que ela fez. O que torna a história dela ainda mais interessante, pois coloca até quem assiste como vítima de um golpe arquitetado pelo personagem que Anna Sorokin criou.
As atuações do elenco de “Inventando Anna” colaboram para o sucesso da trama pois todos os personagens que fazem parte da narrativa envolvendo o caso de Anna Delwey são cativantes a seu próprio modo. Pode até ser que nem todos tenham acompanhado o trabalho de Anna Chlumsky na série Veep, mas é difícil encontrar alguém que nunca tenha assistido o filme Meu Primeiro Amor , em que ela contracenou, ainda criança, com o também pequenino à época Macaulay Culkin. Tomara que seja escalada para mais produções e aceite os convites pois ela é uma excelente atriz.
O mesmo pode ser dito da protagonista Anna Delwey, interpretada pela atriz Julia Garner(Ozark) que conseguiu cumprir seu papel tão bem em “Inventando Anna” que o telespectador oscila constantemente entre amá-la e odiá-la, entre achá-la inteligente ou classificá-la como louca, sem nunca perder o interesse em seguir sua narrativa. Sobre os demais personagens, Shonda até erra em não apresentar desfecho para alguns deles, utilizando-os na história como personagens interessantes apenas na parte inicial da série e descartando-os no fim. Isso se deve ao excesso de detalhes da história.
Shonda nunca decepciona quando o assunto é abordar, em suas séries, rotinas de trabalho que envolvem muito mais do que só o exercer profissional.
Vemos isso na forma como cada ambiente profissional é abordado na série, como a bajulação e a ostentação combinadas a alinhados trajes que transmitam confiança ao lidar com pessoas da alta sociedade. O companheirismo de jornalistas em redações quando os profissionais são colocados em um grupo “rejeitado” pelo chefe. E claro, o conflito de egos e visibilidade que nem sempre condizem com o retorno financeiro, na parte em que ela mostra o trabalho do advogado Todd( Arian Moyaed). De uma forma ou de outra ela sempre faz o telespectador entender exatamente como é estar naquele meio e isso ajuda demais na imersão na história.
” Inventando Anna” é uma série divertida e intrigante que merece ser assistida tanto pelos amantes das produções de Shonda Rhimes, quanto por quem adora séries sobre crimes. E deixa no telespectador a pulguinha da dúvida: será que ela mereceu a pena que lhe foi imposta?
A temporada completa de “Inventando Anna” está disponível na Netflix.
Não é de hoje que os fãs estão aguardando a adaptação cinematográfica e Uncharted, sendo desenvolvida há quase 9 anos, o filme que será baseado na franquia de jogos da Naughty Dog, exclusivos para Playstation finalmente chegará aos cinemas, dia 17 de fevereiro.
A trama acompanha Nathan Drake (Tom Holland) um jovem barman, que sonha em se reencontrar com seu irmão perdido. Quando abordado cm uma proposta do misterioso Victor “Sully” Sullivan (Mark Wahlberg) para se juntar a ele em uma jornada para encontrar um bilionário tesouro perdido, e, possivelmente o paradeiro de seu irmão. No caminho, Drake aprende a se tornar um aventureiro, ao mesmo tempo em que a dupla recém-formada é perseguida por um empresário ganancioso (Antonio Banderas) que almeja encontrar o mesmo tesouro.
Quando Uncharted – Fora do Mapa foi finalmente confirmado, um pé atrás cercou os fãs da franquia, principalmente por conta da escalação de seus atores principais. Uma curiosidade que devemos trazer, é que o ator Mark Wahlberg era o principal nome cotado para dar vida a Nathan Drake nos estágios iniciais da produção. Contudo, conforme os anos se passaram e diversas mudanças aconteceram dentro da adaptação do game, Tom Holland ficou no papel do protagonista, enquanto Wahlberg será o grande companheiro de aventuras de Nathan.
Uncharted – Fora do Mapa | Sony Pictures
Esse pé atrás, na minha concepção foi boa para a experiência do filme, afinal como um fã da franquia, nada que eu via do material promocional do filme me agradava. E assistindo o filme minha preocupação se mostrou verdadeira, a atuação de Holland realmente é um pouco mais da mesma. Ou seja, vemos sim muito de seu Peter Parker em seu Nathan Drake. Contudo, isso fica para trás conforme o enredo avança.
Tom vai criando camadas em seu personagem, e não podemos que a carisma do ator te conquista. Juntando isso com a inegável química com o Sully de Mark Wahlberg, os astros conseguem criar uma dinâmica de mentor/aprendiz que funciona extremamente bem para a proposta do filme.
Sendo assim, posso dizer que o filme trabalha muito bem seu enredo para fazer o espectador também participe da história. Juntando a dupla principal com Chloe (Sophia Taylor Ali), o trio trabalha para encontrar o tesouro que tem ligação com a navegação do português Fernão de Magalhães no século XV . Atrás de uma série de pistas e objetos diferentes, o enredo guia os protagonistas que se atrapalham e cometem erros e acertos. O humor também agrada bastante, utilizando a constante desconfiança entre os três e até mesmo entre o núcleo dos vilões, entregando uma imprevisível jornada, que remete muito a “vibe” dos jogos de Uncharted.
Uncharted – Fora do Mapa | Sony Pictures
O longa tinha uma difícil tarefa, adaptar para o cinema, um jogo que já é muito cinematográfico. Dessa forma, o roteiro assinado por Rafe Judkins, Art Marcum e Matt Holloway mescla elementos de todos os quatro jogos protagonizados por Nathan lançados, e constrói uma nova história. Com a narrativa cheia de perseguições, mistérios, lutas, parkour e conflitos, assim como no jogo.
A direção de Ruben Fleischer (Zumbilandia) é uma das melhores coisas do longa, com cenas de ação são repletas de momentos inspirados em seu material original, porém ainda trazendo elementos próprios que agradam o espectador, e tiram o folego.
As falhas do filme são bem claras, a motivação da vilã vivida por Tati Gabrielle é zero, parece que realmente só está dentro do filme para causar algum conflito e atrapalhar os heróis de avançarem na trama. Sem falar do enredo de Sam(Rudy Pankow), irmão de Nathan, que mesmo que seja a principal motivação do personagem principal, serve mais para o futuro da franquia do que qualquer outra coisa.
Mesclando ação e humor na medida certa, Uncharted – Fora do Mapa é uma aventura leve e muita divertida, mesmo que não seja perfeita, me agradou muito, talvez ir com baixa expectativa tenha sido um acerto. De fato, o longa segue a fórmula de filmes de caça ao tesouro, lembrando bastante A Lenda do Tesouro Perdido. Mesmo não trazendo inovação, a interação dos protagonistas é o chamariz para a diversão. Eu poderia ver muito mais de Nathan e Sully nos cinemas.
P.S.: Quando o Nathan pega seu famoso coldre de ombro não teve como não se arrepiar.
Nova produção sul-coreana original da Netflix ‘Amor com Fetiche’ chamou a atenção pelo título que foge do comum das produções do país
Chicotes, coleiras de espinhos, bondage e BDSM em uma produção sul coreana? Temos. O anúncio de Amor com Fetiche chamou a atenção do público por abordar um tema muito maduro que é considerado um tabu para muitos no país. Produções parecidas como essa já existem, mas nenhuma havia sido tão divulgada quanto o novo lançamento da Netflix.
Amor com Fetiche é uma comédia romântica coreana que conta a história de Jung Ji-goo (Lee Joon-Young, ex integrante do U-Kiss), um jovem que é apresentado no seu primeiro dia de emprego, onde seu nome logo vira um motivo de piada entre os colegas de trabalho por conta da pequena diferença de uma letra para o nome Ada Jung Ji-woo (Seohyun, do grupo Girls Genaration), onde todos já imaginavam as confusões que teriam só confundir os dois nomes.
Toda a confusão começa quando Jo-woo recebe uma encomenda destinada ao Ji-hoo e, ao abrir, se depara com uma coleira cheia de espinhos, própria para a prática de submissão. O protagonista, vendo toda aquela situação, tenta se explicar, mas acaba contando toda a verdade. A jovem, por outro lado, acaba se interessando pelas práticas e decide pesquisar mais sobre o BDSM. No fim, os dois assinam um contrato no qual Ji-woo se torna a mestre de Ji-hoo, é assim eles começam a se relacionar, mas sem sentimentos.
Amor com Fetiche / Netflix
Se você pensa em assistir Amor com Fetiche esperando cenas quentíssimas, nudez e algo mais puxado para a franquia de Cinquenta Tons de Cinza, é melhor esquecer. A produção sul-coreana é extremamente fofa, trata o BDSM de uma forma bem explicativa e focando em vários detalhes, sem sexualizar exageradamente os atores. Talvez essa seja a forma mais sexy de falar sobre esse assunto, sem deixar a prática tão escancarada.
Fora da prática do BDSM, a construção dos personagens acontece de forma rasa, talvez porque estejamos mais acostumados com os k-dramas do que com produções curtas como longa-metragens, então parece que falta história, e algumas coisas não são respondidas, então talvez isso faça com que o filme não seja tão aclamado.
Amor com Fetiche / Netflix
A química dos atores foi algo que me chamou muita atenção, quase que atravessava a tela quando os dois estavam juntos, pareciam um casal que estava se entregando de verdade, foi bem bonito de assistir ele assumindo esse seu gosto excêntrico e ela aceitando ele dessa forma e se entregando para entender melhor como as coisas funcionam.
Mas, assim como os k-dramas, toda a intimidade vai sendo construída até o contato carnal do casal, então é de se esperar de que o primeiro beijo demore bastante para acontecer. Mas, para mim, talvez essa seja a verdadeira essência das produções coreanas.
Amor com Fetiche / Netflix
A diretora Park Hyeon-jin conseguiu imprimir ao filme uma leveza onde tornou tudo mais divertido, sem aquela sensação de peso e constrangimento quando o sexo e algumas práticas consideradas tabus são colocadas a mesa. Apesar disso, nada impede de quase morremos de vergonha alheia com a maioria das cenas de BDSM, principalmente quando o protagonista imita um cachorro.
Amor com Fetiche é uma boa comédia romântica, e só. Ela só surpreende por conta do tema ser abordado em um país um tanto quanto conservador, como a Coreia do Sul, mas de resto, a história não consegue se sobressair, virando só um bom filme pra assistir aos finais de semana.
O Golpista do Tinder é um documentário com cara de ficção, que mostra o quão perigoso são as redes sociais hoje em dia, e como é surreal a facilidade em enganar pessoas que estão a procura de relacionamentos.
A Netflix lançou recentemente em seu catálogo o documentário: ” O Golpista do Tinder ”. Esse documentário conta de uma forma até cinematográfica, a história de Simon Leviev, um golpista que usava a rede social de relacionamentos para extorquir dinheiro de mulheres que buscavam relacionamentos sérios e duradouros, e também aquelas que estavam procurando apenas diversão. Se passando por várias alcunhas diferentes, ele iludia suas vítimas, prometendo uma vida de luxo e riquezas e claro, sendo o mais romântico, apaixonado e perfeito homem que já andou nessa Terra.
Até que depois que suas vítimas estavam completamente iludidas ou apaixonadas, começava então a segunda parte do plano: Montar um terror psicológico para que essas mulheres o ajudassem mandando dinheiro para que ele pudesse resolver seus problemas mirabolantes.
A história é contada inicialmente de uma forma leve, até mesmo cômica, mostrando o rapaz como um príncipe encantado que iria salvar aquelas mulheres de uma vida de tristeza e solidão, até que a coisa começa a ir para um outro lado muito estranho e confuso. O formato do documentário oscila bastante entre momentos de comédia e de tensão. (sem dar muitos spoilers)
O Golpista do Tinder | Netflix
Algo que não podemos deixar de reparar nessa produção é justamente a forma como o documentário põe as mulheres, vítimas do golpista, como pessoas desesperadas por alguém que as ” salvem” de uma vida triste e vazia, sendo que por várias vezes vemos que elas comentam que estavam na rede social apenas para se divertir, sair um pouco da rotina, enfim, quem nunca não é mesmo?
Gosto muito de documentários e esse me pegou desprevenido, pois não sabia dessa história em si e, atualmente, é só o que ouço nas rodas de amigos, nos almoços com minha família e etc… Realmente é uma ótima adição ao catálogo da Netflix, pois percebemos que o assunto tratado ainda é pauta em várias casas, inclusive a minha.
O documentário é bem fácil de assistir, pois como disse, tem um formato mais leve e não é algo muito extenso para aqueles que não tem muita paciência para esse tipo de produção. Além do que, a história é contada de uma maneira que realmente prende o espectador, pois ficamos curiosos em saber como aquele absurdo mostrado em tela vai se desenrolar.
O Golpista do Tinder – Netflix
A produção estreou na Netflix esse mês e ainda está no TOP 10 dos conteúdos mais vistos no streaming, e isso é compreensível, pois as redes sociais fazem parte de nossa vida há algum tempo, e essa é uma história tão absurda e tão surreal que só poderia acontecer na vida real.
O documentário também serve como um alerta sobre como não devemos confiar e nos deixarmos levar por tudo o que vemos em redes sociais, e também mostra como é fácil para pessoas mal intencionadas, obter informações importantes sobre nossa vida privada através da internet.
Claro, não é um documentário perfeito, tem alguns problemas em relação a como ele coloca as pessoas que foram vítimas do golpista por exemplo, porém os acertos da produção acabam fazendo com que a gente deixe de lado esses probleminhas, e também não dá pra agradar a todos. De um modo geral, é uma ótima adição ao conteúdo da Netflix.
O Golpista do Tinder é conteúdo exclusivo da Netflix e já está disponível no streaming.
Diz o ditado alemão: “Se há dez pessoas numa mesa, um nazista se senta, e nenhuma pessoa se levanta, então existem onze nazistas”.
Poderia aqui, neste artigo, falar dos diversos filmes que pululam o inconsciente coletivo quando falamos sobre a Segunda Guerra Mundial ou ainda dos horrores nazistas. Filmes como Olga, 2004, de Jayme Monjardim, ou A Lista de Schindler, 1993, de Steven Spielberg, são ótimos exemplos de longas-metragens que retratam com maestria uma das fases mais sombrias da humanidade.
Porém, no presente momento, 77 anos após o fim da Segunda Guerra Mundial e seus horrores, como o holocausto, é mais que necessário mostrarmos a realidade crua e ardida deixada pelo regime de Adolf Hitler. Dentre elas, o extermínio em massa de mais de seis milhões de judeus em campos de concentração, como Auschwitz, por exemplo. Mas por que falar disso agora?
De acordo com a antropólogaAdriana Dias, que desde 2002 dedica-se a estudar movimentos neonazistas pelo Brasil, mostra que existem cerca de 530 núcleos extremistas espalhados pelo país, podendo chegar ao assustador número do 10 mil pessoas. Representando, portanto, um crescimento de 270%, de janeiro de 2019 a maio de 2021. Um número assustador de um movimento mais assustador ainda, principalmente aqui no Brasil, cujo povo é uma interessante mistura de todas as etnias, culturas e credos.
Mas por que esses movimentos estão ganhando força nos últimos anos? Será que é por causa da disseminação de discursos de ódio disfarçados de liberdade de expressão? Será que é por causa da relativização dos crimes de racismo, homofobia, antissemitismo ou mesmo contra a mulher que estão rolando pela sociedade afora? Será que temos os piores exemplos vindo dos altos cargos da política, como a Presidência da República, ou mesmo da grande mídia, como apresentadores de televisão, YouTube ou mesmo podcast, sem a devida punição prevista em lei? Aparentemente ficaremos sem respostas…
NOITE E NEBLINA, DEZ ANOS DEPOIS DO HOLOCAUSTO
Cena de Noite e Neblina, 1955, Alain Resnais
Em 1955 foi comemorado os dez anos da libertação judia dos campos de concentração nazistas. O diretor francês Alain Resnais, em parceria com o poeta e escritor Jean Cayrol, que havia sido prisioneiro do regime, e o ator Michel Bouquet, voz over da obra, dirige o curta-metragem Noite e Neblina, com aproximadamente 30 minutos de duração.
Somos apresentados a uma mistura de imagens dos destroços dos campos de concentração nazistas, mais precisamente Auschwitz e Majdanek, ambos localizados na Polônia, aos horrores feitos e registrados pelos próprios nazistas. Desde judeus sendo perseguidos pela Schutzstaffel, milícia nazista, e levados para Auschwitz ou Majdanek de trem, como uma máquina de morte. Às suas condições sub-humanas de trabalhos forçados, alojamentos, alimentação, castigos, etc.
Até chegarmos às chocantes imagens da solução final. Câmaras de gás, fornalhas gigantes e até mesmo fogueiras improvisadas para queimar de forma brutal e covarde não somente as provas de um crime sem precedentes, mas também um povo inteiro. De forma crua e ardida, sem rodeios ou liberdades poéticas, vemos os cadáveres de milhares de judeus empilhados. Até onde a brutalidade humana pode chegar? Montanhas de cabelos, pele, ossos, sonhos e vida estão nos vários rastros de sangue e ódio deixados pelos nazistas. Nas palavras do diretor francês François Truffaut: “uma lição de história, inegavelmente cruel, mas merecida” no filme “mais nobre jamais filmado antes”. Onde assistir? YouTube
Em “A Crônica Francesa”, novo filme de Wes Anderson, o diretor conhecido por suas cores pastéis e simetrias convida o telespectador a se encantar pelo que acontece no trabalho diário dos profissionais responsáveis pelas reportagens de jornais impressos, mostrando o lúdico e o poético das narrativas de jornalistas que vivenciam suas narrativas das mais variadas formas para que possam traduzir tudo em palavras aos leitores. Uma verdadeira carta de amor ao jornalismo!
Cores vibrantes e tons pastéis, simetria de ângulos, personagens encantadores e jeito único de contar histórias. Quem já conhece parte da filmografia do diretor Wes Anderson é capaz de reconhecer um filme dele só em olha uma cena. Em Crônica Francesa não é diferente! No filme, que está disponível desde o dia 09 de fevereiro(quarta-feira) na plataforma de streaming Star+, a marca de Wes Anderson está presente em cada cena, com belas e marcantes novidades, inserindo cenas em preto e branco e animações como as dos quadrinhos de Tintim, provando que se pode sim aperfeiçoar uma fórmula que já é conhecida e amada pelo público fã dos filmes do diretor.
Com o título original “The French Dispatch”, em a ” Crônica Francesa” a narrativa se localiza na França do Século XX, na sede de um jornal americano fictício livremente inspirado, tantos nos takes de página impressa utilizados para separar os atos do filme, quanto nos pôsteres que são apresentados nos créditos do filme, no famoso jornal The New Yorker . E a inspiração não para por aí. Ao mostrar os detalhes narrativos, de primor tanto artístico quanto verbal, na experiência de reportagens cotidianas em busca de histórias para narrar em uma matéria jornalística, Wes Anderson e seu elenco de estrelas homenageiam também as matérias maravilhosas do jornal The New Yorker.
E de início, um enredo assim pode até assustar os muitos críticos do jornalismo atual. Mas ninguém resiste a uma história bem contada e todos os atos deste filme/ peça de teatro que Wes Anderson nos apresenta, são dignos de todo os bons ouvintes/ telespectadores. As mudanças de cena brincam como em uma mudança de cenário de um palco de teatro, dividindo o deleite visual já característico do diretor em seções bem definidas como em um jornal que todos leem juntos ao assistir. Cada ato com sua história específica e cada história deixando uma pontinha de encanto na edição histórica do jornal Crônica Francesa.
E é lindo ver como todos os atores do maravilhoso elenco selecionado para este filme conseguiram brilhar igualmente em suas inserções na história, fossem essas participações feitas em longos ou curtos minutos.
E convenhamos, com um elenco com estrelas de variadas gerações como Bill Murray( O Feitiço do Tempo / Os Caça-Fantasmas), Henry Winkler( Pânico/ Click) e Frances Mcdormand(Nomadland/ Três Anúncios para um crime) compartilhando o mesmo filme com Timotheé Chalamet( Me chame pelo seu nome/ Duna), Saoirse Ronan( Lady Bird/ Adoráveis Mulheres) e Tony Revolori ( O grande Hotel Budapeste/ Homem Aranha), só para citar alguns nomes do enorme elenco, já é um presente tanto aos atores quanto aos cinéfilos que acompanham a carreira de cada um deles em poder vê-los juntos em um filme assim.
Para os iniciantes em acompanhar um filme de Wes Anderson, é necessária a paciência e principalmente a capacidade de se encantar com as sutilezas de um olhar, de um texto, dos variados detalhes presentes em cada cena. Não é um ritmo frenético, de explosões ou acontecimentos imediatos, há apenas o escrever de uma grande história, linha por linha, diante dos olhos do telespectador.
A Crônica Francesa também encanta por sua textualidade, onde cada trecho se revela uma poesia, quase como uma aula de como escrever bem, aliada à aulas de como elaborar irresistíveis cenários e, claro, uma vitrine de grandes atuações. Com um elenco formado de parcerias já vistas em outros filmes do diretor, somadas à parcerias novas igualmente talentosas, o novo filme de Wes Anderson é um afago necessário nos tempos atuais. Pois é de grandes e bem contadas histórias que nos nutrimos culturalmente em tempos difíceis.
Exorcismo Sagrado refere diversos clássicos do terror, mas peca em encontrar seu próprio caminho.
Uma das novas apostas do terrorExorcismo Sagrado, é dirigido por Alejandro Hidalgo (A Casa do Fim dos Tempos) que assina o roteiro junto de Santiago Fernández Calvete (Sangue Vurdalak).
O Exorcismo Sagrado acima de tudo é um filme que referencia outros filmes, principalmente ao O Exorcista (1973), seja sua cena de abertura, ou a forma em que as possessões ocorrem. A história do filme é bem interessante, e te prende logo no inicio.
No longa, Peter Williams (Will Beinbrink) é um padre americano que trabalha no México, no ano de 2003, ele acabou sendo possuído por um demônio que tentava expulsar e acaba cometendo o mais terrível sacrilégio. Após dezoito anos do ocorrido, ele carrega um segredo sombrio que o consome até que tenha a oportunidade de enfrentar seu próprio demônio pela última vez.
Exorcismo Sagrado | Imagem Filmes
O filme é um grande apanhado de todos os clichês de filmes de terror/horror dos últimos anos, o problema é que mesmo com uma trama interessante, o longa não consegue utilizar desse meio para trazer algo inovador. Sendo assim, o filme peca em ser mais do mesmo em sua entrega. O expectador consegue adivinhar quando vai acontecer todos os jump scares, mesmo com a tentativa de quebra de expectativa que o filme trás.
A maquiagem também é algo que atrapalha muito a experiência, principalmente nas cenas em que envolviam diálogos dos possuídos, dessa forma, beirando ao cômico.
Mesmo que o protagonista consiga carregar o filme, seus coadjuvantes acabam ficando avulsos dentro da história e servindo apenas de escada para o desenvolvimento do tal. Contudo, preciso dizer que foi interessante ver o Joseph Marcell (Um Maluco no Pedaço) em um papel completamente diferente do que estamos acostumados.
Exorcismo Sagrado | Imagem Filmes
Por fim, Exorcismo Sagrado é um filme genérico de terror, que refere a outros longas clássicos, mas peca na inovação na hora de contar sua história. Seu roteiro é interessante, porém a execução e a direção falham ao entregar a história. O gancho final prenuncia uma tentativa de franquia e deixa um misto de sentimentos, porém a pergunta que mais ficou na minha mente foi: será que precisamos de uma continuação mesmo?
O livro de Boba Fett acerta em mais uma série spin off do universo Star Wars, mostrando detalhes que os fãs da saga só especulavam sobre a trajetória do personagem Boba Fett e expande as possibilidades de desenvolvimento de personagens já apresentados em outras séries da saga.
Considerado um dos personagens mais queridos pelos fãs de Star Wars, Boba Fett foi salvo graças à sua popularidade e finalmente ganhou uma série para protagonizar e contar mais detalhes de sua história, permitindo que todos os fãs possam admirar ainda mais o personagem.
Embora Boba estivesse presente nos filmes das duas primeiras trilogias de Star Wars e em duas das animações da saga( com aparições em um especial de natal de Star Wars, nos filmes Ataque dos Clones, O império Contra- Ataca e Retorno de Jedi e na animação Guerras Clonicas) até o diretor e criador da saga, George Lucas, reconhece que não deu tanta importância ao arco do personagem. Erro que foi corrigido, com direito ao uso de todo o arcabouço tecnológico disponível nos Estúdios Disney, nas duas produções mais recentes da plataforma Disney+, as séries : O Mandaloriano e a atual, O livro de Boba Fett.
O livro de Boba Fett /Disney Plus
E as produções vieram em boa hora. Após acertos tímidos e específicos na última trilogia lançada nos cinemas, Star Wars precisava voltar às suas origens e beber da fonte principal do que funcionava em suas origens, para reanimar seus fãs. E a série O Livro de Boba Fett entrega o pacote completo, narrando trechos da vida de Boba contados através de lembranças ao mesmo tempo em que desenvolve a narrativa no presente adicionando à figura enigmática de armadura mandaloriana, uma força e uma personalidade condizentes com tudo o que Boba já viveu, mostrando um profundo desenvolvimento do personagem agora em evidência, como sempre mereceu através de seu protagonismo.
Na série, com a linha temporal seguindo em sequência os acontecimentos narrados na série O Mandaloriano, Boba Fett( Temuera Morrison) cumpre sua parte do acordo formalizado entre ele e Din Djarin/ Mando ( Pedro Pascal) em troca de reaver sua icônica armadura e retorna a Tatooine, acompanhado da mercenária Fennec Shand( Ming-Na Wen) para reivindicar o território outrora comandado por Jabba The Hutt. Mas a autoridade recém adquirida por Boba é ameaçada quando assassinos tentam promover uma emboscada para reaver o território de Hutt.
O livro de Boba Fett /Disney Plus
Os acontecimentos do presente de Boba se alternam entre narrativas de seu passado e assim a série mantém em cada episódio o fôlego de seus telespectadores, ávidos tanto pelo desfecho das situações quanto pelos caminhos e experiências já trilhados pelo protagonista. É importante frisar que as séries O Mandaloriano e O Livro de Boba Fett estão diretamente interligadas, então quem acompanhava a série anterior e quiser estar a par do que acontecerá na próxima temporada de O Mandaloriano, é recomendável que assista O Livro de Boba Fett. E já adianto: vale cada minuto assistido.
É interessante analisar que o interesse do público pela figura enigmática de armadura predominantemente verde, no início da popularização da saga Star Wars, esteja até hoje colhendo frutos, e incentivando a exploração de novas histórias e o conhecimento de outros mandalorianos que vieram após sua apresentação, como o próprio Mando, protagonista da série O Mandaloriano, e a personagem Sabine Wren, uma mandaloriana rebelde apresentada ao público na série animada Star Wars Rebels. Como constante fonte de novas produções, a saga Star Wars ainda tem muito a mostrar, desde que sempre honre seu passado, sem necessariamente repeti-lo.
O livro de Boba Fett /Disney Plus
A série é interessante tanto para os fãs de Star Wars quando para quem está começando agora a acompanhar a saga, pois tudo o que a pessoa precisa para se atualizar em termos de história e produções está concentrada na plataforma Disney +. Inclusive, com o lançamento da série O Livro de Boba Fett foi lançado um curto documentário contado histórias de bastidores como forma de celebrar a existência e mostrar a importância do personagem Boba Fett para a saga Star Wars. O nome do documentário é “Por Baixo do Capacete: O Legado de Boba Fett”.
Seguindo a linha de Round 6, nova produção coreana da Netflix All Of Us Are Dead entra para a lista de produções em alta da plataforma com uma história eletrizante sobre zumbis
Já imaginou um apocalipse zumbi acontecendo logo após a pandemia do COVID-19? É, na realidade isso é aterrorizante, mas é uma das coisas que faz com que All Of Us Are Dead seja uma das melhores produções do ano!
Primeiro, é bom assistir a série com 100% de desapego aos personagens, até porque, quem já é fã dos k-dramas sabe, eles não perdoam ninguém. Segundo, como muitas produções sul-coreanas, All Of Us Are Dead é mais uma que trás na sua história uma crítica sobre a sociedade, além de dar ênfase ao bullying que ainda é algo recorrente no país.
All Of Us Are Dead segue dois amigos de infância, Nam On-Jo (Ji-hu Park) e Lee Cheong-San (Chan-Young Yoon), que frequentam a mesma escola, o colégio Hyosan. Em um dia cheio de acontecimentos como: Ohn Jo abrindo o seu coração para Jae Ik (Kyoo-hyung Lee), uma aluna, que decidi ir atrás do barulho que vinha do laboratório do professor de ciências -Prof. Byeong Chan (Byeong-cheol Kim)- acaba sendo mordida por um dos ratos que estavam em fase de teste.
All Of Us Are Dead / Netflix
Após a mordida, a aluna acaba agindo de uma forma estranha, se contorcendo, com sinais de hipotermia e mordendo alguns alunos. E é assim que tudo começa.
Origem do vírus
O criador do vírus é apresentado logo no primeiro episódio, e é o professor de ciência Byeong Chan, que inventou o “vírus” para que ele agisse como uma forma de “força interna” dentro das pessoas, especialmente do seu filho, que vivia sofrendo bullying dos colegas do colégio.
O vírus seria ativado a partir do momento que o indivíduo se sentisse ameaçado, ativando uma espécie de força e raiva, mas óbvio que tudo deu errado, e acabou passando do limite. O filho do professor e sua esposa foram as primeiras vítimas fatais dessa ideia de louco.
A maior parte do dorama se passa dentro da escola, com os alunos sobreviventes indo de sala em sala em busca da ajuda, que não vem tão cedo. Tentar sobreviver e fazer com que seus amigos também continuem vivos não é uma tarefa nada fácil, em vista de que os zumbis não são nem um pouco o estilo dos de The Walking Dead, já que eles são mega espertos, correm pra caramba e não “morrem” tão fácil.
All Of Us Are Dead / Netflix
Mesmo o foco principal sendo a escola, a produção também explora a cidade de Hyosan e como os cidadãos estão lidando com toda situação, incluindo o governo, que ativa a lei marcial, cortando qualquer comunicação.
Escrito por Seong-il Cheon e dirigido por J. Q. Lee e Kim Nam-Soo, All of Us Are Dead deixa qualquer um boquiaberto. Os planos sequências das cenas são incríveis, e dá gosto de assistir. Além disso, fotografia, arte e a pós produção também chamam muito a atenção pelo trabalho impecável realizado em cima dos zumbis. As cenas em que há mordidas, parece muito real, é extremamente assustador, além da série inteira jorrar sangue para todos os lados. Se você é sensível, não assista!
All Of Us Are Dead / Netflix
Em todos os quesitos, All Of Us Are Dead consegue alcançar a excelência, os atores se entregaram muito bem aos seus personagens. É emocionante quando tem que ser emocionante, é tenso quando tem que ser tenso. É tudo muito ao extremo. Surpreende de verdade.
Por fim, fica o meu pedido para que a segunda temporada de All Of Us Are Dead, acredito que tenha muito espaço para explorar e muita audiência para uma possível continuação. A série se tornou uma grande surpresa, e abre 2022 da melhor maneira possível.
“Reacher” acaba de estrear no Prime Video e traz ação, adrenalina e humor na medida certa!
Jack Reacher (Alan Ritchson) é um ex-militar que, ao passar pela pacata cidade de Margrave, é detido como suspeito de um homicídio. Os motivos que o levaram até lá até então eram inocentes, mas quem acreditaria na coincidência de um forasteiro passando por acaso no local de um homicídio em uma cidade em que nada acontecia há tempos? Ou será que muita coisa acontecia e os moradores só não ficavam sabendo?
Com a confusão armada, Reacher é levado preso e na delegacia conhece o detetive-chefe OscarFinlay (Malcom Goodwin) e a policial Roscoe Conklin (Willa Fitzgerald). Com o primeiro, há muitos entraves de cara, mas com a mulher há uma súbita conexão. Enquanto ela começa a verificar o álibi dado pelo ex-militar, um agente financeiro, que não parece ter matado uma mosca na vida, assume o assassinato de forma repentina.
Reacher | Amazon Prime Video
Margrave é uma cidade pequena, daquelas em que todos se conhecem. Então imaginem o choque quando, além daquele homicídio inicial, várias outras pessoas começam a morrer inexplicavelmente em pouquíssimos dias? Não só isso, mas também ocorre uma coincidência enorme quando se descobre que uma dessas pessoas assassinadas é simplesmente Joe Reacher, irmão do nosso protagonista. Logo logo Reacher está mais envolvido do que gostaria, e sua estada em Margrave não seria mais tão curta.
Uma coisa interessante na série são os flashbacks que mostram como Jack e Joe eram próximos durante a infância, e que tentam explicar um pouco sobre a personalidade explosiva de Reacher. No entanto, nos dias atuais, Jack nem tem notícias de seu irmão, até encontrá-lo entre os mortos em Margrave. E mesmo assim, as pistas deixadas por Joe acabam sendo fundamentais para que a investigação ocorra.
Reacher demonstra muitos conhecimentos e habilidades investigativas. Sendo assim, ele, o detetive Finley e Roscoe começam a investigar a fundo tudo o que aconteceu e descobrem segredos obscuros que envolvem a cidade, moradores poderosos e crimes do colarinho branco que ninguém jamais imaginaria. Ou seja, tem uma temática além do usual em histórias de ação, fazendo com que o público fique ansioso para montar logo o quebra-cabeças.
Reacher | Amazon Prime Video
Talvez você esteja se lembrando de já ter visto ou ouvido falar de Jack Reacher, não é mesmo? Acontece que a série tem por base uma série de livros, de autoria de Lee Child, que já havia sido adaptada como dois filmes, estrelados por Tom Cruise, nos anos de 2012 e 2016.
A franquia de filmes não fez tanto sucesso, no entanto, sendo uma das principais críticas o fato de Tom Cruise não ser tão grande e forte como Reacher é descrito. Afinal, é um personagem que intimida a todos só com o olhar – e isso fica bem claro na série! Sendo assim, se você viu os filmes e não gostou muito, não se preocupe, a série é bem diferente.
Jack Reacher | Paramount Pictures
“Reacher” tem muita ação, claro, mas além disso tem muito humor, dramas familiares, lições sobre amizade e aquele ar investigativo que enche a gente de adrenalina até o final, tudo isso na exata medida. Ou seja, nada é maçante, e a série, que tem apenas oito episódios, prende a gente o tempo todo. Tudo fica bem amarradinho no final, não ficam pontas soltas. Há rumores sobre uma segunda temporada, mas por enquanto nada confirmado.
A série estreou no último dia 04 de fevereiro no Prime Video e é ideal para fazer aquela maratona!
Moonfall: Ameaça Lunar é o típico filme de desastre que se preocupa mais em mostrar destruição e muito CGI do que priorizar a narrativa e trabalhar nas coerências do roteiro.
No filme Moonfall, de Roland Emmerich, uma força misteriosa tira a Lua da sua órbita em torno da Terra e envia-a numa rota de colisão capaz de aniquilar a vida como a conhecemos. Semanas antes do impacto, e com o mundo à beira de aniquilação, Jo Fowler (Halle Berry), executiva e ex-astronauta da NASA está convencida que tem a chave para nos salvar a todos – mas apenas um astronauta do seu passado, Brian Harper (Patrick Wilson), e o teórico conspiracionista, K. C. Houseman (John Bradley), acreditam nela. Estes heróis improváveis vão ter de se lançar numa última missão impossível no espaço, deixando para trás todos os que amam, apenas para descobrir que a nossa Lua não é o que pensávamos que era.
Moonfall: Ameaça Lunar | Diamond Films
Existem dois tipos de espectadores fãs de ficção científica e filmes de desastres: Aqueles que preferem ver tudo ruindo mas ter uma trama coerente e repleta de detalhes e outros que preferem o espetáculo visual e não se preocupam com a história em si no primeiro plano. Roland Emmerich traz mais um filme de uma possível destruição da terra e a extinção de toda a vida. O diretor de Independence Day e 2012 faz uma mistura de seus dois filmes mais populares e entrega algo que pode dividir opiniões.
Emmerich costuma assinar filmes de catástrofes e sci-fies que envolvam ameaças extraterrestres à terra, porém em seus núcleos centrais sempre há um drama familiar que na maioria das vezes é bem desenvolvido e consegue captar empatia do espectador para com àquela história apresentada. Em Moonfall: Ameaça Lunar isso não é diferente, mas diferente dos muitos acertos, a trama da família fica em último plano e por ai já apresenta-se uma das piores coisas no filme.
Moonfall: Ameaça Lunar | Diamond Films
No quesito atuações, nada de muito excepcional. O trio de protagonistas, Halle Berry, Patrick Wilson e John Bradley não cativam muito e não trazem seus melhores trabalhos, mas conseguem sustentar o peso da trama e suas relevâncias dentro dela. Dentre os três o personagem de Bradley é o que mais deve desagradar àqueles que buscam um filme mais sério. O personagem que é o alívio cômico do filme é o responsável pelas piadas mais sem noção e fora de hora que beiram ao constrangimento.
Os coadjuvantes que representam as famílias desses personagens não acrescentam muito a história, visto que no filme, os mesmos são esquecidos até pelos seus parentes heróis que dados momentos nem se lembram que seus entes queridos estão em perigo. Mais uma vez a exceção fica para o personagem de John Bradley que é o mais cativa e chega a levar pro coração do espectador a sua relação com sua mãe.
Moonfall: Ameaça Lunar | Diamond Films
Moonfall deixa a desejar em sua montagem, com passagens de curtos períodos de tempo e a desconexão em alguns casos, mas isso fica justificado ao final do filme quando o espectador nota que o longa se preocupa mais em ser um filme passa tempo ao invés de trazer algo super elaborado tecnicamente. Em contrapartida o trabalho sonoro da produção é muito bem feito.
Emmerich acerta em fazer do previsível algo recorrente e que no terceiro ato traz explicações que levam a trama para novos caminhos. Quando o espectador acha que Moonfall está indo muito para o lado “2012”, eis que surgem situações que desviam a história para um lado “Independence Day” e até mesmo “O Dia Depois de Amanhã”. Parece que o cineasta está fazendo uma auto-homenagem e celebração de seus principais trabalhos.
O cineasta claramente tenta fazer algo que beiraria ao complexo na mão de outros diretores. Nessa produção o veterano busca criar suas próprias leis da física, deixando de lado o que tem acontecido recentemente em produções do gênero que sempre visam em trazer algo o mais próximo possível da realidade, apesar de ter coisas ali que são comprovadas na nossa realidade.
Rolland Emerich no set de Moonfall: Ameaça Lunar | Photo Credit. Reiner Bajo
Aqueles que não viram nenhum material promocional podem ser os que mais sairão satisfeitos do cinema com a trama de Moonfall, pois as reviravoltas que o longa traz estão praticamente todas em seus materiais promocionais.
Moonfall: Ameaça Lunar é o típico filme de catástrofe que traz uma leveza intelectual, que não requer que seu público quebre a cuca para entender seus pontos. O longa é apenas a destruição pela destruição, um filme que certamente estará nas nossas telinhas em um futuro próximo, e muito talvez na sessão da tarde; e isso deve desagradar o público que busca por histórias complexas, do tipo “Interestelar” ou “A Chegada”. Certamente o novo longa de Roland Emmerich vai ser bem polarizado, tanto positiva ou negativamente.
Pam e Tommy, Nova série da plataforma de streaming Star+, estreou nesta quarta feira, dia 2 e conta a história da sex tape envolvendo a atriz Pamela Anderson e o baterista da banda Mötley Crüe, Tommy Lee, vazada de forma criminosa nos primórdios do que hoje chamamos de internet.
Pam e Tommy mostra a união entre a atriz sex symbol dos anos 90, Pamela Anderson ( Lily James) e um baterista de uma famosa banda de glam metal, Tommy Lee (Sebastian Stan) e isso, a princípio, poderia inspirar uma série romântica. Mas como tudo foi intenso no início deste romance, ambos foram vítimas de um dos crimes mais comuns hoje em dia mas pouco discutidos na época: o revenge porn. No caso que inspirou a série Pam eTommy, a divulgação de cenas íntimas do casal aconteceu através de um trabalhador que não foi devidamente remunerado por Tommy.
A partir daí todos os lados e protagonistas deste escândalo são apresentados e o telespectador por diversas vezes é levado a questionar quais são os limites da privacidade, qual o preço da fama e até que ponto a sociedade evoluiu ou regrediu relacionando estes pontos com o constante aperfeiçoamento da tecnologia.
Pam e Tommy – Photo by: Erin Simkin/Hulu)
Pelos nomes famosos envolvidos neste vazamento, pela repercussão que este acontecimento representou para a época em que ocorreu e até para servir como alerta e como pauta de discussão do que infelizmente ainda acontece hoje em dia, o diretor Craig Gillespie ( diretor de filmes como Cruella e Eu, Tonya) acertou em não apresentar Pamela Anderson( Lily James) como culpada pelo que ocorreu, como por anos a mídia insistia em declarar. O diretor inclusive já tem este histórico em fazer de suas protagonistas, donas de suas próprias histórias, independente do que venha a ocorrer em suas trajetórias.
Esta humanização das protagonistas baseadas em histórias reais é empregada na apresentação de Pamela Anderson na série, magistralmente representada pela atriz Lily James em seu primeiro papel longe da estética ” boa moça, princesa de contos de fada” as quais a atriz é acostumada. Sebastian Stan está muito à vontade em seu papel como Tommy Lee. E quem é acostumado a ver o ator com seu semblante sério protagonizando filmes de super herói, verá um lado mais cômico e caótico de sua interpretação na série Pam & Tommy.
O elenco conta também com nomes como Seth Rogen(A entrevista), Taylor Schilling ( Orange is the New Black), Nick Offerman(Making It – Projeto Artesanato), Fred Hechinger( A mulher na janela), Mozan Marnò( The Black List), Pepi Sonunga e Paul Ben Victor
Pam e Tommy Photo by: Kelsey McNeal/Hulu)
Sinopse: Baseada em fatos reais, a série Pam e Tommy apresenta o relacionamento da atriz Pamela Anderson (Lily James) e do baterista Tommy Lee (Sebastian Stan), um dos casais mais badalados dos anos 90. O romance iniciou em 1995, quando resolveram se casar 96 horas depois de terem se conhecido e, no mesmo ano, estamparam tabloides do mundo inteiro após o roubo e vazamento de uma sex-tape feita em sua lua de mel, que se tornou o primeiro vídeo viral de todos os tempos.
Os três primeiros episódios da série Pam e Tommy já estão disponíveis na plataforma de streaming Star+. O lançamento dos próximos episódios será feito semanalmente, toda quarta-feira.
Nestas linhas que seguem, vou analisar, dentro de um universo tão rico quanto do filme “O Exorcista”, William Friedkin, 1973, apenas um personagem: o Padre Damien Karras, Jason Miller, junto da narrativa em si, pois um completa o outro.
REFLEXÃO
Linda Blair, O Exorcista, 1973
O drama da atriz Chris MacNeil, Ellen Burstyn, em ver Regan, Linda Blair, sua filha única definhando em dor e desespero nas mãos de médicos e exames, nos faz refletir em como a vida é delicada e a qualquer sinal de fogo, somos profundamente abalados. Apesar disso, das dores todas, Chris acredita que os médicos vão curar o problema de sua filha.
E O DIAGNÓSTICO?
Ellen Burstyn, O Exorcista, 1973
Mas e quando a ciência não tem todas as respostas? E quando as regras e exatidões médicas não suprem nem identificam o problema de alguém? E o pior: e quando o último recurso é a religiosidade, lugar que depende das crenças, dogmas, dentre outras coisas amorfas que podem ou não curar-lhe as dores do corpo e da alma?
Pois é isso que se passa na cabeça de Chris quando, em uma reunião com vários médicos e muitas incertezas sobre o caso de sua filha, lhe é sugerido um padre exorcista para expulsar, tratar, mesmo que de forma psicoterapêutica (o famoso placebo), sua “manifestação alienígena”.
Bom deixar registrado que os médicos e seus orgulhos todos não acreditavam de forma alguma que Regan estava a passar por manifestações sobrenaturais. Como dito antes, achavam, e com muito desdém, inclusive, que seus problemas eram apenas de ordem psiquiátrica e que uma sessão ou outra de exorcismo seria tão eficaz quanto idas regulares à análise.
EM NOME DO PAI…
Jason Miller e Ellen Burstyn, O Exorcista, 1973
E como qualquer mãe, Chris corre atrás do possível remédio para sua filha, achando que este poderia ter alguma resposta: no caso, o Padre Damien Karras. Agora o filme segue para um exorcismo e todos têm um final feliz, certo? Errado, pois o padre em questão está a passar por uma seríssima crise de fé. Adentramos, portanto, nos dilemas humanos tanto do padre quanto da pessoa de Karras, observando uma dialética entre o divino e o profano, que têm como síntese, o homem.
O HOMEM
Jason Miller, O Exorcista, 1973
Além de padre, Damien Karras também é conselheiro psiquiátrico na Universidade de Georgetown, Washington DC. Jesuíta de formação, ele vive em um bairro periférico, em um apartamento modesto e sem luxos. Nas folgas, vai de trem até Manhattan, Nova Iorque, cuidar de sua mãe já idosa e debilitada.
Neste cenário, Karras passa a questionar a Deus, o Diabo e suas escolhas de vida, dentre outros dilemas e paradoxos: ele poderia ter seguido na área da saúde, a psiquiatria, pois assim conseguira bancar um tratamento digno a sua mãe. Todavia, como Padre Jesuíta, Karras fez, dentre outros, votos de pobreza. Seu desejo de ter melhores condições financeiras é confrontado pelos seus votos perante Cristo e carestia.
Apesar destes desejos contraditórios em pleno conflito, observamos Karras, em determinada cena, negar esmolas a um morador de rua. Mas por ter feito votos de pobreza, não deveria abrir mão de seus poucos trocados? Este recorte serve para evidenciar como Karras, antes mesmo de ser Padre, é, enquanto homem, um ser humano cheio de contradições. Talvez sua crise de fé seja um dos sintomas desta persona tão paradoxal.
CÉU E INFERNO
Pazuzu, O Exorcista, 1973
Karras está a duvidar da existência de Deus, dos motivos e mistérios da vida e morte. Como um cientista em busca de respostas para seus questionamentos, ele quer a prova cabal da existência de Deus. Porém, muito diferente de um cientista, que pode colocar em vidros e medições suas experiências, Karras é incapaz de mensurar a presença divina em sua vida. Mas, e se a antítese de Deus se fizesse presente? Será que provaria, de alguma forma, Deus?
Se há o frio, existe o quente. Se há o claro, existe o escuro. Se há o alto, existe o baixo. Mas será que a simples presença do yin prova a existência do yang? Considerando a mitologia cristã, se há o Diabo, necessariamente deve haver a figura de Deus enquanto criador das vidas e mortes todas. O que se segue ao longo do filme, logo após Chris procurar a ajuda de Karras, é o seu confronto interno com as diversas e indubitáveis manifestações sobrenaturais que afligem Regan. Se aquilo não são manifestações psíquicas, o que (ou quem), são? A cada instante, Karras fica frente a frente com ele…
ATO CRISTÃO
jason Miller e Linda Blair, O Exorcista, 1973
Mesmo sem estar absolutamente convicto da veracidade daquele caso, Karras pede a seus superiores que o liberem para realizar o ritual de exorcismo junto de um Padre mais experiente — no caso, Padre Lankester Merrin, Max Von Sydow, que tem em seu “currículo”, um polêmico exorcismo realizado nos anos 50. Assim que chega a noite do exorcismo, Padre Marrin orienta Padre Karras a não dar ouvidos ao demônio, uma vez que ele se utiliza de jogos psicológicos para nos perturbar. A qualquer sinal de fogo, somos profundamente abalados. E é disso que o Diabo gosta!
A entidade, durante o ritual, faz zombarias sobre a morte da mãe de Karras, deixando-o confuso e atordoado. Ali, neste momento, o Diabo começa adentrar sua mente. Porém, uma outra mensagem adentra seu coração: em um dos momentos finais do longa, Chris pergunta preocupada se Regan tem chances de morrer. Karras entende aquela pergunta como uma súplica, fazendo de tudo para livrar a menina daquele mal. Fazer por Regan o que não pode fazer por sua mãe: salva-la. Sem maiores explanações sobre os últimos momentos do filme, Karras, num ato quase cristão, pede para que aquela entidade adentre seu corpo, sacrificando-se por Regan.
Ao observarmos seu arco narrativo, o vemos de uma dúvida quase que paralisante, à sua indubitável certeza da presença demoníaca que rondava aquela casa; finalizando com um ato de sacrifício em nome de algo maior, tal qual Jesus Cristo, morto na cruz, pagando por todos os nossos pecados e nos salvando do suplício eterno.
Com um elenco estrelado, O Beco do Pesadelo, novo longa dirigido por Guillermo Del Toro entrega ótimas atuações, porém falha com o ritmo, se tornando cansativo.
Quando o carismático, mas misterioso, Stanton Carlisle (Bradley Cooper) se torna querido para a vidente Zeena (Toni Collette) e o seu marido mentalista Pete num circo de variedades, ele ganha um bilhete dourado para o sucesso. Dessa forma, usa o conhecimento adquirido com eles para ludibriar a elite rica da sociedade de Nova Iorque dos anos 1940. Com a ajuda de Molly (Rooney Mara), Stanton planeia enganar um magnata perigoso com a ajuda de uma psiquiatra misteriosa que pode vir a ser sua melhor adversária.
O Beco do Pesadelo | 20th Century Studios
Durante sua carreira Del Toro se mostrou mais do que capaz de dirigir filmes mesclando terror e fantasia, afinal, essa é a marca do diretor. Com duas horas e meia de duração, O Beco do Pesadelo é esteticamente lindo, e entrega a atmosfera noir da narrativa do livro de William Lindsay Gresham, porém a assinatura tão amada do diretor fica um pouco de lado.
Sendo assim, quem espera encontrar um longa voltado ao suspense e ao horror, com o mesmo encantamento de seus longas anteriores, ficará um tanto decepcionado. Focando em um enredo mais dramático, o longa cria uma fábula sobre as consequências de atitudes que são tomadas na tentativa da ascensão, e a queda de quem escolhe seguir caminhos turvos para chegar onde deseja.
O Beco do Pesadelo | 20th Century Studios
Talvez, o filme poderia ter funcionado muito melhor se fosse uma minissérie, em alguns momentos há algumas quebras de narrativa que cairiam muito bem em uma história para TV. Para falar a verdade me lembrou bastante da temporada de American Horror Story: Freak Show.
Com um história imersiva, e com atuações dignas de premiações, O Beco do Pesadelo funciona muito por conta de seu elenco. Porém peca em sua narrativa arrastada, o que torna o longa cansativo em diversos momentos. Contudo, quem procura um bom suspense para assistir, pode ser uma ótima pedida.
Ganhando distribuição no território nacional pelas mãos da Paris Filmes, Belle é, definitivamente, uma jornada que visa o compartilhamento de emoções provenientes da trama sensível e do design surreal. Emoldurado pela ficção e embalado pelo drama, a animação nipônica é um aceno forte ao mundo dos MMO — Massively Multiplayer Online — jogos online com um número gigante de jogadores, vide: Final Fantasy 14, The Sims, entre outros.
Não é de hoje que as animações orientais rompem a linha do público infantil para abordar temas densos, vistos de forma diferente pelos adultos. Em 1988, o saudoso diretor (e um dos pais fundadores do Studio Ghibli) Isao Takahata lançou o devastador Túmulo dos Vagalumes; longa que usou o poder dos desenhos para abordar a vida cruel dos órfãos de guerra. Cinco anos antes, Gen Pés Descalços, de Mori Masaki, optou por uma mensagem mais aterrorizante, tornando as cores um meio para pintar a morte em massa causada pelas bombas atômicas. Agora, em 2022, o esgotamento psicológico e a fuga da realidade estão no cerne de Belle, obra do talentoso Mamoru Hosoda.
Belle / Paris Filmes / Studio Chizu
Sobre o filme:
Suzu é uma estudante tímida do ensino médio que vive em uma vila rural. Por anos, ela foi apenas uma sombra de si mesma. Mas quando ela entra em “U”, um enorme mundo virtual, ela foge para sua persona online como Belle, uma cantora linda e globalmente amada. Um dia, seu show é interrompido por uma criatura monstruosa perseguida por vigilantes. À medida que sua caçada aumenta, Suzu embarca em uma jornada épica e emocional para descobrir a identidade dessa misteriosa “fera” e descobrir seu verdadeiro eu em um mundo onde você pode ser qualquer um.
A maioria das histórias nascem de ideias. No entanto, existem aquelas que vêm para esse mundo a partir de um sentimento ou emoção. Dor, raiva, luto, amor, empatia e solidão. Enxerga-se um misto abstrato de sensações em Belle e a culpa disso concentra-se na personagem chave dessa jornada.
De início, o enquadramento e o mundo virtual lembram o distante Guerras de Verão, primo mais velho de Belle, lançado em 2009. Porém, rapidamente, a trama seguiu os moldes de A Garota que Conquistou o Tempo, apostando alto no drama. Todos esses filmes, aliás, são frutos de Mamoru Hosoda, que transforma suas animações em discursos que podem abraçar, ferir, ou sacudir os telespectadores de suas realidades.
Belle / Paris Filmes / Studio Chizu
Depois do sentimental e encantador Crianças Lobo (animação de 2012), Hosoda continua a assinar suas obras com a mistura de fantasia, ficção e drama. Aliás, é o drama que possui a maior dose em suas receitas! Afastando saídas fáceis e fugindo do melodrama, ele constrói, com um passo de cada vez, contexto externo e interno para justificar as ações ou falta de ações de sua protagonista em Belle. O mesmo acontece, é claro, com outros personagens que possuem destaque.
Longe de criticar os consumidores de MMO, Hosoda assume a missão de mostrar a verdadeira face das pessoas que abraçam a existência através das telas do celular ou computador. Expondo uma visão que, ao mesmo tempo, é otimista e pessimista, o diretor, também roteirista, evidencia as razões alheias que levam os jogadores a usarem os games como esconderijo. Inclusive, ele se propõe a pincelar a recepção amistosa e violenta existente nesses jogos.
Belle / Paris Filmes / Studio Chizu
Suzu, a protagonista de Belle, é marcada pelo passado: carrega em si muitas feridas. Sua existência nesse roteiro se dá pela sucessão de acasos que a fazem achar um lugar aconchegante no mundo digital. Isto é, ela encontra um caminho virtual para se encontrar no mundo real. Seu arco narrativo, é claro, se cruza com uma figura feroz e corpulenta, apelidada de Fera. Foi nesse momento que eu me perguntei “será que a protagonista correrá, o tempo todo, atrás de outro personagem para se curar?“. Todavia, ajudando o outro e sendo empática foi a melhor escolha que o diretor fez, uma vez que a história do passado da personagem é mostrada.
Com a presença dos avatares do jogo, que são máscaras virtuais para os jogadores, o texto de Belle preocupa-se em escancarar as fraquezas e forças de seus personagens, inserindo-os em uma cadeia de acontecimentos. Acenando diversas vezes para A Bela e a Fera, o filme não está interessado em contar uma história de romance e isso é entendido nos minutos iniciais. Com esse objetivo claro, algumas aparições de certos personagens tornam-se um grande ponto de interrogação quando a história para, simplesmente, para mostrá-los e não conceder um maior desenvolvimento para estes.
Belle / Paris Filmes / Studio Chizu
Por outro lado, a figura que está atrás da tela, vivendo sua vida como A Fera, essa sim, possui consistência em suas poucas aparições. É na revelação final que Hosoda explica a “razão” de alguns jogos se tornarem refúgios. Todos nós, de alguma forma, construímos uma versão do nosso “eu” na “Cybervida”, seja nos games ou nas redes sociais. No fim das contas, temos os nossos avatares, de um jeito ou de outro. Enfim, ainda que Belle perca forças no segundo ato, o enredo lapida um desfecho cativante. Com um pé na realidade nada fantasiosa e outro no mundo virtual, a animação se consolida como mais um trabalho tocante de Mamoru Hosoda.