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  • Crítica| O Projeto Adam- Novo filme da Netflix emociona e brinca com referências

    No filme ” O Projeto Adam” é contada a história de Adam Reed( Ryan Reynolds) que decide mudar o caos do futuro em que vive, no ano de 2050, retornando para o passado. Mas acaba errando o ano em que devia voltar e acidentalmente retorna para o ano de 2022 esbarrando no seu eu de apenas 12 anos de idade. Novo lançamento da Netflix, O Projeto Adam é um filme que mistura elementos de ficção científica, com referências (e atores) de filmes de super herói e comédia romântica e completa sua mistura com um enredo familiar que emociona e cativa o telespectador. A escolha do elenco foi fundamental para que tudo se encaixasse, como se o público já conhecesse os personagens há anos. É quase como um filme planejado para se tornar um clássico da “Sessão da Tarde”. Nesse caso, um clássico exclusivo da Netflix.

    Com elenco estrelado contando com nomes como Zoe Saldana(Guardiões da Galáxia), Mark Ruffalo(Vingadores Ultimato), Jennifer Garner( De repente 30) e o próprio Ryan Reynolds( Deadpool/Free Guy) o filme brinca com a simpatia que os telespectadores já possuem por esses atores e se utiliza de características de personagens de outros trabalhos de cada ator do elenco para construir uma familiaridade imediata. O telespectador se encanta não só pela história contada mas por reconhecer a base dessa familiaridade e fica nesse jogo divertido de auto referência implícita, sacada esperta da produção do filme.

    No filme " O Projeto Adam" é contada a história de Adam Reed( Ryan Reynolds) que decide mudar o caos do futuro em que vive, no ano de 2050, retornando para o passado. Mas acaba errando o ano em que devia voltar e acidentalmente retorna para o ano de 2022 esbarrando no seu eu de apenas 12 anos de idade. Novo lançamento da Netflix, O Projeto Adam é um filme que mistura elementos de ficção científica, com referências (e atores) de filmes de super herói e comédia romântica e completa sua mistura com um enredo familiar que emociona e cativa o telespectador. A escolha do elenco foi fundamental para que tudo se encaixasse, como se o público já conhecesse os personagens há anos. É quase como um filme planejado para se tornar um clássico da "Sessão da Tarde". Nesse caso, um clássico exclusivo da Netflix.
    O Projeto Adam| NETFLIX

    Desde que Ryan assumiu o papel de Deadpool, é como se todos os outros filmes que ele fizesse parte fossem uma extensão do divertido personagem da Marvel. E como o personagem se confunde com a personalidade do ator, consequentemente em todo filme que atua, Ryan está sendo ele mesmo. Em o Projeto Adam, Reynolds continua seguindo à risca o papel de ser ele mesmo, imprimindo em Adam Reeds um lado emocional e dramático além da veia cômica.

    No filme " O Projeto Adam" é contada a história de Adam Reed( Ryan Reynolds) que decide mudar o caos do futuro em que vive, no ano de 2050, retornando para o passado. Mas acaba errando o ano em que devia voltar e acidentalmente retorna para o ano de 2022 esbarrando no seu eu de apenas 12 anos de idade. Novo lançamento da Netflix, O Projeto Adam é um filme que mistura elementos de ficção científica, com referências (e atores) de filmes de super herói e comédia romântica e completa sua mistura com um enredo familiar que emociona e cativa o telespectador. A escolha do elenco foi fundamental para que tudo se encaixasse, como se o público já conhecesse os personagens há anos. É quase como um filme planejado para se tornar um clássico da "Sessão da Tarde". Nesse caso, um clássico exclusivo da Netflix.
    O Projeto Adam| NETFLIX

    Na nova parceria entre o diretor Shaun Levy (Free Guy- Assumindo o Controle) e Ryan Reynolds( Deadpool) encontramos tudo o que um filme capaz de divertir a família, precisa. É quase um combo digno de melhores filmes da Sessão da Tarde. Tem viagem no tempo, ação, comédia, drama, naves, efeitos e trilha sonora no tempo certo.

    Podemos até dizer que os assuntos abordados e a forma como a história foi conduzida não tenham nada de inovador pois o diretor se inspirou em muitos filmes e brinca com cada uma dessas inspirações. Mas em filmes como esse, os lugares e características comuns servem como uma zona de conforto repleta de nostalgia.

    No filme " O Projeto Adam" é contada a história de Adam Reed( Ryan Reynolds) que decide mudar o caos do futuro em que vive, no ano de 2050, retornando para o passado. Mas acaba errando o ano em que devia voltar e acidentalmente retorna para o ano de 2022 esbarrando no seu eu de apenas 12 anos de idade. Novo lançamento da Netflix, O Projeto Adam é um filme que mistura elementos de ficção científica, com referências (e atores) de filmes de super herói e comédia romântica e completa sua mistura com um enredo familiar que emociona e cativa o telespectador. A escolha do elenco foi fundamental para que tudo se encaixasse, como se o público já conhecesse os personagens há anos. É quase como um filme planejado para se tornar um clássico da "Sessão da Tarde". Nesse caso, um clássico exclusivo da Netflix.
    O Projeto Adam | NETFLIX

    A versão criança de Adam, interpretada pelo jovem Walter Scobell é um garotinho sabichão mas ao mesmo tempo problemático em lidar com os problemas que o atingem. E o encontro dele com sua versão mais velha, interpretada por Ryan Reynolds, nos faz lembrar do filme Duas Vidas(2000) em que Bruce Willis também se encontra com uma versão jovem de si mesmo. Esses encontros que muitos de nós já sonhamos algumas vez em ter, são sempre memoráveis de assistir. E a simpatia do jovem ator complementou a atuação de Ryan de uma forma muito harmônica.

    O Projeto Adam é um filme que foi feito para encantar e conseguiu cumprir o seu papel de forma bem genuína, pegando todos pelo coração através de sua história, das atuações de seu elenco e principalmente pela nostalgia que só uma mistura de ficção científica, filmes de super heróis, comédia romântica e inúmeras referências poderia fazer de forma completa. Não precisou ser inovador ou impecável para ser um bom filme.

    No filme " O Projeto Adam" é contada a história de Adam Reed( Ryan Reynolds) que decide mudar o caos do futuro em que vive, no ano de 2050, retornando para o passado. Mas acaba errando o ano em que devia voltar e acidentalmente retorna para o ano de 2022 esbarrando no seu eu de apenas 12 anos de idade. Novo lançamento da Netflix, O Projeto Adam é um filme que mistura elementos de ficção científica, com referências (e atores) de filmes de super herói e comédia romântica e completa sua mistura com um enredo familiar que emociona e cativa o telespectador. A escolha do elenco foi fundamental para que tudo se encaixasse, como se o público já conhecesse os personagens há anos. É quase como um filme planejado para se tornar um clássico da "Sessão da Tarde". Nesse caso, um clássico exclusivo da Netflix.
    O Projeto Adam | NETFLIX

    Para pessoas como o diretor Shaun Levy e o ator Ryan Reynolds, bem como para cada um dos membros do elenco, fazer parte da memória afetiva dos telespectadores como personagens inesquecíveis a ponto de poder brincar de auto referência anos depois, tem um valor especial que premiações não possuem. Cinema também é isso.

    O Projeto Adam já está disponível para assinantes da Netflix.

    Nota 5/5
    Assista ao trailer:

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    Crítica | Crush à Altura 2 – sequência decepciona mas ensina lição sobre autossabotagem

    Crítica | Our Beloved Summer

  • Crítica | Pam e Tommy – série acerta em mobilizar acolhimento, mas expõe Pamela novamente, sem permissão

    Pam e Tommy, série disponível no Star Plus, encerra a história real da primeira sex tape divulgada sem permissão, em uma época em que a rede mundial de computadores ainda estava em seus primeiros passos. E apesar de mostrar em seus oito capítulos quem realmente sofreu com toda a repercussão negativa desse compartilhamento criminoso, ao expor novamente todo o trauma pelos julgamentos sofridos na época, não permitiu que a vítima principal, a atriz Pamela Anderson tenha sua história contada com sua permissão. Pamela Anderson já anunciou em suas redes sociais que contará sua verdadeira história em documentário a ser lançado pela Netflix.

    Tudo o que foi discutido nas primeiras impressões sobre a série Pam e Tommy foi confirmado e não tinha como ser diferente. Em toda e qualquer situação vexatória de divulgação de cenas íntimas, como vingança, de forma criminosa ou com intuitos midiáticos a parte que mais sofre por ser mais condenada, ridicularizada e julgada de forma errada é a mulher. E o caso de Pamela, considerado o primeiro a ter grande repercussão por envolver famosos e acontecer no início da internet serve até como recorte exemplificativo do que mudou e do que não mudou em termos comportamentais, tecnológicos e jurídicos sobre o assunto.

    Pam e Tommy, série disponível no Star Plus, encerra a história real da primeira sex tape divulgada sem permissão,  em uma época em que a rede mundial de computadores ainda estava em seus primeiros passos.  E apesar de mostrar em seus oito capítulos quem realmente sofreu com toda a repercussão negativa desse compartilhamento criminoso, ao expor novamente todo o trauma pelos julgamentos sofridos na época, não permitiu que a vítima principal, a atriz Pamela Anderson tenha sua história contada com sua permissão.  Pamela Anderson já anunciou em suas redes sociais que contará sua verdadeira história em documentário a ser lançado pela Netflix.
    Pam e Tommy| Hulu; StarPlus

    Todas as cenas íntimas que teve que encenar junto ao ator Sebastian Stan, podem ser consideradas um tanto quanto desnecessárias se o objetivo era oferecer redenção tardia ao que ocorreu com Pamela. Pamela e Tommy Lee eram um casal de atitudes e demonstrações de amor e paixão extremas e intensas, como qualquer arquivo de jornais e revistas norte americanos pode relembrar com uma simples busca na internet. Mas, como já comentado, a atriz não autorizou o uso de sua história para as filmagens desta série.

    Se, apesar de tratarem a exposição de sua história com o respeito que ela sempre mereceu, reforçarem o estereótipo que muitos podem usar como argumento para falar que a atriz estava de acordo com toda a situação, a série poderia perder sua razão de existir. Felizmente as cenas em questão foram utilizadas somente para explicar, mesmo que de forma explícita, o que acontecia entre o casal e a partir da exibição de novos episódios o foco se transforma em: e agora, como podemos lidar com tudo isso?

    Pam e Tommy, série disponível no Star Plus, encerra a história real da primeira sex tape divulgada sem permissão,  em uma época em que a rede mundial de computadores ainda estava em seus primeiros passos.  E apesar de mostrar em seus oito capítulos quem realmente sofreu com toda a repercussão negativa desse compartilhamento criminoso, ao expor novamente todo o trauma pelos julgamentos sofridos na época, não permitiu que a vítima principal, a atriz Pamela Anderson tenha sua história contada com sua permissão.  Pamela Anderson já anunciou em suas redes sociais que contará sua verdadeira história em documentário a ser lançado pela Netflix.
    Pam e Tommy| HULU ; Star Plus

    E não se pode negar, Lily James brilhou em seu papel como Pamela. A caracterização da atriz para viver o papel funcionou perfeitamente e por vezes esquecemos que é a Lily que está ali, não a própria Pamela Anderson. E a atuação foi impecável em todos os momentos. As cenas em que teve que mostrar o desconforto que Pamela sentia a cada insinuação desrespeitosa que recebia de advogados, apresentadores de televisão e mídia nos faz questionar até que ponto o tratamento que mulheres vítimas de violações sexuais ou morais evoluiu ou regrediu com o passar dos anos.

    Nos momentos em que Lily expôs a tristeza que debilitava Pamela a cada negativa de novos trabalhos em filmes ou negativas de publicações em revistas femininas e a dor que não conseguimos nem mensurar ao ser violada em sua privacidade e ainda ter que fingir estar bem quando mostravam a ela trechos da fita, questionando-a sobre seu passado em uma clara tentativa de “culpabilização” da vítima. É inevitável, acabamos por finalmente acolher Pamela depois de tudo o que ela sofreu. A série foi brilhante em apontar o dedo na cara de todos os responsáveis por espalhar ou repercutir de forma direta ou indireta a fita roubada que causou tantos transtornos na vida de uma atriz em ascensão.

    Pam e Tommy, série disponível no Star Plus, encerra a história real da primeira sex tape divulgada sem permissão,  em uma época em que a rede mundial de computadores ainda estava em seus primeiros passos.  E apesar de mostrar em seus oito capítulos quem realmente sofreu com toda a repercussão negativa desse compartilhamento criminoso, ao expor novamente todo o trauma pelos julgamentos sofridos na época, não permitiu que a vítima principal, a atriz Pamela Anderson tenha sua história contada com sua permissão.  Pamela Anderson já anunciou em suas redes sociais que contará sua verdadeira história em documentário a ser lançado pela Netflix.
    Pam & Tommy | HULU , Star Plus

    Os outros envolvidos no escândalo são igualmente bem representados. Sebastian Stan já é querido do público por conta de seus trabalhos anteriores em filmes de super herói e empresta essa simpatia na sua representação de Tommy Lee. E essa simpatia é bem necessária em certas partes da narrativa, pois por diversas vezes o comportamento agressivo de Tommy em relação às frustações que ocorriam ao seu redor durante a grande repercussão da fita vazada, vem à tona. E é preciso muito jogo de cintura pra contornar o aspecto negativo de cada um desses momentos e ainda assim se mostrar interessante para a audiência. E Sebastian consegue com muita maestria.

    O marceneiro Rand Gauthier, grande responsável pelo furto e posterior divulgação da fita na indústria de filmes pornô e na internet, é interpretado por Seth Rogen. E Seth consegue interpretá-lo sem trazer à ele a carga dramática de vítima ou de merecedor de empatia do público. Rand é caracterizado como um ser humano em busca de seu alinhamento com o Karma que, diante de uma situação de conflito, não prevê a consequência de seus atos e tenta uma forma de prejudicar Tommy Lee com tudo o que tiver ao seu alcance, se beneficiando com isso.

    Pam e Tommy, série disponível no Star Plus, encerra a história real da primeira sex tape divulgada sem permissão,  em uma época em que a rede mundial de computadores ainda estava em seus primeiros passos.  E apesar de mostrar em seus oito capítulos quem realmente sofreu com toda a repercussão negativa desse compartilhamento criminoso, ao expor novamente todo o trauma pelos julgamentos sofridos na época, não permitiu que a vítima principal, a atriz Pamela Anderson tenha sua história contada com sua permissão.  Pamela Anderson já anunciou em suas redes sociais que contará sua verdadeira história em documentário a ser lançado pela Netflix.
    Pam e Tommy | HULU, Star Plus

    O comportamento de Rand( Seth Rogen) não conquista o público que estiver assistindo Pam e Tommy, e é exatamente esse o objetivo. É como um grande letreiro de aviso: Nunca trate mal as pessoas que trabalham para você/ Tome cuidado para não prejudicar pessoas que nada tenham a ver com sua frustração.

    Outras figuras muito conhecidas do público são apresentadas nos episódios finais de Pam e Tommy, Jay Leno em sua patética entrevista com Pamela no programa The Tonight Show e o empresário Hugh Hefner, fundador da revista playboy que foi um dos entusiastas da carreira fotográfica e midiática da jovem Pamela Anderson. Dois momentos emblemáticos que mereceram atenção na série e mostram, através de comportamentos contrastantes, a forma como tratavam Pamela e seu direito de mostrar seu corpo da forma que preferisse sem que isso desse o direito da mídia a tratar como alguém indigna de respeito. Como fizeram por anos.

    Pam e Tommy, série disponível no Star Plus, encerra a história real da primeira sex tape divulgada sem permissão,  em uma época em que a rede mundial de computadores ainda estava em seus primeiros passos.  E apesar de mostrar em seus oito capítulos quem realmente sofreu com toda a repercussão negativa desse compartilhamento criminoso, ao expor novamente todo o trauma pelos julgamentos sofridos na época, não permitiu que a vítima principal, a atriz Pamela Anderson tenha sua história contada com sua permissão.  Pamela Anderson já anunciou em suas redes sociais que contará sua verdadeira história em documentário a ser lançado pela Netflix.
    Pam e Tommy | HULU, Star Plus

    Apesar de todos os méritos da série Pam e Tommy, Pamela sequer foi consultada ou deu aval para que esta série pudesse existir. Mesmo que a imagem da atriz tenta sido tratada com respeito, inspirando acolhimento e respeito a verdadeira vítima da história, lançar algo sobre um episódio traumático da vida de alguém sem sua permissão não é nada respeitoso. Sem contar na ironia deste evento traumático ter se originado de uma divulgação também não autorizada de algo bastante pessoal como um vídeo caseiro de sexo entre marido e mulher.

    Pamela Anderson divulgou em suas redes sociais que sua verdadeira história será contada em um documentário, já em produção pela plataforma de streaming Netflix. Nas palavras escritas pela própria atriz : “Minha vida. Mil imperfeições. Um milhão de percepções equivocadas. Cruel, selvagem e perdida. Nenhuma expectativa. Eu só posso te surpreender. Não sou uma vítima, mas sim uma sobrevivente. E viva para te contar a história real”.

    Pam e Tommy, série disponível no Star Plus, encerra a história real da primeira sex tape divulgada sem permissão,  em uma época em que a rede mundial de computadores ainda estava em seus primeiros passos.  E apesar de mostrar em seus oito capítulos quem realmente sofreu com toda a repercussão negativa desse compartilhamento criminoso, ao expor novamente todo o trauma pelos julgamentos sofridos na época, não permitiu que a vítima principal, a atriz Pamela Anderson tenha sua história contada com sua permissão.  Pamela Anderson já anunciou em suas redes sociais que contará sua verdadeira história em documentário a ser lançado pela Netflix.
    Pam e Tommy| HULU, Star Plus

    Agora, com o poder de narrar e com ganho financeiro consentido sobre isso, Pamela estará livre pra nos contar sua história. E o telespectador pode escolher se quer saber primeiro pela série Pam e Tommy através da interpretação de atores como Lily James, Sebastian Stan, Seth Rogen e grande elenco ou se prefere esperar para ouvir diretamente de Pamela Anderson.

    Pam e Tommy é uma excelente série que só peca por cometer o mesmo erro que Rand Gauthier, mas se redime em termos por dar a Pamela a deixa para que ela possa escrever publicamente sua própria versão.

    A temporada completa de Pam e Tommy já está disponível no Star +.

    Nota: 5/5
    Assista ao trailer:

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    Primeiras Impressões | Pam e Tommy

    Crítica | Space Force (2ª temporada) – Série até tenta, mas não decola

  • Crítica | Crush à Altura 2 – sequência decepciona mas ensina lição sobre autossabotagem

    Crush à altura 2 é o novo capítulo da história de Jodi, antes vítima de bullying por ser a mais alta da escola, agora realizando seu sonho de ser escolhida como protagonista do musical da escola. E a pressão que a protagonista sente em assumir esta nova responsabilidade , mais uma vez se colocando diante de muitos holofotes, traz mudanças não só no seu relacionamento amoroso como em sua forma pessoal de lidar com estes novos desafios. O filme, desnecessário em termos narrativos por não se aprofundar em nenhum narrativa que não seja a da protagonista, pelo menos deixa uma valiosa lição: Cuide de sua saúde mental.

    O primeiro filme “Crush à Altura” nos apresentou a história de Jodi Kreyman( Ava Michelle) e sua interessante jornada pela auto aceitação em uma escola que a desrespeitava e sua característica mais visível: a altura. E mesmo que você não lembre a história contada no primeiro filme, Jodi e seu antes melhor amigo e agora namorado Jack Dunkleman(Griffin Gluck) fazem questão de resumir a história na primeira cena do filme, para que a história siga sendo contada sem que o telespectador esqueça quem é quem. Mas é necessário dizer: essa sequência em nenhum momento convence o telespectador de que deveria existir. Por mais apegadas que as pessoas sejam à história original.

    Crush à altura 2  é o novo capítulo da história de Jodi, antes vítima de bullying por ser a mais alta da escola,  agora realizando seu sonho de ser escolhida como protagonista do musical da escola. E a pressão  que a protagonista sente em assumir esta nova responsabilidade , mais uma vez se colocando  diante de muitos holofotes, traz mudanças não só no seu relacionamento amoroso como em sua forma pessoal de lidar com estes novos desafios. O filme, desnecessário em termos narrativos por não se aprofundar  em nenhum narrativa que não seja a da protagonista, pelo menos deixa uma valiosa lição: Cuide de sua saúde mental.
    Crush à Altura 2/Netflix

    Claro que, pra quem ama assistir comédia românticas, não há toda aquela exigência de que o filme seja realmente necessário. Às vezes a pessoa só quer sentar, assistir a um filme bonitinho e sair com o coração quentinho. E, mais clichê do que o formato narrativo das comuns trilogias de comédia romântica, não há. A protagonista conquista/ é conquistada por seu grande amor, no primeiro filme. No filme seguinte a vida segue e tudo está bem até um Don Juan desconhecido aparecer e testar se o amor do casal formado no primeiro filme é real ou apenas passageiro como uma paixão juvenil.

    Lembrou de muitos filmes em uma curta e rasa sinopse exemplificativa? É complicado criticar este filme por isso, é uma fórmula que acerta e funciona na maioria das vezes. Mas até nisso ” Crush à altura 2″ errou. Talvez por tentar proteger demais o personagem de Jack (Griffin Gluck) de um potencial rival ou por focar tanto na protagonista Judi a ponto de só inserir narrativas coadjuvantes aos pedaços pra adornar um foco que parecia ser o único digno de importância. E acredite, não é.

    Crush à altura 2  é o novo capítulo da história de Jodi, antes vítima de bullying por ser a mais alta da escola,  agora realizando seu sonho de ser escolhida como protagonista do musical da escola. E a pressão  que a protagonista sente em assumir esta nova responsabilidade , mais uma vez se colocando  diante de muitos holofotes, traz mudanças não só no seu relacionamento amoroso como em sua forma pessoal de lidar com estes novos desafios. O filme, desnecessário em termos narrativos por não se aprofundar  em nenhum narrativa que não seja a da protagonista, pelo menos deixa uma valiosa lição: Cuide de sua saúde mental.
    Crush à Altura| Netflix

    Tommy Torres (Jan Luis Castellanos), o “Don Juan” de ” Crush à altura 2” apresenta sua história em poucas cenas e por mais que se relacione com o sentimento de representatividade já defendido pela protagonista no primeiro filme e converse com a proposta de superar medos e traumas, ele é colocado ali apenas pra enfeitar e é completamente descartado. E ele não é o único a sofrer com essa invisibilidade diante as problemáticas da protagonista.

    O roteiro não desenvolve os personagens coadjuvantes já conhecidos pelo público do primeiro filme, apresentado resoluções fáceis a situações que, se trabalhadas com mais atenção, renderiam pontos memoráveis para a narrativa. A luta de Fareeda (Anjelika Washington) para ter seu talento como estilista reconhecido só aparece em algumas cenas também, só pra dizer que estiveram ali, desconsiderando totalmente a importância e a representatividade da personagem para a trama. O antagonismo entre Kimmy( Clara Wilsey) e Judi é freado e ninguém entende realmente o porquê, já que a personagem age de forma diversa da apresentada no primeiro filme, de repente, sem nenhum contexto que justifique.

    Crush à altura 2  é o novo capítulo da história de Jodi, antes vítima de bullying por ser a mais alta da escola,  agora realizando seu sonho de ser escolhida como protagonista do musical da escola. E a pressão  que a protagonista sente em assumir esta nova responsabilidade , mais uma vez se colocando  diante de muitos holofotes, traz mudanças não só no seu relacionamento amoroso como em sua forma pessoal de lidar com estes novos desafios. O filme, desnecessário em termos narrativos por não se aprofundar  em nenhum narrativa que não seja a da protagonista, pelo menos deixa uma valiosa lição: Cuide de sua saúde mental.
    Crush à Altura 2| Netflix

    Mas o que parecia ser um roteiro completamente perdido, encontra um rumo diferente ao mostrar a reação psicológica de Judi em confronto com tudo o que está acontecendo de novo em sua vida. Lembrando a todos nós que nossas inseguranças podem nos aprisionar de uma forma bem poderosa.

    O filme Crush à Altura 2 acertou em mostrar que até as pessoas com as família mais estruturadas, com pais amorosos, em uma situação agradável e com muito talento e capacidade podem sofrer com a auto sabotagem. Essa postura em desmerecer os próprios esforços e conquistas, se achar inferior aos outros, ter medo de falhar, ter crises de ansiedade é um sofrimento comum a todas as faixas etárias e é uma discussão importante. Assistir um tema tão delicado ser abordado em uma comédia romântica, incentiva a discussão e a procura por ajuda. O filme só pecou em mostrar só a família como ajuda para a melhora, quando cuidados profissionais também são fundamentais.

    Lacoste Mens Sweater of Luke Eisner as Stig Mohlin in Tall Girl 2 Movie 1
    Crush à Altura 2| Netflix

    O filme Crush à altura 2 não é a melhor sequência de comédia romântica da Netflix mas tem seus méritos por abordar, mesmo que artificialmente, algo que está no dia a dia de muitos jovens e adultos. Pode assistir mas sem muitas expectativas. Como mencionado no início do texto: às vezes só queremos assistir uma comédia romântica sem precisar pensar em muita coisa e poder terminar o filme com o coração quentinho. Talvez funcione pra você.

    Crush à Altura 2 está disponível na Netflix.

    Nota : 3/5

    Assista ao trailer:
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    Crítica | Não Me Mate – filme da Netflix mistura romance e suspense e se perde no enredo

  • Crítica | Space Force (2ª temporada) – Série até tenta, mas não decola

    A 2° temporada de Space Force acaba de chegar na Netflix, entretanto, nem mesmo o carisma de Steve Carell e John Malkovich são suficientes para deixar a série atrativa para o grande público.

    A nova temporada de Space Force chegou esse mês no catálogo da Netflix após um relativo sucesso em sua primeira temporada, porém realmente se mostrou inferior a primeira em termos de qualidade narrativa. Entre altos e baixos, é uma boa opção para quem gosta de assistir algo descompromissado e relaxar um pouco quando está em casa, navegando no streaming.

    Quando a primeira temporada da série estreou em 2020, confesso que me chamou bastante a atenção, afinal é uma série que nasceu de uma piada sobre o governo americano na época (O ex presidente dos EUA, Donald Trump) e tinha no elenco nomes de peso como Steve Carell (protagonista e produtor), John Malkovich e Lisa Kudrow; Quem gostava da série THE OFFICE também foi atraída, afinal a série tinha Carell como protagonista e até hoje é lembrada como uma das melhores séries de humor da atualidade.

    critica space force season 2
    Space Force | Netflix

    A série surpreendeu, fez um sucesso razoável, foi TOP 10 do streaming por algum tempo então era óbvio que a Netflix desse carta branca para uma SEGUNDA temporada, inclusive com um gancho para que a série tivesse continuidade.
    Só que dessa vez, a série de fato não empolgou, trazendo uma história bem genérica, resolvendo o problema do GANCHO deixado lá atrás, na primeira temporada logo de cara no PRIMEIRO episódio, e isso se torna algo muito decepcionante para quem ficou esperando por quase 2 anos um desfecho mais trabalhado e interessante.

    A produção teve algumas adições de personagens novos como o excelente Tim Meadows e o sempre carismático Terry Crews, o que foi algo extremamente bem vindo. Porém, outras coisas acabam tornando a série arrastada, um exemplo disso é todo o romance dos personagens de Tawny Newsome e Jimmy O. Yang, que realmente não convence e acabou tirando tempo de tela de outros personagens, inclusive jogando alguns completamente pra escanteio; É o caso de Lisa Kudrow que quase nem aparece nessa temporada, e quando aparece é completamente deixada de lado para que a história siga com várias sub-tramas que no final não levam a lugar algum.

    Agora, falando das coisas boas na série, temos que destacar obviamente o trio Steve Carell, John Malkovich e Don Lake, que roubam a cena em todos os momentos que aparecem. Destaque também para Ben Schwartz, Diana Silvers e Tawny Newsome, que são ótimos profissionais e realmente se esforçam para que a série tenha um bom desenvolvimento, mesmo que por muitas vezes com um roteiro fraco em mãos.

    Quantos episodios ha na 2a temporada de Space Force
    Space Force | Netflix

    Uma coisa é inegável:A série é um bom conteúdo para quem está procurando por uma comédia leve e com bons nomes; Afinal são episódios curtos (algo entre 20 e 25 minutos cada, no máximo) e que se tornam fáceis de maratonar. Outro ponto bastante positivo são os poucos episódios por temporada, o que acaba somando em termos de história e evitando aquela ”barriga” na série, se estendendo demais sem necessidade.

    No fim das contas, Space Force é uma produção que cumpre seu papel em ser um conteúdo de comédia para o streaming, porém sem o brilho da primeira temporada; Com um elenco estrelado e uma história bem descompromissada, é algo bacana para se assistir sem pensar muito e apenas curtir dando algumas risadas.

    O elenco da produção tem nomes como: Steve Carell, John Malkovich, Lisa Kudrow, Ben Schwartz, Diana Silvers, Tawny Newsome, Jimmy O. Yang, Tim Meadows, Terry Crews, Don Lake entre outros.

    A série já está disponível na NETFLIX desde o dia 21/02.

    NOTA 2/5

    Assista ao trailer:
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  • Crítica | Naquele Fim de Semana – thriller intrigante com história excelente

    O novo filme da Netflix “Naquele Fim de Semana” apresenta ao telespectador personagens complexos, perguntas a serem respondidas, cenário deslumbrante e uma história que tira o fôlego do telespectador. Baseado no livro de mesmo nome, escrito pela autora e roteirista Sarah Alderson, o filme conta a história do pior fim de semana da vida de Beth (Leighton Meester). A protagonista embarca em uma viagem para a Croácia para passar o fim de semana com sua amiga Kate (Christina Wolfe), deixando o marido e a filha em casa.. Kate desaparece após uma noitada e Beth, determinada a descobrir o que aconteceu, se vê rodeada em uma rede de mentiras que precisa ser desfeita para a verdade vir à tona.

    A cena inicial já é colocada ali pra prevenir o telespectador que por acaso pense que é mais um filme de viagens com amigas, com Leighton Meester no elenco, mostrando paisagens maravilhosas para relaxar a mente viajante e o coração de quem assiste. Não, não se trata de um Montecarlo (comédia romântica de viagem entre amigas, com Leighton Meester no elenco). Aqui teremos morte , mentiras e desdobramentos previsíveis mas ainda assim perturbadores. O ritmo do filme é bem constante, então sua mente não respira para absorver cada segundo, é tudo sentido na hora e assim acabamos nos desesperando tal qual a protagonista.

    O novo filme da Netflix "Naquele Fim de Semana" apresenta ao telespectador personagens complexos, perguntas a serem respondidas, cenário deslumbrante e uma história que tira o fôlego do telespectador. Baseado no livro de mesmo nome, escrito pela autora e roteirista Sarah Alderson, o filme conta a história do pior fim de semana da vida de Beth(Leighton Meester). A protagonista embarca em uma viagem para a Croácia para passar o fim de semana com sua amiga Kate(Christina Wolfe), deixando o marido e a filha em casa.. Kate desaparece após uma noitada e Beth, determinada a descobrir o que aconteceu, se vê rodeada em uma rede de mentiras que precisa ser desfeita para a verdade vir à tona.
    Naquele Fim de Semana| Netflix

    O filme “Naquele Fim de Semana” nos prende à personagem Beth (Leighton Meester)e a tudo o que ela está sentindo e vivendo do primeiro minuto ao último, causando no telespectador ansiedade, temor e até uma certa tendência em tentar interferir na história alertando Beth a não agir desta forma, a olhar naquela direção, a correr. É emocionante como a trama instiga a empatia em cada um de nós de, literalmente, tentar salvar a protagonista de tudo o que se apresenta em seu caminho. Mesmo que o telespectador(a) esteja assistindo só, vai ser inevitável reagir em voz alta a uma série de reviravoltas, em uma tentativa desesperada de tentar interagir para mudar aquela situações agoniantes ou tensas.

    A empatia, desde o início, com a protagonista se deve a habilidade que a atriz principal Leighton Meester tem de cativar o público que já a conhecia como Blair Wardolf em Gossip Girl(disponível na HBO Max) ou até em filmes de comédia romântica com temática de viagens entre amigas mas que não comportam em si tanto drama e reviravoltas, como no caso do já mencionado filme Montecarlo( Disponível na Netflix). Em Naquele Fim de Semana conseguimos sentir exatamente o que a personagem de Meester está sentindo, não só pela imersão na trama como pela atuação excelente da atriz, em cada momento. É muito bom perceber a evolução de Leighton na atuação.

    O novo filme da Netflix "Naquele Fim de Semana" apresenta ao telespectador personagens complexos, perguntas a serem respondidas, cenário deslumbrante e uma história que tira o fôlego do telespectador. Baseado no livro de mesmo nome, escrito pela autora e roteirista Sarah Alderson, o filme conta a história do pior fim de semana da vida de Beth(Leighton Meester). A protagonista embarca em uma viagem para a Croácia para passar o fim de semana com sua amiga Kate(Christina Wolfe), deixando o marido e a filha em casa.. Kate desaparece após uma noitada e Beth, determinada a descobrir o que aconteceu, se vê rodeada em uma rede de mentiras que precisa ser desfeita para a verdade vir à tona.
    Naquele Fim de Semana| Netflix

    Mas não pense que Beth, interpretada por Leighton Meester, é a única personagem que cativa. Cada um dos personagens apresentados, seja para o bem ou para o mal, provocam uma série de questionamentos e desconfianças no telespectador, o que acaba gerando um certo receio de confiar em alguém e acabar se decepcionando.

    O contexto da história também leva muitos a questionar se aquela viagem dos sonhos, no estilo “mochilão”, com amigas, seria realmente uma boa ideia. Em tramas como a apresentada em “Naquele Fim de Semana” somos convidados a lembrar ( se os telejornais já não são o suficiente para refletir sobre isso) o quão perigoso é ser mulher e tentar se proteger sozinha em certas situações possíveis neste mundo.

    O novo filme da Netflix "Naquele Fim de Semana" apresenta ao telespectador personagens complexos, perguntas a serem respondidas, cenário deslumbrante e uma história que tira o fôlego do telespectador. Baseado no livro de mesmo nome, escrito pela autora e roteirista Sarah Alderson, o filme conta a história do pior fim de semana da vida de Beth(Leighton Meester). A protagonista embarca em uma viagem para a Croácia para passar o fim de semana com sua amiga Kate(Christina Wolfe), deixando o marido e a filha em casa.. Kate desaparece após uma noitada e Beth, determinada a descobrir o que aconteceu, se vê rodeada em uma rede de mentiras que precisa ser desfeita para a verdade vir à tona.
    Naquele Fim de Semana| Netflix

    O roteiro, impecável, não poderia ser de outra pessoa senão a própria autora da história. Sarah Alderson, que trabalha como roteirista da série S.W.A.T, não teve muitos problemas em roteirizar sua própria obra, deixando aquele gostinho de estar acompanhando os acontecimentos através do folhear de cada capítulo de livro. Quem não a conhecia, certamente ficará interessado em adquirir esse e outros títulos da autora.

    O filme Naquele Fim de Semana foi dirigido por Kim Farrant e já está disponível na Netflix. Filme excelente que vale a sua atenção!

    Nota 5/5

    Assista ao trailer:
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  • Crítica | Não Me Mate – filme da Netflix mistura romance e suspense e se perde no enredo

    Ao ler a sinopse do novo filme da Netflix “Não me mate”, muitas perguntas permeiam a mente do telespectador. Após morrer de overdose, ao lado do namorado, Mirta(Alice Pagani) ressuscita sozinha e descobre que faz parte de um mundo violento e desconhecido. Ressuscita? Como assim? Podem questionar os curiosos telespectadores que passam pelo título em suas buscas pelo que assistir na Netflix. Essas e tantas outras perguntas, que podem aparecer no decorrer da narrativa, não são completamente respondidas durante o filme. E essa nem é a pior parte.

    Que vivemos em um mundo violento e desconhecido isso não é nenhuma novidade. E no contexto da narrativa do filme, apesar do diretor acrescentar elementos fictícios e cenas trash, combinando-as com a apresentação de um relacionamento abusivo em vida e além dela, o mundo violento e desconhecido não é completamente apresentado ao telespectador.

    Ao ler a sinopse do novo filme da Netflix "Não me mate", muitas perguntas permeiam a mente do telespectador. Após morrer de overdose, ao lado do namorado, Mirta(Alice Pagani) ressuscita sozinha e descobre que faz parte de um mundo violento e desconhecido. Ressuscita? Como assim? Podem questionar os curiosos telespectadores que passam pelo título em suas buscas pelo que assistir na Netflix. Essas e tantas outras perguntas, que podem aparecer no decorrer da narrativa, não são completamente respondidas durante o filme. E essa nem é a pior parte.
    Não me Mate | Netflix

    Sem entrar em detalhes sobre os desdobramentos do enredo, é quase impossível apontar exatamente onde o filme de Terror, Romance, Coming of a Age errou. No início é impossível desvincular a imagem de Mirta(Alice Pagani)e Robin(Rocco Fasano) do casal Edward e Bella, da Saga Crepúsculo. As semelhanças estão no comportamento dos protagonistas, em algumas situações e até em certos detalhes da história. Mas, longe do clima romântico da saga de Meyer que fez o maior sucesso no início dos anos 2000, a história de Mirta e Robin é deprimente, abusiva e problemática demais.

    A história é repleta de brechas sem explicação suficiente, a relação familiar de Mirta é mostrada de forma tão displicente que até se questiona a necessidade de estarem ali, a organização secreta apresentada posteriormente não convence em suas intenções. Para completar, o filme apresenta algumas atuações caricatas demais a ponto de não convencer e muito menos cativar. E isso pode ter sido feito de propósito, porque Robin não é visto pelos telespectadores através da perspectiva de Mirta, o que nos permite perceber melhor as intenções dele além da cegueira apaixonada da protagonista.

    Ao ler a sinopse do novo filme da Netflix "Não me mate", muitas perguntas permeiam a mente do telespectador. Após morrer de overdose, ao lado do namorado, Mirta(Alice Pagani) ressuscita sozinha e descobre que faz parte de um mundo violento e desconhecido. Ressuscita? Como assim? Podem questionar os curiosos telespectadores que passam pelo título em suas buscas pelo que assistir na Netflix. Essas e tantas outras perguntas, que podem aparecer no decorrer da narrativa, não são completamente respondidas durante o filme. E essa nem é a pior parte.
    Não me Mate | Netflix

    Mas nem todo esforço é em vão no filme “Não Me Mate”. É inegável que, apesar de todos os erros do filme, a atriz Alice Pagani consegue tirar leite de pedra e interpreta sua protagonista Mirta com tanta verdade e de forma tão cuidadosa e genuína que consegue prender o telespectador a ponto de instigá-lo a querer saber o que ela fará com sua “vida” a partir de tudo o que lhe acontece. A atuação dela e de dois coadjuvantes, interpretados pelos atores Silvia Calderoni(Sara) e Giacomo Ferrara(Ago) são o alívio em meio ao caos que é esse filme. Não conseguem salvar o filme por completo, mas ao menos tentam.

    Não me mate é um filme que não vale o seu tempo, nem a sua atenção. Mas pelo esforço dos três atores já citados, vale duas estrelas. Se isso é o suficiente para você assistir, vá em frente! Mas garanto que há outras opções mais interessantes no catálogo de streaming da Netflix.

    Ao ler a sinopse do novo filme da Netflix "Não me mate", muitas perguntas permeiam a mente do telespectador. Após morrer de overdose, ao lado do namorado, Mirta(Alice Pagani) ressuscita sozinha e descobre que faz parte de um mundo violento e desconhecido. Ressuscita? Como assim? Podem questionar os curiosos telespectadores que passam pelo título em suas buscas pelo que assistir na Netflix. Essas e tantas outras perguntas, que podem aparecer no decorrer da narrativa, não são completamente respondidas durante o filme. E essa nem é a pior parte.
    Não me Mate| Netflix

    Ps. Pelo final do filme acredito que a plataforma de streaming e o diretor tentem fazer continuações. Deixaram um futuro livre e perguntas demais a serem respondidas, o que deixa uma possível brecha para sequências. Se isso for feito de forma a explicar melhor o que aconteceu diante de nossos olhos nesta frustrante tentativa de começo, podem atrair curiosos ou distraídos. mas, considerando que poucos resistirão até o fim deste primeiro filme, terão que se superar na próxima vez.

    Dirigido por Andrea de Sica( Baby) e baseado em um livro best seller chamado “Non Mi Uccidere”, escrito pela falecida autora italiana Chiara Palazzolo(1961-2012), o filme Não me Mate está disponível na Netflix.

    Nota: 2/5

    Assista ao trailer:
    A vergonha do filme é tanta que o trailer não é encontrado nem no canal da Netflix nem no canal da Warner Bros.

    Ps. A tentativa de fazer do filme um novo tipo de “Crepúsculo” se confirma com o clipe de uma música tema pop, cantada pela Chadia Rodriguez, rapper italiana. O clipe possui até trechos do filme. A música e o clipe são melhores que o filme:

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    Crítica | Amor com Fetiche

  • Crítica | Our Beloved Summer

    Crítica | Our Beloved Summer

    Dorama original da Netflix Our Beloved Summer conta com astro de Parasita e atriz de Itaewon Class. Drama fez sucesso desde o lançamento de seu primeiro episódio.

     O primeiro amor da adolescência pode mesmo gerar bons frutos? Bom, no caso de Our Beloved Summer, parece que pode sim. Inimigos na adolescência e ex-namorados na vida adulta, Our Beloved Summer conta a história de Kook Yeon-su (Kim Daa-Mi) e Choi Ung (Choi Woo-Shik) que, durante o ensino médio, participam de um documentário que acompanha a melhor e o pior aluno da escola, forçando uma interação entre os dois.

    Com um salto de dez anos, vemos a vida dos protagonistas agora como adultos, com seus trabalhos e longes um do outro. E é o trabalho que faz com que os dois se reencontrem, fazendo com que os espectadores descubram que eles se relacionaram por cinco anos após a finalização do documentário, e que já não estão mais juntos há, também, cinco anos.

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    Our Beloved Summer | Netflix

    Com o documentário se tornando um viral nas redes sociais anos depois de seu lançamento, Yeon-Su e Choi Ung são convidados pela produtora para regravar tudo de novo, na versão adulta. A aproximação dos dois faz com que sentimentos voltem à tona, tornando difícil a missão de continuarem longes um do outro.

    Baseado no Webtoon que leva o mesmo nome, a série dirigida por Kim Yoon-jin e com roteiro de Lee Na-eun surpreende, principalmente, pela simplicidade da história e a forma como ela é contada. Sem cenários que fogem do cotidiano sul-coreana e sem enrolar no enredo, Our Beloved Summer trás uma leveza ao romance, que torna extremamente confortável acompanhar cada um dos 16 episódios, que contam com mais de 1h.

    A escolha do elenco não deixa a desejar. Trazer uma atriz com um portfólio tão bom, e que já trabalhou em uma produção original da Netflix (Itaewon Class) e um ator que participou da única produção coreana a levar o Oscar (Parasita) talvez tenha sido o tiro certeiro para que a produção fosse tão bem feita.

    Our Beloved Summer
    Our Beloved Summer | Netflix

    Manter partes da série narradas pelos protagonistas e um de seus coadjuvantes também pode ser considerado como um ponto chave. Saber o que passa na cabeça do ex-casal enquanto estão juntos é um ponto extremamente positivo para o drama. 

    Our Beloved Summer não apresenta nenhuma ideia genial e que faz com que o dorama seja diferente de outros romances, mas o carisma da história ganha o público, e no fim é isso que importa. A OST é simplesmente incrível, e conta com artistas como o V, membro do BTS.

    Simples, acolhedor, fofo e gostoso de assistir. Our Beloved Summer surpreende positivamente em todos os quesitos, e entra pra lista de ótims adaptações  de Webtoons. 

    Our Beloved Summer está disponível na Netflix.

    Nota: 5/5

    Assista ao trailer:

  • Crítica | Um de Nós Está Mentindo – adaptação literária do best-seller chega à Netflix

    “Um de Nós Está Mentindo” é a versão adolescente do estilo clássico “quem matou?”. Bom como passatempo, mas os fãs de thrillers investigativos podem ficar decepcionados.

    Era para ser só mais um dia de detenção para Bronwyn, Addy, Nate, Cooper e Simon na Bayview High, mas só quatro deles sairão de lá com vida. Simon tinha um aplicativo chamado “Falando Nisso”, no qual divulgava segredos de todos da escola, inclusive dos que estavam na detenção com ele. Ou seja, todos ali tinham motivo para quererem se vingar. A pergunta que dura por toda a temporada é: quem matou Simon?

    CRÍTICA | Um de Nós Está Mentindo - adaptação literária do best-seller chega à Netflix
    Um de Nós Está Mentindo | Netflix

    Chegou à Netflix a adaptação de “Um de Nós Está Mentindo”, livro best-seller da autora Karen M. McManus.

    Trata-se de um thriller adolescente que mostra as dificuldades que um grupo enfrenta após se verem envolvidos em um suposto assassinato. Depois que Simon morre diante de seus olhos, eles têm que aprender a lidar com as desconfianças e a pressão da polícia enquanto conciliam escola, prova e a investigação desenterrando seus piores segredos.

    No livro, apesar de os personagens serem adolescentes, as histórias não são “bobas”. Tudo gira em torno do crime, por isso fica interessante. Além disso, o enredo é bem construído, de forma que a gente se apega ao grupo, que ficou intitulado como “Clube dos Assassinos”, e nos vemos torcendo por eles.

    CRÍTICA | Um de Nós Está Mentindo - adaptação literária do best-seller chega à Netflix

    Já na série não é bem assim. O mistério não é bem construído até metade dos episódios, os personagens menos ainda. O foco é grande no dia a dia, não envolve as histórias deles, de modo que fica difícil para o público criar empatia e torcer por eles.

    Como o foco é no dia a dia do grupo na escola, a trama fica bem mais adolescente do que no livro. Então se você é fã de um bom thriller e não tem muita paciência para enredos adolescentes, encare essa série como mero passatempo.

    E se você já leu o livro e gostou, não vá esperando uma adaptação propriamente dita. Do livro só mantiveram os nomes dos personagens e a morte do Simon (e mesmo nisso teve uma certa alteração).

    CRÍTICA | Um de Nós Está Mentindo - adaptação literária do best-seller chega à Netflix
    Um de Nós Está Mentindo | Netflix

    A adaptação tem no elenco principal Cooper Van Grootel, Marianly Tejada, Annalisa Cochrane, Chibuikem Uche, Mark McKenna, Barrett Carnahan, Jessica McLeod, Melissa Collazo, entre outros. As atuações são outro ponto negativo, infelizmente. 

    Um ponto positivo é que a série é pequena, tem apenas 8 episódios de mais ou menos 50 minutos, e estreou na Netflix no último dia 18 de fevereiro.

    “Um de Nós Está Mentindo” faz parte da saga “Um de Nós”, cujo próximo livro se chama “Um de Nós é o Próximo”. O final da temporada deixou um gancho para uma segunda temporada, que já está em produção e, de acordo com as notícias, não terá por base o segundo livro. A série é uma produção original Peacock, por isso a segunda temporada só virá para o Brasil caso a Netflix compre os direitos dela também.

    Nota: 2,5/5

    Assista ao trailer:

    Veja também: Crítica | Inventando Anna- série conta história real de jovem golpista.

  • Crítica | Mães Paralelas – Filme de Almodóvar emociona mas se apressa no que deveria detalhar

    Mães Paralelas, novo filme do diretor Pedro Almodóvar já disponível na Netflix, conta a história de duas mães que se conheceram no dia do parto. Através deste contato inicial, se descortina uma história encantadora, digna de excelentes novelas de horário nobre, com o selo legítimo de drama Almodovariano: mulheres fortes, reviravoltas surpreendentes, fotografia e cenas impecáveis e atuações dignas de Oscar.

    Conhecido pelos seus filmes dramáticos, que condensam imperdíveis e memoráveis histórias, com protagonistas inesquecíveis e enredos dignos de estar no ranking de melhores novelas das 8(se novelas fossem), o diretor Pedro Almodóvar mais uma vez encanta com seu modo único de conduzir suas histórias.

    Mães Paralelas, novo filme do diretor Pedro Almodóvar já disponível na Netflix, conta a história de duas mães que se conheceram no dia do parto.  Através deste contato inicial, se descortina uma história encantadora, digna de excelentes novelas de horário nobre, com o selo legítimo de drama Almodovariano: mulheres fortes, reviravoltas surpreendentes, fotografia e cenas impecáveis e atuações dignas de Oscar.
    Mães Paralelas| Netflix

    Em Mães Paralelas, é contada a história de duas mães, Janis( Penélope Cruz) e Ana ( Milena Smit) que se conhecem durante o trabalho de parto e a partir dali criam um elo de amizade e companheirismo. E é através desse elo que o enredo escancara contrastes entre realidades familiares, mostrando diferentes figuras maternas, e diferentes formas de acolher, descobrir e buscar seu lugar após conhecer seus vínculos de ancestralidade sempre exaltando a força e a luta que é ser mãe.

    A força feminina, tantas vezes exaltada em todos os outros filmes do cineasta, aqui está presente de forma geral, não só nas duas protagonistas como em cada uma das mulheres mães que a trama apresenta. Fora a linha narrativa principal que já é, por si mesma, envolvente, Almodóvar aproveita a história ancestral da protagonista vivida por Penélope Cruz e a relaciona com a história da Guerra Civil Espanhola, buscando conscientizar sobre a necessidade de conhecer a verdadeira história do lugar onde se mora e a história de sua própria ancestralidade para saber qual é seu papel no mundo.

    Mães Paralelas, novo filme do diretor Pedro Almodóvar já disponível na Netflix, conta a história de duas mães que se conheceram no dia do parto.  Através deste contato inicial, se descortina uma história encantadora, digna de excelentes novelas de horário nobre, com o selo legítimo de drama Almodovariano: mulheres fortes, reviravoltas surpreendentes, fotografia e cenas impecáveis e atuações dignas de Oscar.
    Mães Paralelas| Netflix

    Mesmo antes do filme Mães Paralelas chegar à Netflix, já se ouviam discussões sobre a trama. Penélope Cruz, escalada como uma das protagonistas, foi indicada ao Oscar de melhor atriz, por sua personagem Maria Janis no filme. E a curiosidade de todos fez com que o lançamento fosse bastante aguardado.

    Antes do lançamento de Mães Paralelas, a plataforma de streaming Netflix foi disponibilizando de forma gradual alguns dos melhores filmes de Pedro Almodóvar em seu catálogo de filmes, como se preparasse seus assinantes para o que estava por vir. Embora seja um diretor bastante respeitado, Almodóvar não é tão conhecido pela nova geração. Atores como Tom Holland, o atual intérprete do super herói Homem Aranha até deixou escapar em uma entrevista que não o conhecia. A iniciativa da plataforma em exaltar outros trabalhos do diretor para apresentá-lo aos admiradores recentes ao mesmo tempo em que presenteia para os fãs antigos foi excelente.

    Mães Paralelas, novo filme do diretor Pedro Almodóvar já disponível na Netflix, conta a história de duas mães que se conheceram no dia do parto.  Através deste contato inicial, se descortina uma história encantadora, digna de excelentes novelas de horário nobre, com o selo legítimo de drama Almodovariano: mulheres fortes, reviravoltas surpreendentes, fotografia e cenas impecáveis e atuações dignas de Oscar.
    Mães Paralelas | Netflix

    Apesar de Mães Paralelas ainda ser um legítimo filme de Pedro Almodóvar e sim, ter uma excelente interpretação por parte da atriz Penélope Cruz( com grandes chances de levar a estatueta do Oscar esse ano), o filme se apressa demais em resolver as situações para poder seguir seu enredo. Há diversas situações ali que quem assiste acaba querendo saber mais detalhes, detalhes esses que o diretor infelizmente não conta. Fica quase como um segredo, uma história contada pela metade. O holofote foi quase todo para a história da personagem Janis, de Penélope Cruz e o plural do título acaba, por vezes, sendo desconsiderado nesse aspecto.

    Nesta pressa em resolver as situações principais do enredo, o contexto histórico é em parte deixado de lado, como uma chamada implícita para o telespectador buscar por conta própria sobre a verdade ali exposta. É claro que Pedro Almodóvar não deixou de lado nenhum sentimento. Estão todos ali: a revolta, a dor, o amor, o desespero, a esperança, o alívio, a melancolia, a resiliência. E isso compensa em muitas partes a falta de mais detalhes da história dos personagens e do contexto. Mas para um padrão Almodóvar, era de se esperar que tudo estivesse junto e completo. História completa e sentimentos.

    É um filme emocionante. E é um filme de Pedro Almodóvar. Não é perfeito considerando o histórico do cineasta. Mas pra primeiro filme feito exclusivamente para a Netflix, é um excelente começo para a plataforma.

    Mães Paralelas já está disponível na Netflix.

    Nota 4/5

    Assista ao trailer:
  • Crítica | Love: muito sexo e pouco amor

    Crítica | Love: muito sexo e pouco amor

    O filme do controverso diretor Gaspar Nóe nos deu conteúdo sexual explícito, mas não foi além disso.

    Gaspar Noé já tem sua fama de fazer filmes polêmicos, desde “Irreversível” até seu último longa “Climax”. Então, quase como uma regra, “Love” não seria diferente, a produção ficou conhecida por retratar cenas de sexo explicito e fez com que várias pessoas abandonassem a sessão de cinema logo no começo do filme. Embora o filme tenha sido classificado por alguns críticos como um pornô cult ou gourmet, a falta de pudor não é, necessariamente, um problema na obra de Noé. Apontar que “Love” é uma obra pornográfica não parece ser uma definição correta, já que o filme não parece contar com as atrocidades que a indústria pornográfica carrega, mesmo que os atores realmente tenham feito sexo nas gravações. O que também não quer dizer que as cenas de sexo explicito, incluindo uma ejaculação, deem vida ou emoção ao longa metragem. 

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    Foto: Divulgação

    A ideia do polêmico diretor era retratar uma relação sexual que contivesse amor em seu maior. Noé já afirmou que o cinema retrata o sexo e o amor, na maior parte das vezes, como duas coisas distintas, nunca em uma mesma composição. Em suas palavras, “Love” foi feito para ser “uma celebração do amor e do sexo”. Mas será que sua obra contemplou o amor, de fato? É inegável que Nóe, e todo seu elenco, entregam o sexo em sua forma mais crua possível, com tudo que se tem direito a mostra. Contudo, quando vamos falar de amor, a moeda muda de face, “Love” nos traz relações amorosas conturbadas e com sentimentos controversos. 

    O namoro entre Murphy (Karl Glusman) e Electra (Aomi Muyock) é estável até a página 2, mas depois fica claro que falta muito para que os dois consigam manter uma relação saudável e honesta, que fizesse bem aos dois. Pouco a pouco, notamos que o casal principal tem uma certa energia destrutiva um com o outro. Depois que Murphy se casa, a única coisa que não está presente em seu matrimônio, com Omi, é amor, pelo contrário, ele demonstra odiar sua vida e endeusa um passado, que ele mesmo ajudou a destruir. 

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    Foto: Reprodução

    Além disso, se em algum momento o amor e o sexo se encontraram foi quando Electra e Murphy transam pelas primeiras vezes. Depois disso, o filme se torna um compilado de cenas eróticas, que não aparentam ser mais do apenas o desejo humano. Que fique claro que me mantenho longe de qualquer moralismo, mas o sexo, em 90% do filme, foge da ideia de fusão que Nóe apontou como seu objetivo principal. Se a ideia fosse tratar da sexualidade humana ou falar sobre as nuances das relações interpessoais mescladas ao desejo sexual, o longa provavelmente iria cumprir seu papel, com algumas ressalvas. 

    Em termos gerais, “Love” choca e incomoda em alguns momentos, além de contar com uma bela composição artística. Mas quando vamos falar de emoções e amor, ele peca e deixa bastante a desejar, pois falta algumas boas pitadas de amor dentro de seu longa. A emoção que mais aparece dentro do filme talvez seja a melancolia de Murphy, seus sentimentos por Electra já não são tanto de amor, mas de angústia e arrependimento. Ou seja, “Love” entrega muito sexo, mas poucas doses de amor.

    Nota: 3/5

    Confira o trailer de “Love”:

  • Crítica | Batman – intrigante, memorável e brilhante

    Crítica | Batman – intrigante, memorável e brilhante

    “Dia 28 de fevereiro, Carnaval, fomos convidados para assistir a nova versão do Batman estrelada por Robert Pattinson, estreia memorável do ator em filme noir que dá pontapé ao novo universo do Homem-Morcego comandado por Matt Reeves.”

    Desde que Robert Pattinson foi confirmado como o novo rosto de Bruce Wayne muita desconfiança, caretas e reclamações foram feitas. O ator muito marcado por seu papel de Edward Cullen na Saga Crepúsculo já havia se provado muito competente em papeis diferenciados ao longo de sua carreira. Contudo o grande publico não acompanhou a filmografia que o astro construiu durante os últimos anos após a famosa adaptação do vampiro que brilha.

    Crítica | Batman (2022) intrigante, memorável e brilhante
    Batman | Foto: Warner Bros.

    Mesmo eu sendo um grande defensor de Pattinson para o papel, posso dizer que quem não acredita no ator, vai mudar de opinião logo na cena de abertura de Batman. O diretor Matt Reeves nos apresenta uma Gotham fria e caótica em uma noite de Hallowen. Enquanto temos uma narração em off de Bruce, que circula pela cidade atrás de crimes.

    Quem acompanha o Batman em todas as mídias consegue pescar todas as referencias que Reeves traz para essa história. Afinal, como trazer uma roupagem nova a um personagem que já foi adaptado tantas e tantas vezes? Simples, você pega tudo que deu certo nas versões anteriores e entrega um material novo com uma versão Batman que nunca foi explorado na grande tela.

    Dessa forma você consegue enxergar referencias no enredo de arcos nos quadrinhos como ‘O Longo Dia das Bruxas’ e ‘Silencio’ de Jeph Loeb, ‘A Piada Mortal’ de Alan Moore e claro ‘Ano Um’ de Frank Miller. No cinema conseguimos enxergar inspirações como a Gotham de Tim Burton, que mesmo que não seja tão teatral, ainda assim a cidade consegue ser um personagem do filme, sombria, tensa e sufocante. Já de Batman Eternamente a inspiração é na abordagem dos traumas de Bruce, mesmo que aqui seja muito melhor trabalhado. E da Trilogia Nolan, vemos um Batman mais pé no chão, quase como se desse para acreditar que aquele homem existe no nosso mundo.

    Todas essas inspirações contudo não são cópias, parecem mesmo homenagens. Dessa forma, o longa considera tudo o que foi abordado nas adaptações anteriores e entrega um material novo e repleto de referencias, sem apelar para o fã service obvio.

    Finalmente o tão aguardado Batman detetive

    Na trama, uma onda de assassinatos acontecem em Gotham, colocando o Batman e o Tenente Jim Gordan (Jeffrey Wright) seguindo uma série de pistas para encontrar o responsável dos crimes. Enquanto segue os rastros do denominado Charada (Paul Dano), Bruce acaba cruzando o caminho com Selina Kyle (Zöe Kravitz) que por motivos pessoais, embarca no mistério para desmascarar o perigoso vilão.

    Crítica | Batman (2022) intrigante, memorável e brilhante
    Batman | Foto: Warner Bros

    O que mais me chamou atenção nessa nova versão foi a junção do Batman com o Gordon, com tantas adaptações é até estranho dizer que nunca vimos essa abordagem em tela. Aqui vemos os dois como uma equipe mesmo, uma dupla ala David Mills (Brad Pitt) e William Somerset (Morgan Freeman) de Seven, que também podemos dizer que é uma grande inspiração para o enredo desse filme.

    Além disso, a relação do protagonista com Selina Kyle é a melhor abordada até hoje nos cinemas, a química de Kravitz com Pattinson é absurda. Em determinado momento do filme vemos os dois agindo como um só e é empolgante vê o quanto a parceria dos dois é bem trabalhada e os atores estão completamente confortáveis em seus papeis.

    Colin Farrel irreconhecível aqui como Oz, ou Pinguim, nos entrega junto com o Morcego uma das melhores cenas de perseguição dos últimos tempos, além de ser um ótimo alivio cômico. Contudo, não tem como não enaltecer Paul Dano em sua atuação como Charada. Paul abraça a loucura entregando um personagem sombrio, doentio e mega interessante. Seu jeito de andar, falar e até suas expressões te deixam sem folego.

    Crítica | Batman (2022) intrigante, memorável e brilhante
    Batman | Foto: Warner Bros

    Batman é o filme que todos os fãs do personagem esperavam, porém pode ser um filme um pouco difícil de engolir para o grande publico. Afinal, a direção de Matt Reeves prefere fugir um pouco da obviedade, em vez de entregar um blockbuster de heróis que a grande massa está acostumada. Nos embarca em um filme noir com um mistério lento, com investigação intrigante, pesada e brilhante.

    De fato, uma das melhores adaptações, senão a melhor do personagem nos últimos anos, as quase 3hs de filme passam voando, e quando termina você se pega querendo mais daquele universo.

    Nota: 5/5

    Assista ao trailer:

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  • CRÍTICA | O Massacre da Serra Elétrica: O Retorno de Leatherface – Aguardado retorno não empolga

    “O Retorno de Leatherface” era algo aguardado pelos fãs de terror, mas acabou não ficando à altura do que se espera de “O Massacre da Serra Elétrica”, uma das histórias mais clássicas do estilo “slasher”

    Recentemente, vários personagens clássicos do terror, como Michael Myers, Chucky e Ghostface, estão retornando às telas. Agora foi a vez de Leatherface ressurgir, 50 anos após o massacre mostrado no primeiro filme, de 1974.

    A história atual também se passa em Harlow, cidade do Texas em que ocorreu “O Massacre da Serra Elétrica”. Nela, quatro jovens que se cansaram da rotina e correria da cidade grande decidem se mudar para essa “pacata” cidade para investir em um negócio que pretendem abrir.

    Eles acreditam que o investimento renderá frutos e atrairá muitas pessoas para Harlow, por isso convidam vários investidores para presenciarem o início da trajetória deles. No entanto, o que começou como festa e esperança, acaba se tornando um desespero geral.

    CRÍTICA | O Massacre da Serra Elétrica: O Retorno de Leatherface - Aguardado retorno não empolga
    O Massacre da Serra Elétrica: O Retorno de Leatherface | Netflix

    O filme é corrido, as coisas não demoram a acontecer. Até porque, tem somente 1h32 de duração. Mas isso não é bem um ponto positivo, pois não dá tempo de nos apegarmos a nenhum personagem: não houve construção nem desenvolvimento de nenhum deles. Mal sabemos as histórias de cada um! 

    Assim que chegam à cidade, Melody (Sara Yarkin) e Dante (Jacob Latimore) logo encontram a dona do orfanato em que Leatherface cresceu. Eles iriam assumir a propriedade em que funcionaria o restaurante deles. Acontece que a mulher se recusa a sair, e quando é pressionada acaba passando mal. Quando ela morre a caminho do socorro, a fúria de Leatherface (Mark Burnham) é despertada e começa o novo massacre.

    CRÍTICA | O Massacre da Serra Elétrica: O Retorno de Leatherface - Aguardado retorno não empolga
    O Massacre da Serra Elétrica: O Retorno de Leatherface | Netflix

    Um acontecimento que poderia ser uma grata surpresa, que é o retorno de Sally Hardesty (Olwen Fouéré), não tem nada demais. Ela foi a única sobrevivente do massacre ocorrido em 1974 e esperou mais de 50 anos por essa vingança, que quando finalmente chega, acaba rápido e não gera aquele apelo que deveria. Uma pena!

    CRÍTICA | O Massacre da Serra Elétrica: O Retorno de Leatherface - Aguardado retorno não empolga
    O Massacre da Serra Elétrica: O Retorno de Leatherface | Netflix

    A direção conta com David Blue Garcia, que prometeu cenas sangrentas e realmente as entregou. Muitas dão enorme agonia, o que é uma característica do franquia, mas ao mesmo tempo são finalizadas de forma corrida, por isso parecem pouco trabalhadas, de saídas fáceis.

    “O Massacre da Serra Elétrica: O Retorno de Leatherface” já está disponível. Estreou na Netflix no dia 18 de fevereiro de 2022.

    Em suma, vale a pena ver se você é fã e não quer perder. O filme é curto e passa rápido. Mas vá sem muitas expectativas.

    Nota: 2/5

    Assista ao trailer:

    Veja também: Notícias relacionadas a “O Massacre da Serra Elétrica”

  • Crítica | Eternos – Série Avante mostra bastidores do filme

    Produção da Disney Plus que mostra os bastidores do filme da Marvel “Eternos”, conta com depoimentos de atores do elenco e equipe, presenteando o telespectador com um nova perspectiva sobre a criação de filmes sobre super heróis.

    Desde seu lançamento, o filme Eternos sofreu uma série de críticas. E um dos tópicos criticados por fãs e críticos pelo mundo foi justamente a forma como o filme foi conduzido pela diretora Chloé Zhao. Com um currículo repleto de vitórias em premiações reconhecidas como OSCAR, BAFTA e Globo de Ouro por seu filme Nomadland, Chloe Zhao sentiu tanto a pressão que chegou até a questionar, através de suas redes sociais, se o público realmente achava que o seu trabalho em Eternos havia sido tão ruim.

    Além dessas críticas ao filme Eternos, cineastas consagrados em Hollywood , em uma série de recentes declarações, começaram a atacar o formato Marvel de produzir filmes em larga escala utilizando o mesmo método e faturando bastante com o grande público. O sucesso de filmes de super heróis está incomodando diretores de filmes considerados cult. Nomes como Martin Scorsese( Ilha do Medo/O Lobo de Wall Street) consideram os filmes da Marvel como ” parques temáticos” e defende que não podem ser considerados como arte e cinema. Já Francis Ford Coppola( O Poderoso Chefão) considera filmes da Marvel e similares como ” protótipos feitos rapidamente para parecerem diferentes”.

    Produção da Disney Plus que mostra os bastidores do filme da Marvel "Eternos", conta com depoimentos de atores do elenco e equipe, presenteando o telespectador com um nova perspectiva sobre a criação de filmes sobre super heróis.
    Avante- Nos Bastidores de Eternos| Disney Plus

    Concordando ou não com as declarações destes conhecidos diretores e com as críticas feitas em relação ao filme Eternos, é inegável que, ao assistir os bastidores mostrados em “Avante- Nos bastidores de Eternos”, nova produção da Disney Plus para ajudar a exaltar as produção originais Disney Marvel, você repensará tudo o que já foi dito sobre os filmes de super heróis da Marvel. Desde o minuto inicial, temos acesso aos comentários de todos os passos dados pela diretora Chloè Zhao, ainda novata neste segmento de filme, porém empolgada e humilde para empregar sua marca registrada em sua nova empreitada. E é impossível não simpatizar com sua dedicação, realismo e sensibilidade.

    Dedicação que também vemos em cada ator e atriz do elenco, cada um deles elogiando seus personagens e a equipe que os envolveu durante o processo de filmagens e produção do filme Eternos. Alguns até superando traumas, realizando sonhos e se surpreendendo com a possibilidade de, finalmente, se tornarem um ponto de representatividade em um segmento de filmes que já foi bastante restrito, mas agora se expande e abraça todas as possibilidades.

    Produção da Disney Plus que mostra os bastidores do filme da Marvel "Eternos", conta com depoimentos de atores do elenco e equipe, presenteando o telespectador com um nova perspectiva sobre a criação de filmes sobre super heróis.
    Avante- Nos Bastidores de Eternos| Disney Plus

    Em alguns momentos, ao ver tantos profissionais envolvidos na construção daquele enredo para as telas, nos sentimos até culpados se de alguma forma consideramos pouco interessante o que nos foi entregue no cinema.

    É como se o relato sobre as semanas de leitura de quadrinhos sobre os Eternos, de Jack Kirby à Neil Gaiman, os meses de estudo e pesquisa sobre antigas civilizações para desenhar o que seria necessário à cenografia e ao set e as pesquisas sobre formas de retratar divindades em diferentes religiões e crença, entre outros tantos relatos sobre o trabalho, qualificassem o filme Eternos como um ponto alto e único na linha cronológica de filmes do Universo Cinematográfico da Marvel. E, independente do que falem os grandes diretores, tenha elevado os filme Marvel à altura de uma análise artística e cinematográfica condizente com outros grandes filmes do cinema.

    Produção da Disney Plus que mostra os bastidores do filme da Marvel "Eternos", conta com depoimentos de atores do elenco e equipe, presenteando o telespectador com um nova perspectiva sobre a criação de filmes sobre super heróis.
    Avante- Nos Bastidores de Eternos| Disney Plus

    O debate é sempre bem vindo, desde que não se desrespeite o trabalho de uma grande equipe de profissionais. Como citado durante a produção sobre os bastidores de Eternos: Chloe Zhao sempre foi uma diretora de cinema independente e antes desse convite da Marvel, ainda não havia sido apresentada à um investimento e estruturas tão grandes quanto a imaginação e criatividade da diretora. E fez, junto à grande equipe e elenco, tudo o que foi possível com o que lhe foi requisitado.

    Avante- Nos Bastidores de Eternos está disponível no Disney Plus.

    Assista ao trailer:

  • Crítica | Murderville (Temporada 1) – Uma série com uma boa ideia, porém fraca no humor

    Murderville, nova atração da Netflix, é uma ideia inovadora que mistura série policial, improvisos e um programa de esquetes de humor; Celebridades fazem participações sem roteiro e nada planejado, e tem que levar adiante o restante do show na base do improviso.

    É difícil pra mim falar mal de algo que tenha Will Arnett, principalmente como protagonista; o cara é um monstro, um excelente comediante que sabe lidar muito bem com humor físico e também tem uma voz diferenciada, que o coloca em destaque quando o assunto é dublagem. Lego Batman é um exemplo disso, sendo um excelente filme e na minha opinião, 50% do sucesso do filme é a dublagem de Will Arnett como Batman; Sem falar em outros trabalhos do ator como Arrested Development, Bojack Horseman, Will e Grace, enfim…

    Porém em Murderville, percebemos que nem o talento do protagonista basta para salvar essa série do esquecimento. São várias celebridades que aparecem na série, e nomes de peso como: Sharon Stone, Conan O’Brien, Kumail Nanjiani, Ken Jeong e outros; uns se saem bem, outros nem tanto…

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    Annie Murphy e Will Arnett | Murderville – Netflix

    O humor de improviso que a série usa é uma faca de dois gumes: Assim como pode ser algo engraçado e completamente espontâneo, também pode ser algo constrangedor e estranho quando não acontece da maneira ”certa”.

    Outro detalhe é que o improviso é algo que não atinge o grande público, e sim um nicho mais específico. Nem todos gostam desse tipo de humor, que puxa até pra um ”Stand Up Comedy”, quando uma pessoa fica falando sobre assuntos aleatórios e fazendo graça com piadas descontraídas.

    Eu gosto de stand up, não assisto com frequência, mas para passar o tempo de uma maneira mais leve; Infelizmente confesso que Murderville com seus 6 episódios raramente me tiraram algum riso, pois o formato em que é feito o programa é algo meio estranho, e por várias vezes eu ficava na dúvida se realmente era improviso, ou uma esquete roteirizada.

    O que segura as pontas é a atuação primorosa de Will Arnett, que consegue levar adiante o programa de uma maneira fácil e que afasta o constrangimento inicial em vários momentos. As celebridades horas se saem bem, horas se saem mal, e isso é a proposta do programa, entretanto acaba ficando para Will Arnett e Hannefah Wood, sua parceira na série, levar adiante o programa.

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    Lilan Bowden, Will Arnett e Marshawn Lynch | Murderville – Netflix

    A série também acaba usando muitas referências americanas, afinal é uma série americana; Porém isso complica para o pessoal que elabora as legendas e as dublagens, pois eles tem que se virar para alterar e fazer a ”Localização” para os idiomas locais, adaptando e trocando as referências para que o público de outros países que estão assistindo possam entender melhor as piadas e as referências.

    É uma série que realmente é feita para um público muito específico, pois além de usar o humor de improviso, também usa demasiadamente referências e piadas dos EUA. Sinceramente acho difícil que seja um grande sucesso comercial por lá e muito menos no restante do mundo. A série tem tudo para ser apenas mais um conteúdo para encher o catálogo do streaming.

    Porém se podemos tirar algo de bom da série são as atuações na média de Lilan Bowden, Hannefah Wood e claro, Will Arnett: Ele consegue tirar leite de pedra com seu humor característico, auxiliar seus convidados celebridades e ainda conduz a série de uma maneira justa com um personagem engraçado e carismático como Terry Seattle.

    Murderville já está disponível no catálogo da Netflix.

    NOTA 2/5

    Assista ao trailer:
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    Crítica – Amor com Fetiche

    Crítica | Inventando Anna- série conta história real de jovem golpista.

  • Vá e Veja: amor ao próximo tem limite?

    Vá e Veja: amor ao próximo tem limite?

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    Vá e Veja: amor ao próximo tem limite?

    Nenhum filme de guerra chegará aos pés de Vá e Veja. Falo com categoria, sem medo de ser feliz, pois nenhuma produção jamais conseguirá carregar dentro de si, toda a podridão do homem enquanto ser social, ou mesmo Ser Humano. E com toda certeza, não sairá de sua mente tão facilmente. Está preparado?

    Nem O Resgate do Soldado Ryan, 1998, de Steven Spielberg, ou Nascido Para Matar, 1987, de Stanley Kubrick, chegarão aos pés da podridão que verte de Vá e Veja, 1985, do diretor soviético Elem Klimov. Jamais! Falo com categoria, sabendo que não erro em minha afirmação! Vá e Veja tem um recorte interessante: a invasão Nazista à Bielorrússia, em 1943. Só com esta informação, já dá pra sentir que o buraco é um pouco mais embaixo, né?

    Leia também: Noite e Neblina: Para entender o Nazismo

    Acompanhamos ao longo das suas duas horas e tantos minutos de duração, o menino Floria, de uma pequena aldeia local, que se junta ao exército soviético de resistência contra a invasão Nazista que está a chegar. Apesar de sua mãe lhe suplicar para não ir, o adolescente, inconsequente como todos os adolescentes do mundo, acha que pode ser de grande valia para a resistência. É aqui que percebemos que o pobre garoto fez a pior decisão possível. E é a partir daqui que começamos a sentir muito tanto por ele, quanto por sua família e aldeia. A dor da súplica de sua mãe ecoa em nossas mentes durante o longa, fazendo parecer que nós, os espectadores, somos cúmplices de levarmos Floria para a frente de batalha. Existe um aperto no peito que só aumenta. Elem Klimov já consegue deixar o clima absurdamente péssimo — e este é só o começo.

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    Vá e Veja: amor ao próximo tem limite?

    Para as várias produções cinematográficas, principalmente as de Hollywood, impera a famosa jornada do herói e o unânime happy ending. Neste caso, todavia, a jornada de Floria não é sobre adentrar em si mesmo, vencer distâncias até aprender a ser um verdadeiro herói e voltar ao mundo comum melhor que saiu. Não. A cada minuto, Floria desce ao inferno dos homens. Será que sua jornada se compara à de Dante? Acho que não, pois nada pode ser mais cruel que a humanidade transformada em um animal de grande poder bélico e recheado do mais puro ódio. Destaco, sendo assim, preservando os incautos de possíveis spoilers, algumas cenas que nos torna cada vez menos esperançosos em nossa espécie.

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    Vá e Veja: amor ao próximo tem limite?

    A primeira, a famosa cena do pântano, cuja composição cinematográfica é de se perturbar o mais são dos homens. Floria e Glasha, uma amiga e possível Virgílio (?), atravessam um mar de lama misturado com gritos, berros de animais, barulhos indecifráveis e música clássica. É esta bagunça sensorial que os homens passam nas guerras. E é desta forma que aquele aperto do coração que já estávamos, se transforma em choro preso no estômago. É assim, de certo modo, misturado a um lirismo e poesia, que o filme se mostra estranho e, em alguns momentos, belo. Não entendemos nada. Mas quem disse que em uma guerra, é preciso entender alguma coisa?

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    Vá e Veja: amor ao próximo tem limite?

    Klimov nos deixa atordoados sen mesmo termos visto os horrores gráficos que o longa está a nos reservar. A próxima cena, esta sim, super gráfica, nos mostra um senhor que foi brutalmente torturado e ferido pelos Nazistas. Poderia aqui lhe dizer o que foi, mas acho que é minha missão te deixar descobrir por conta, leitor. Claro, porém, que vou tentar descrever não a cena, mas a feição de Floria, que não esconde em nenhum momento seu espanto, medo e desespero. O homem, apesar de muito ferido, ainda consegue falar. Segundo ele, pediu ao exército Nazista que o matasse. Imagine aí, meu amigo, a qual tipo de brutalidade que este homem foi submetido. Quem clama pela própria morte? Alguém que sabe que está no inferno! Floria, depois de ver seu estado, foge. Nos deixa, mais uma vez, com um nó cego em nossas gargantas. Vômito, para os sensíveis. Indignação para os conscientes. Inspiração para os fascistas de hoje em dia…

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    Vá e Veja: amor ao próximo tem limite?

    A última cena a ser destacada, faz parte dos momentos finais do longa. Presenciamos o exercito Nazista invadindo uma aldeia e aterrorizando das piores formas possíveis seus moradores. Direitos humanos? Nazista desconhece o significado. Há, durante quase trinta minutos, uma verdadeira coleção de show de horrores. A morte, perto disso, como ser queimado vivo, é uma benção. E é no meio deste caos que Floria se encontra. O ator Alexei Krawtschenko, com 16 à época, exprime com veracidade espanto, medo e desespero de forma gradativa. No início, o vemos esperançoso com a guerra. Porém, assim que ele adentra a frente de batalha, podridão humana, fica com as linhas de expressões mais marcadas, tal como as olheiras mais roxas, os cabelos mais brancos e os lábios machucados. Todo aquele clima de guerra contribuí para que a sanidade vaze das nossas cabeças, deixando-nos áridos, sem vida.

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    Vá e Veja: amor ao próximo tem limite?

    Chegamos no momento de responder ao título: amor ao próximo tem limite? Floria irá nos dizer que não. Não há limites para o amor ao próximo. Mas mesmo com nazistas? Voltemos, para responder à indagação, aos momentos finais do filme. Depois de Floria ter ido e visto o homem tal como é, um animal sedento por sangue e desgraça, ele se depara com um retrato de Adolf Hitler. Munido de um Rifle Semi automático SVT 40, Floria começa a atirar no ditador. Ou melhor, em sua foto.

    Experimentalista, Klimov faz uma montagem interessante aqui: a cada vez que Floria atira em Hitler, vemos vídeos reais de passagens da ascensão Nazista de trás pra frente. Como se, a cada tiro, estivéssemos voltando no tempo. Floria, sendo assim, atira tanto e tanto, que volta à infância de Hitler. Vemos o ditador bebê, sentado no colo de sua mãe. Existe, portanto, um impasse interessante: se Floria atirar em Hitler criança, ele se igualará aos invasores Nazistas que há pouco mataram de forma brutal um vilarejo inteiro na base do fogo e desdém. Porém, se ele matar o bebê, pode, de forma simbólica, claro, impedir que toda aquela crueldade não ocorra. Matar uma criança? Ou deixar vivo o mais sanguinário dos ditadores? Floria, talvez seguindo preceitos cristãos – ou simplesmente o bom senso, por mais amargo que seja -, não atira. Ele não quer se igualar aos nazistas, mesmo tendo todos os motivos para querer vingança. O melhor a se fazer, em seu caso, portanto, é continuar a lutar junto da resistência contra o Nazismo. Talvez seja este o maior ato de amor ao próximo que poderia tomar: sacrificar-se na guerra em nome de seus compatriotas, sejam vivos ou mortos.

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    Vá e Veja: amor ao próximo tem limite?

    Onde assistir? MUBI

  • Crítica | Inventando Anna- série conta história real de jovem golpista.

    “Inventando Anna”, nova série da consagrada escritora/roteirista Shonda Rhimes( Grey’s Anatomy/Scandal), conta a história real de Anna Sorokin, garota russa que fingiu ser uma rica herdeira alemã para transitar livremente pela alta sociedade norte americana, acumulando golpes em bancos, hotéis e pessoas ricas. Para camuflar seu sobrenome russo, Anna optou por adotar o nome “Anna Delvey” e foi através dele que trilhou seu rastro de escalada social, ostentando riquezas que não podia pagar e tentando atrair investidores para tentar realizar a criação de uma Fundação com seu nome, uma espécie de clube social exclusivo para os mais ricos.

    “Essa história é verídica, exceto pelas partes inventadas.” É o que se vê escrito, de diferentes formas, no início de todos os nove episódios da nova série ” Inventando Anna” de Shonda Rhimes, já disponível na Netflix. E é importante que isso seja dito para que ninguém romantize demais as situações ali contadas.

    "Inventando Anna", nova série da consagrada escritora/roteirista Shonda Rhimes( Grey's Anatomy/Scandal), conta a história real de Anna Sorokin, garota russa que fingiu ser uma rica herdeira alemã para transitar livremente pela alta sociedade norte americana, acumulando golpes em bancos, hotéis e pessoas ricas. Para camuflar seu sobrenome russo, Anna optou por adotar o nome "Anna Delvey" e foi através dele que trilhou seu rastro de escalada social, ostentando riquezas que não podia pagar e  tentando atrair investidores para tentar realizar a criação de uma Fundação com seu nome, uma espécie de clube social exclusivo para os mais ricos.
    Inventando Anna /Reprodução: Netflix

    Por se tratar de uma história real, baseada em um artigo escrito pela jornalista Jessica Pressler( na série nomeada como “Vivian Kent” e interpretada pela atriz Anna Chlumsky), muito do que ali foi contado se baseou no relato de testemunhas dos feitos da jovem e promissora Anna Delvey. E, nos relatos testemunhais, estejam eles em autos de processo ou em páginas de revistas e jornais, só podemos confiar em uma parte. Principalmente quando se trata de situações envolvendo golpes bilionários.

    A série ” Inventando Anna” conta a história do golpe verídico acompanhando os passos da jornalista Vivian Kent(Anna Chlumsky) em sua busca por uma história que a tire do atual status de “pior jornalista” , status que adquiriu por um erro de apuração cometido no passado. A partir do momento em que Vivian( Anna Chlumsky) toma conhecimento do caso da jovem que enganou bilionários de formas até então desconhecidas, a jornalista tenta convencer seus chefes de que aquela é uma história que merece ser contada em detalhes e parte em busca de Anna Delwey( Julia Garner), na prisão, para escutar a versão da acusada.

    "Inventando Anna", nova série da consagrada escritora/roteirista Shonda Rhimes( Grey's Anatomy/Scandal), conta a história real de Anna Sorokin, garota russa que fingiu ser uma rica herdeira alemã para transitar livremente pela alta sociedade norte americana, acumulando golpes em bancos, hotéis e pessoas ricas. Para camuflar seu sobrenome russo, Anna optou por adotar o nome "Anna Delvey" e foi através dele que trilhou seu rastro de escalada social, ostentando riquezas que não podia pagar e  tentando atrair investidores para tentar realizar a criação de uma Fundação com seu nome, uma espécie de clube social exclusivo para os mais ricos.
    Inventando Anna | Reprodução:Netflix

    A partir de então a série se divide entre presente, na busca incessante por depoimentos de testemunhas que legitimem o que Anna Delwey( Julia Garner) relata a cada visita na prisão e passado, nos flashbacks direcionados pelo relato de cada uma das pessoas que Anna conheceu na sua busca por dinheiro e status. O telespectador é apresentado a cada um deles, formando um arco novo a cada episódio, sem deixar de lado a vida pessoal da jornalista Vivian , de seus simpáticos colegas de redação que lhe ajudam nesta aventura em fazer a melhor reportagem e no simpático e inseguro advogado da acusada, Todd(Arian Moyaed).

    É interessante como a narrativa se desenrola como um live action de livros sobre como influenciar pessoas. Não da forma habitual ou certa, mas utilizando-se de circunstâncias e truques que funcionaram para ela. Como se Anna usasse sua própria história de crimes de colarinho branco para mostrar a quem estiver interessado, como funciona o mundo de negócios e aparência em que todos nós estamos inseridos.

    "Inventando Anna", nova série da consagrada escritora/roteirista Shonda Rhimes( Grey's Anatomy/Scandal), conta a história real de Anna Sorokin, garota russa que fingiu ser uma rica herdeira alemã para transitar livremente pela alta sociedade norte americana, acumulando golpes em bancos, hotéis e pessoas ricas. Para camuflar seu sobrenome russo, Anna optou por adotar o nome "Anna Delvey" e foi através dele que trilhou seu rastro de escalada social, ostentando riquezas que não podia pagar e  tentando atrair investidores para tentar realizar a criação de uma Fundação com seu nome, uma espécie de clube social exclusivo para os mais ricos.
    Inventando Anna| Reprodução: Netflix

    Anna usa muito a ambição dos outros a favor de seus próprios objetivos, o que de certa forma cativa parte das pessoas com quem convive, convencendo-as do quão brilhante a garota é apesar de todos os seus golpes. Por diversas vezes no decorrer dos episódios, os telespectadores podem acabar concordando com suas atitudes ou até se compadecendo do que ela fez. O que torna a história dela ainda mais interessante, pois coloca até quem assiste como vítima de um golpe arquitetado pelo personagem que Anna Sorokin criou.

    As atuações do elenco de “Inventando Anna” colaboram para o sucesso da trama pois todos os personagens que fazem parte da narrativa envolvendo o caso de Anna Delwey são cativantes a seu próprio modo. Pode até ser que nem todos tenham acompanhado o trabalho de Anna Chlumsky na série Veep, mas é difícil encontrar alguém que nunca tenha assistido o filme Meu Primeiro Amor , em que ela contracenou, ainda criança, com o também pequenino à época Macaulay Culkin. Tomara que seja escalada para mais produções e aceite os convites pois ela é uma excelente atriz.

    "Inventando Anna", nova série da consagrada escritora/roteirista Shonda Rhimes( Grey's Anatomy/Scandal), conta a história real de Anna Sorokin, garota russa que fingiu ser uma rica herdeira alemã para transitar livremente pela alta sociedade norte americana, acumulando golpes em bancos, hotéis e pessoas ricas. Para camuflar seu sobrenome russo, Anna optou por adotar o nome "Anna Delvey" e foi através dele que trilhou seu rastro de escalada social, ostentando riquezas que não podia pagar e  tentando atrair investidores para tentar realizar a criação de uma Fundação com seu nome, uma espécie de clube social exclusivo para os mais ricos.
    Inventando Anna/Reprodução : Netflix © 2021

    O mesmo pode ser dito da protagonista Anna Delwey, interpretada pela atriz Julia Garner(Ozark) que conseguiu cumprir seu papel tão bem em “Inventando Anna” que o telespectador oscila constantemente entre amá-la e odiá-la, entre achá-la inteligente ou classificá-la como louca, sem nunca perder o interesse em seguir sua narrativa. Sobre os demais personagens, Shonda até erra em não apresentar desfecho para alguns deles, utilizando-os na história como personagens interessantes apenas na parte inicial da série e descartando-os no fim. Isso se deve ao excesso de detalhes da história.

    Shonda nunca decepciona quando o assunto é abordar, em suas séries, rotinas de trabalho que envolvem muito mais do que só o exercer profissional.

    Vemos isso na forma como cada ambiente profissional é abordado na série, como a bajulação e a ostentação combinadas a alinhados trajes que transmitam confiança ao lidar com pessoas da alta sociedade. O companheirismo de jornalistas em redações quando os profissionais são colocados em um grupo “rejeitado” pelo chefe. E claro, o conflito de egos e visibilidade que nem sempre condizem com o retorno financeiro, na parte em que ela mostra o trabalho do advogado Todd( Arian Moyaed). De uma forma ou de outra ela sempre faz o telespectador entender exatamente como é estar naquele meio e isso ajuda demais na imersão na história.

    "Inventando Anna", nova série da consagrada escritora/roteirista Shonda Rhimes( Grey's Anatomy/Scandal), conta a história real de Anna Sorokin, garota russa que fingiu ser uma rica herdeira alemã para transitar livremente pela alta sociedade norte americana, acumulando golpes em bancos, hotéis e pessoas ricas. Para camuflar seu sobrenome russo, Anna optou por adotar o nome "Anna Delvey" e foi através dele que trilhou seu rastro de escalada social, ostentando riquezas que não podia pagar e  tentando atrair investidores para tentar realizar a criação de uma Fundação com seu nome, uma espécie de clube social exclusivo para os mais ricos.
    Inventando Anna/Reprodução: Netflix © 2021

    ” Inventando Anna” é uma série divertida e intrigante que merece ser assistida tanto pelos amantes das produções de Shonda Rhimes, quanto por quem adora séries sobre crimes. E deixa no telespectador a pulguinha da dúvida: será que ela mereceu a pena que lhe foi imposta?

    A temporada completa de “Inventando Anna” está disponível na Netflix.

    Nota: 4/5

    Assista ao trailer:
  • Critica | Uncharted – Fora do Mapa é uma aventura simples e divertida

    Critica | Uncharted – Fora do Mapa é uma aventura simples e divertida

    Não é de hoje que os fãs estão aguardando a adaptação cinematográfica e Uncharted, sendo desenvolvida há quase 9 anos, o filme que será baseado na franquia de jogos da Naughty Dog, exclusivos para Playstation finalmente chegará aos cinemas, dia 17 de fevereiro.

    A trama acompanha Nathan Drake (Tom Holland) um jovem barman, que sonha em se reencontrar com seu irmão perdido. Quando abordado cm uma proposta do misterioso Victor “Sully” Sullivan (Mark Wahlberg) para se juntar a ele em uma jornada para encontrar um bilionário tesouro perdido, e, possivelmente o paradeiro de seu irmão. No caminho, Drake aprende a se tornar um aventureiro, ao mesmo tempo em que a dupla recém-formada é perseguida por um empresário ganancioso (Antonio Banderas) que almeja encontrar o mesmo tesouro.

    Quando Uncharted – Fora do Mapa foi finalmente confirmado, um pé atrás cercou os fãs da franquia, principalmente por conta da escalação de seus atores principais. Uma curiosidade que devemos trazer, é que o ator Mark Wahlberg era o principal nome cotado para dar vida a Nathan Drake nos estágios iniciais da produção. Contudo, conforme os anos se passaram e diversas mudanças aconteceram dentro da adaptação do game, Tom Holland ficou no papel do protagonista, enquanto Wahlberg será o grande companheiro de aventuras de Nathan.

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    Uncharted – Fora do Mapa | Sony Pictures

    Esse pé atrás, na minha concepção foi boa para a experiência do filme, afinal como um fã da franquia, nada que eu via do material promocional do filme me agradava. E assistindo o filme minha preocupação se mostrou verdadeira, a atuação de Holland realmente é um pouco mais da mesma. Ou seja, vemos sim muito de seu Peter Parker em seu Nathan Drake. Contudo, isso fica para trás conforme o enredo avança.

    Tom vai criando camadas em seu personagem, e não podemos que a carisma do ator te conquista. Juntando isso com a inegável química com o Sully de Mark Wahlberg, os astros conseguem criar uma dinâmica de mentor/aprendiz que funciona extremamente bem para a proposta do filme.

    Sendo assim, posso dizer que o filme trabalha muito bem seu enredo para fazer o espectador também participe da história. Juntando a dupla principal com Chloe (Sophia Taylor Ali), o trio trabalha para encontrar o tesouro que tem ligação com a navegação do português Fernão de Magalhães no século XV . Atrás de uma série de pistas e objetos diferentes, o enredo guia os protagonistas que se atrapalham e cometem erros e acertos. O humor também agrada bastante, utilizando a constante desconfiança entre os três e até mesmo entre o núcleo dos vilões, entregando uma imprevisível jornada, que remete muito a “vibe” dos jogos de Uncharted.

    Critica | Uncharted - Fora do Mapa é uma aventura simples e divertida
    Uncharted – Fora do Mapa | Sony Pictures

    O longa tinha uma difícil tarefa, adaptar para o cinema, um jogo que já é muito cinematográfico. Dessa forma, o roteiro assinado por Rafe Judkins, Art Marcum e Matt Holloway mescla elementos de todos os quatro jogos protagonizados por Nathan lançados, e constrói uma nova história. Com a narrativa cheia de perseguições, mistérios, lutas, parkour e conflitos, assim como no jogo.

    A direção de Ruben Fleischer (Zumbilandia) é uma das melhores coisas do longa, com cenas de ação são repletas de momentos inspirados em seu material original, porém ainda trazendo elementos próprios que agradam o espectador, e tiram o folego.

    As falhas do filme são bem claras, a motivação da vilã vivida por Tati Gabrielle é zero, parece que realmente só está dentro do filme para causar algum conflito e atrapalhar os heróis de avançarem na trama. Sem falar do enredo de Sam(Rudy Pankow), irmão de Nathan, que mesmo que seja a principal motivação do personagem principal, serve mais para o futuro da franquia do que qualquer outra coisa.

    Mesclando ação e humor na medida certa, Uncharted – Fora do Mapa é uma aventura leve e muita divertida, mesmo que não seja perfeita, me agradou muito, talvez ir com baixa expectativa tenha sido um acerto. De fato, o longa segue a fórmula de filmes de caça ao tesouro, lembrando bastante A Lenda do Tesouro Perdido. Mesmo não trazendo inovação, a interação dos protagonistas é o chamariz para a diversão. Eu poderia ver muito mais de Nathan e Sully nos cinemas.

    P.S.: Quando o Nathan pega seu famoso coldre de ombro não teve como não se arrepiar.

    NOTA: 4/5

    Assista ao trailer:

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  • Crítrica | Amor com Fetiche

    Crítrica | Amor com Fetiche

    Nova produção sul-coreana original da Netflix ‘Amor com Fetiche’ chamou a atenção pelo título que foge do comum das produções do país 

    Chicotes, coleiras de espinhos, bondage e BDSM em uma produção sul coreana? Temos. O anúncio de Amor com Fetiche chamou a atenção do público por abordar um tema muito maduro que é considerado um tabu para muitos no país. Produções parecidas como essa já existem, mas nenhuma havia sido tão divulgada quanto o novo lançamento da Netflix.

    Amor com Fetiche é uma comédia romântica coreana que conta a história de Jung Ji-goo (Lee Joon-Young, ex integrante do U-Kiss), um jovem que é apresentado no seu primeiro dia de emprego, onde seu nome logo vira um motivo de piada entre os colegas de trabalho por conta da pequena diferença de uma letra para o nome Ada Jung Ji-woo (Seohyun, do grupo Girls Genaration), onde todos já imaginavam as confusões que teriam só confundir os dois nomes.

    Toda a confusão começa quando Jo-woo recebe uma encomenda destinada ao Ji-hoo e, ao abrir, se depara com uma coleira cheia de espinhos, própria para a prática de submissão. O protagonista, vendo toda aquela situação, tenta se explicar, mas acaba contando toda a verdade. A jovem, por outro lado, acaba se interessando pelas práticas e decide pesquisar mais sobre o BDSM. No fim, os dois assinam um contrato no qual Ji-woo se torna a mestre de Ji-hoo, é assim eles começam a se relacionar, mas sem sentimentos.

    Amor com Fetiche
    Amor com Fetiche / Netflix

    Se você pensa em assistir Amor com Fetiche esperando cenas quentíssimas, nudez e algo mais puxado para a franquia de Cinquenta Tons de Cinza, é melhor esquecer. A produção sul-coreana é extremamente fofa, trata o BDSM de uma forma bem explicativa e focando em vários detalhes, sem sexualizar exageradamente os atores. Talvez essa seja a forma mais sexy de falar sobre esse assunto, sem deixar a prática tão escancarada. 

    Fora da prática do BDSM, a construção dos personagens acontece de forma rasa, talvez porque estejamos mais acostumados com os k-dramas do que com produções curtas como longa-metragens, então parece que falta história, e algumas coisas não são respondidas, então talvez isso faça com que o filme não seja tão aclamado.

    Amor com Fetiche
    Amor com Fetiche / Netflix

    A química dos atores foi algo que me chamou muita atenção, quase que atravessava a tela quando os dois estavam juntos, pareciam um casal que estava se entregando de verdade, foi bem bonito de assistir ele assumindo esse seu gosto excêntrico e ela aceitando ele dessa forma e se entregando para entender melhor como as coisas funcionam.

    Mas, assim como os k-dramas, toda a intimidade vai sendo construída até o contato carnal do casal, então é de se esperar de que o primeiro beijo demore bastante para acontecer. Mas, para mim, talvez essa seja a verdadeira essência das produções coreanas.

    Amor com Fetiche
    Amor com Fetiche / Netflix

    A diretora Park Hyeon-jin conseguiu imprimir ao filme uma leveza onde tornou tudo mais divertido, sem aquela sensação de peso e constrangimento quando o sexo e algumas práticas consideradas tabus são colocadas a mesa. Apesar disso, nada impede de quase morremos de vergonha alheia com a maioria das cenas de BDSM, principalmente quando o protagonista imita um cachorro. 

    Amor com Fetiche é uma boa comédia romântica, e só. Ela só surpreende por conta do tema ser abordado em um país um tanto quanto conservador, como a Coreia do Sul, mas de resto, a história não consegue se sobressair, virando só um bom filme pra assistir aos finais de semana.

    Amor com Fetiche já está disponível na Netflix.

    Nota: 3,5/5

    Assista ao trailer :

  • Crítica | O Golpista do Tinder – O famoso documentário com cara de ficção

    O Golpista do Tinder é um documentário com cara de ficção, que mostra o quão perigoso são as redes sociais hoje em dia, e como é surreal a facilidade em enganar pessoas que estão a procura de relacionamentos.

    A Netflix lançou recentemente em seu catálogo o documentário: ” O Golpista do Tinder ”. Esse documentário conta de uma forma até cinematográfica, a história de Simon Leviev, um golpista que usava a rede social de relacionamentos para extorquir dinheiro de mulheres que buscavam relacionamentos sérios e duradouros, e também aquelas que estavam procurando apenas diversão.
    Se passando por várias alcunhas diferentes, ele iludia suas vítimas, prometendo uma vida de luxo e riquezas e claro, sendo o mais romântico, apaixonado e perfeito homem que já andou nessa Terra.

    Até que depois que suas vítimas estavam completamente iludidas ou apaixonadas, começava então a segunda parte do plano: Montar um terror psicológico para que essas mulheres o ajudassem mandando dinheiro para que ele pudesse resolver seus problemas mirabolantes.

    A história é contada inicialmente de uma forma leve, até mesmo cômica, mostrando o rapaz como um príncipe encantado que iria salvar aquelas mulheres de uma vida de tristeza e solidão, até que a coisa começa a ir para um outro lado muito estranho e confuso.
    O formato do documentário oscila bastante entre momentos de comédia e de tensão. (sem dar muitos spoilers)

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    O Golpista do Tinder | Netflix

    Algo que não podemos deixar de reparar nessa produção é justamente a forma como o documentário põe as mulheres, vítimas do golpista, como pessoas desesperadas por alguém que as ” salvem” de uma vida triste e vazia, sendo que por várias vezes vemos que elas comentam que estavam na rede social apenas para se divertir, sair um pouco da rotina, enfim, quem nunca não é mesmo?

    Gosto muito de documentários e esse me pegou desprevenido, pois não sabia dessa história em si e, atualmente, é só o que ouço nas rodas de amigos, nos almoços com minha família e etc… Realmente é uma ótima adição ao catálogo da Netflix, pois percebemos que o assunto tratado ainda é pauta em várias casas, inclusive a minha.

    O documentário é bem fácil de assistir, pois como disse, tem um formato mais leve e não é algo muito extenso para aqueles que não tem muita paciência para esse tipo de produção. Além do que, a história é contada de uma maneira que realmente prende o espectador, pois ficamos curiosos em saber como aquele absurdo mostrado em tela vai se desenrolar.

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    O Golpista do Tinder – Netflix

    A produção estreou na Netflix esse mês e ainda está no TOP 10 dos conteúdos mais vistos no streaming, e isso é compreensível, pois as redes sociais fazem parte de nossa vida há algum tempo, e essa é uma história tão absurda e tão surreal que só poderia acontecer na vida real.

    O documentário também serve como um alerta sobre como não devemos confiar e nos deixarmos levar por tudo o que vemos em redes sociais, e também mostra como é fácil para pessoas mal intencionadas, obter informações importantes sobre nossa vida privada através da internet.

    Claro, não é um documentário perfeito, tem alguns problemas em relação a como ele coloca as pessoas que foram vítimas do golpista por exemplo, porém os acertos da produção acabam fazendo com que a gente deixe de lado esses probleminhas, e também não dá pra agradar a todos. De um modo geral, é uma ótima adição ao conteúdo da Netflix.

    O Golpista do Tinder é conteúdo exclusivo da Netflix e já está disponível no streaming.

    NOTA 4/5

    Assista ao trailer:

    https://www.youtube.com/watch?v=_LxaB9Wyloo
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  • Noite e Neblina: Para entender o Nazismo

    Noite e Neblina: Para entender o Nazismo

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    Noite e Neblina, 1955, Alain Resnais

    Diz o ditado alemão: “Se há dez pessoas numa mesa, um nazista se senta, e nenhuma pessoa se levanta, então existem onze nazistas”.

    Poderia aqui, neste artigo, falar dos diversos filmes que pululam o inconsciente coletivo quando falamos sobre a Segunda Guerra Mundial ou ainda dos horrores nazistas. Filmes como Olga, 2004, de Jayme Monjardim, ou A Lista de Schindler, 1993, de Steven Spielberg, são ótimos exemplos de longas-metragens que retratam com maestria uma das fases mais sombrias da humanidade.

    Porém, no presente momento, 77 anos após o fim da Segunda Guerra Mundial e seus horrores, como o holocausto, é mais que necessário mostrarmos a realidade crua e ardida deixada pelo regime de Adolf Hitler. Dentre elas, o extermínio em massa de mais de seis milhões de judeus em campos de concentração, como Auschwitz, por exemplo. Mas por que falar disso agora?

    De acordo com a antropóloga Adriana Dias, que desde 2002 dedica-se a estudar movimentos neonazistas pelo Brasil, mostra que existem cerca de 530 núcleos extremistas espalhados pelo país, podendo chegar ao assustador número do 10 mil pessoas. Representando, portanto, um crescimento de 270%, de janeiro de 2019 a maio de 2021. Um número assustador de um movimento mais assustador ainda, principalmente aqui no Brasil, cujo povo é uma interessante mistura de todas as etnias, culturas e credos.

    Mas por que esses movimentos estão ganhando força nos últimos anos? Será que é por causa da disseminação de discursos de ódio disfarçados de liberdade de expressão? Será que é por causa da relativização dos crimes de racismo, homofobia, antissemitismo ou mesmo contra a mulher que estão rolando pela sociedade afora? Será que temos os piores exemplos vindo dos altos cargos da política, como a Presidência da República, ou mesmo da grande mídia, como apresentadores de televisão, YouTube ou mesmo podcast, sem a devida punição prevista em lei? Aparentemente ficaremos sem respostas…

    NOITE E NEBLINA, DEZ ANOS DEPOIS DO HOLOCAUSTO

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    Cena de Noite e Neblina, 1955, Alain Resnais

    Em 1955 foi comemorado os dez anos da libertação judia dos campos de concentração nazistas. O diretor francês Alain Resnais, em parceria com o poeta e escritor Jean Cayrol, que havia sido prisioneiro do regime, e o ator Michel Bouquet, voz over da obra, dirige o curta-metragem Noite e Neblina, com aproximadamente 30 minutos de duração.

    Somos apresentados a uma mistura de imagens dos destroços dos campos de concentração nazistas, mais precisamente Auschwitz e Majdanek, ambos localizados na Polônia, aos horrores feitos e registrados pelos próprios nazistas. Desde judeus sendo perseguidos pela Schutzstaffel, milícia nazista, e levados para Auschwitz ou Majdanek de trem, como uma máquina de morte. Às suas condições sub-humanas de trabalhos forçados, alojamentos, alimentação, castigos, etc.

    Até chegarmos às chocantes imagens da solução final. Câmaras de gás, fornalhas gigantes e até mesmo fogueiras improvisadas para queimar de forma brutal e covarde não somente as provas de um crime sem precedentes, mas também um povo inteiro. De forma crua e ardida, sem rodeios ou liberdades poéticas, vemos os cadáveres de milhares de judeus empilhados. Até onde a brutalidade humana pode chegar? Montanhas de cabelos, pele, ossos, sonhos e vida estão nos vários rastros de sangue e ódio deixados pelos nazistas. Nas palavras do diretor francês François Truffaut: “uma lição de história, inegavelmente cruel, mas merecida” no filme “mais nobre jamais filmado antes”.
    Onde assistir? YouTube

    Fontes:

    https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Nuit_et_brouillard

    https://www.rua.ufscar.br/noite-e-neblina-alain-resnais-1955/

    https://www.google.com/amp/s/g1.globo.com/google/amp/fantastico/noticia/2022/01/16/grupos-neonazistas-crescem-270percent-no-brasil-em-3-anos-estudiosos-temem-que-presenca-online-transborde-para-ataques-violentos.ghtml

    https://www.cinefrance.com.br/acervo/documentarios/noite-e-neblina-1955

  • Crítica | A Crônica Francesa – filme encanta e mostra lado lúdico do jornalismo impresso

    Em “A Crônica Francesa”, novo filme de Wes Anderson, o diretor conhecido por suas cores pastéis e simetrias convida o telespectador a se encantar pelo que acontece no trabalho diário dos profissionais responsáveis pelas reportagens de jornais impressos, mostrando o lúdico e o poético das narrativas de jornalistas que vivenciam suas narrativas das mais variadas formas para que possam traduzir tudo em palavras aos leitores. Uma verdadeira carta de amor ao jornalismo!

    Cores vibrantes e tons pastéis, simetria de ângulos, personagens encantadores e jeito único de contar histórias. Quem já conhece parte da filmografia do diretor Wes Anderson é capaz de reconhecer um filme dele só em olha uma cena. Em Crônica Francesa não é diferente! No filme, que está disponível desde o dia 09 de fevereiro(quarta-feira) na plataforma de streaming Star+, a marca de Wes Anderson está presente em cada cena, com belas e marcantes novidades, inserindo cenas em preto e branco e animações como as dos quadrinhos de Tintim, provando que se pode sim aperfeiçoar uma fórmula que já é conhecida e amada pelo público fã dos filmes do diretor.

    Em "A Crônica Francesa", novo filme de Wes Anderson, o diretor conhecido por suas cores pastéis e simetrias convida o telespectador a se encantar pelo que acontece no trabalho diário dos profissionais responsáveis pelas reportagens de jornais impressos, mostrando o lúdico e o poético das narrativas de jornalistas que vivenciam suas narrativas das mais variadas formas para que possam traduzir tudo em palavras aos leitores. Uma verdadeira carta de amor ao jornalismo!
    A Crônica Francesa|Photo Courtesy of Searchlight Pictures. © 2021 20th Century Studios All Rights Reserved

    Com o título original “The French Dispatch”, em a ” Crônica Francesa” a narrativa se localiza na França do Século XX, na sede de um jornal americano fictício livremente inspirado, tantos nos takes de página impressa utilizados para separar os atos do filme, quanto nos pôsteres que são apresentados nos créditos do filme, no famoso jornal The New Yorker . E a inspiração não para por aí. Ao mostrar os detalhes narrativos, de primor tanto artístico quanto verbal, na experiência de reportagens cotidianas em busca de histórias para narrar em uma matéria jornalística, Wes Anderson e seu elenco de estrelas homenageiam também as matérias maravilhosas do jornal The New Yorker.

    E de início, um enredo assim pode até assustar os muitos críticos do jornalismo atual. Mas ninguém resiste a uma história bem contada e todos os atos deste filme/ peça de teatro que Wes Anderson nos apresenta, são dignos de todo os bons ouvintes/ telespectadores. As mudanças de cena brincam como em uma mudança de cenário de um palco de teatro, dividindo o deleite visual já característico do diretor em seções bem definidas como em um jornal que todos leem juntos ao assistir. Cada ato com sua história específica e cada história deixando uma pontinha de encanto na edição histórica do jornal Crônica Francesa.

    Em "A Crônica Francesa", novo filme de Wes Anderson, o diretor conhecido por suas cores pastéis e simetrias convida o telespectador a se encantar pelo que acontece no trabalho diário dos profissionais responsáveis pelas reportagens de jornais impressos, mostrando o lúdico e o poético das narrativas de jornalistas que vivenciam suas narrativas das mais variadas formas para que possam traduzir tudo em palavras aos leitores. Uma verdadeira carta de amor ao jornalismo!
    Timothée Chalamet and Lyna Khoudri – a Crônica Francesa – Photo Courtesy of Searchlight Pictures. © 2021 20th Century Studios All Rights Reserved

    E é lindo ver como todos os atores do maravilhoso elenco selecionado para este filme conseguiram brilhar igualmente em suas inserções na história, fossem essas participações feitas em longos ou curtos minutos.

    E convenhamos, com um elenco com estrelas de variadas gerações como Bill Murray( O Feitiço do Tempo / Os Caça-Fantasmas), Henry Winkler( Pânico/ Click) e Frances Mcdormand(Nomadland/ Três Anúncios para um crime) compartilhando o mesmo filme com Timotheé Chalamet( Me chame pelo seu nome/ Duna), Saoirse Ronan( Lady Bird/ Adoráveis Mulheres) e Tony Revolori ( O grande Hotel Budapeste/ Homem Aranha), só para citar alguns nomes do enorme elenco, já é um presente tanto aos atores quanto aos cinéfilos que acompanham a carreira de cada um deles em poder vê-los juntos em um filme assim.

    Em "A Crônica Francesa", novo filme de Wes Anderson, o diretor conhecido por suas cores pastéis e simetrias convida o telespectador a se encantar pelo que acontece no trabalho diário dos profissionais responsáveis pelas reportagens de jornais impressos, mostrando o lúdico e o poético das narrativas de jornalistas que vivenciam suas narrativas das mais variadas formas para que possam traduzir tudo em palavras aos leitores. Uma verdadeira carta de amor ao jornalismo!
    Tilda Swinton, Lois Smith, Adrien Brody, Henry Winkler e Bob Balaban no filme A Crônica Francesa| Photo Courtesy of Searchlight Pictures. © 2020 Twentieth Century Fox Film Corporation All Rights Reserved

    Para os iniciantes em acompanhar um filme de Wes Anderson, é necessária a paciência e principalmente a capacidade de se encantar com as sutilezas de um olhar, de um texto, dos variados detalhes presentes em cada cena. Não é um ritmo frenético, de explosões ou acontecimentos imediatos, há apenas o escrever de uma grande história, linha por linha, diante dos olhos do telespectador.

    Em "A Crônica Francesa", novo filme de Wes Anderson, o diretor conhecido por suas cores pastéis e simetrias convida o telespectador a se encantar pelo que acontece no trabalho diário dos profissionais responsáveis pelas reportagens de jornais impressos, mostrando o lúdico e o poético das narrativas de jornalistas que vivenciam suas narrativas das mais variadas formas para que possam traduzir tudo em palavras aos leitores. Uma verdadeira carta de amor ao jornalismo!
    A Crônica Francesa| Photo Courtesy of Searchlight Pictures. © 2020 Twentieth Century Fox Film Corporation All Rights Reserved

    A Crônica Francesa também encanta por sua textualidade, onde cada trecho se revela uma poesia, quase como uma aula de como escrever bem, aliada à aulas de como elaborar irresistíveis cenários e, claro, uma vitrine de grandes atuações. Com um elenco formado de parcerias já vistas em outros filmes do diretor, somadas à parcerias novas igualmente talentosas, o novo filme de Wes Anderson é um afago necessário nos tempos atuais. Pois é de grandes e bem contadas histórias que nos nutrimos culturalmente em tempos difíceis.

    Nota: 5/5

    Assista ao trailer:

    eja também: Crítica | Reacher – Nova adaptação é destaque positivo

  • Critica | Exorcismo Sagrado – Apenas mais um terror genérico

    Critica | Exorcismo Sagrado – Apenas mais um terror genérico

    Exorcismo Sagrado refere diversos clássicos do terror, mas peca em encontrar seu próprio caminho.

    Uma das novas apostas do terror Exorcismo Sagrado, é dirigido por Alejandro Hidalgo (A Casa do Fim dos Tempos) que assina o roteiro junto de Santiago Fernández Calvete (Sangue Vurdalak).

    O Exorcismo Sagrado acima de tudo é um filme que referencia outros filmes, principalmente ao O Exorcista (1973), seja sua cena de abertura, ou a forma em que as possessões ocorrem. A história do filme é bem interessante, e te prende logo no inicio.

    No longa, Peter Williams (Will Beinbrink) é um padre americano que trabalha no México, no ano de 2003, ele acabou sendo possuído por um demônio que tentava expulsar e acaba cometendo o mais terrível sacrilégio. Após dezoito anos do ocorrido, ele carrega um segredo sombrio que o consome até que tenha a oportunidade de enfrentar seu próprio demônio pela última vez.

    Critica | Exorcismo Sagrado - Apenas mais um terror genérico
    Exorcismo Sagrado | Imagem Filmes

    O filme é um grande apanhado de todos os clichês de filmes de terror/horror dos últimos anos, o problema é que mesmo com uma trama interessante, o longa não consegue utilizar desse meio para trazer algo inovador. Sendo assim, o filme peca em ser mais do mesmo em sua entrega. O expectador consegue adivinhar quando vai acontecer todos os jump scares, mesmo com a tentativa de quebra de expectativa que o filme trás.

    A maquiagem também é algo que atrapalha muito a experiência, principalmente nas cenas em que envolviam diálogos dos possuídos, dessa forma, beirando ao cômico.

    Mesmo que o protagonista consiga carregar o filme, seus coadjuvantes acabam ficando avulsos dentro da história e servindo apenas de escada para o desenvolvimento do tal. Contudo, preciso dizer que foi interessante ver o Joseph Marcell (Um Maluco no Pedaço) em um papel completamente diferente do que estamos acostumados.

    Critica | Exorcismo Sagrado - Apenas mais um terror genérico
    Exorcismo Sagrado | Imagem Filmes

    Por fim, Exorcismo Sagrado é um filme genérico de terror, que refere a outros longas clássicos, mas peca na inovação na hora de contar sua história. Seu roteiro é interessante, porém a execução e a direção falham ao entregar a história. O gancho final prenuncia uma tentativa de franquia e deixa um misto de sentimentos, porém a pergunta que mais ficou na minha mente foi: será que precisamos de uma continuação mesmo?

    O longa estreia dia 10 de fevereiro nos cinemas.

    NOTA: 2/5

    Assista ao trailer:

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  • Crítica| O livro de Boba Fett – 1ª temporada

    O livro de Boba Fett acerta em mais uma série spin off do universo Star Wars, mostrando detalhes que os fãs da saga só especulavam sobre a trajetória do personagem Boba Fett e expande as possibilidades de desenvolvimento de personagens já apresentados em outras séries da saga.

    Considerado um dos personagens mais queridos pelos fãs de Star Wars, Boba Fett foi salvo graças à sua popularidade e finalmente ganhou uma série para protagonizar e contar mais detalhes de sua história, permitindo que todos os fãs possam admirar ainda mais o personagem.

    Embora Boba estivesse presente nos filmes das duas primeiras trilogias de Star Wars e em duas das animações da saga( com aparições em um especial de natal de Star Wars, nos filmes Ataque dos Clones, O império Contra- Ataca e Retorno de Jedi e na animação Guerras Clonicas) até o diretor e criador da saga, George Lucas, reconhece que não deu tanta importância ao arco do personagem. Erro que foi corrigido, com direito ao uso de todo o arcabouço tecnológico disponível nos Estúdios Disney, nas duas produções mais recentes da plataforma Disney+, as séries : O Mandaloriano e a atual, O livro de Boba Fett.

    O livro de Boba Fett : Disney acerta em mais uma série spin off do universo Star Wars, mostrando detalhes que os fãs da saga só especulavam sobre a trajetória do personagem Boba Fett e expande as possibilidades de desenvolvimento de personagens já apresentados em outras séries da saga. Todos os episódios de O Livro de Boba Fett já estão disponíveis na plataforma Disney +.
    O livro de Boba Fett /Disney Plus

    E as produções vieram em boa hora. Após acertos tímidos e específicos na última trilogia lançada nos cinemas, Star Wars precisava voltar às suas origens e beber da fonte principal do que funcionava em suas origens, para reanimar seus fãs. E a série O Livro de Boba Fett entrega o pacote completo, narrando trechos da vida de Boba contados através de lembranças ao mesmo tempo em que desenvolve a narrativa no presente adicionando à figura enigmática de armadura mandaloriana, uma força e uma personalidade condizentes com tudo o que Boba já viveu, mostrando um profundo desenvolvimento do personagem agora em evidência, como sempre mereceu através de seu protagonismo.

    Na série, com a linha temporal seguindo em sequência os acontecimentos narrados na série O Mandaloriano, Boba Fett( Temuera Morrison) cumpre sua parte do acordo formalizado entre ele e Din Djarin/ Mando ( Pedro Pascal) em troca de reaver sua icônica armadura e retorna a Tatooine, acompanhado da mercenária Fennec Shand( Ming-Na Wen) para reivindicar o território outrora comandado por Jabba The Hutt. Mas a autoridade recém adquirida por Boba é ameaçada quando assassinos tentam promover uma emboscada para reaver o território de Hutt.

    O livro de Boba Fett : Disney acerta em mais uma série spin off do universo Star Wars, mostrando detalhes que os fãs da saga só especulavam sobre a trajetória do personagem Boba Fett e expande as possibilidades de desenvolvimento de personagens já apresentados em outras séries da saga. Todos os episódios de O Livro de Boba Fett já estão disponíveis na plataforma Disney +.
    O livro de Boba Fett /Disney Plus

    Os acontecimentos do presente de Boba se alternam entre narrativas de seu passado e assim a série mantém em cada episódio o fôlego de seus telespectadores, ávidos tanto pelo desfecho das situações quanto pelos caminhos e experiências já trilhados pelo protagonista. É importante frisar que as séries O Mandaloriano e O Livro de Boba Fett estão diretamente interligadas, então quem acompanhava a série anterior e quiser estar a par do que acontecerá na próxima temporada de O Mandaloriano, é recomendável que assista O Livro de Boba Fett. E já adianto: vale cada minuto assistido.

    É interessante analisar que o interesse do público pela figura enigmática de armadura predominantemente verde, no início da popularização da saga Star Wars, esteja até hoje colhendo frutos, e incentivando a exploração de novas histórias e o conhecimento de outros mandalorianos que vieram após sua apresentação, como o próprio Mando, protagonista da série O Mandaloriano, e a personagem Sabine Wren, uma mandaloriana rebelde apresentada ao público na série animada Star Wars Rebels. Como constante fonte de novas produções, a saga Star Wars ainda tem muito a mostrar, desde que sempre honre seu passado, sem necessariamente repeti-lo.

    O livro de Boba Fett : Disney acerta em mais uma série spin off do universo Star Wars, mostrando detalhes que os fãs da saga só especulavam sobre a trajetória do personagem Boba Fett e expande as possibilidades de desenvolvimento de personagens já apresentados em outras séries da saga. Todos os episódios de O Livro de Boba Fett já estão disponíveis na plataforma Disney +.
    O livro de Boba Fett /Disney Plus

    A série é interessante tanto para os fãs de Star Wars quando para quem está começando agora a acompanhar a saga, pois tudo o que a pessoa precisa para se atualizar em termos de história e produções está concentrada na plataforma Disney +. Inclusive, com o lançamento da série O Livro de Boba Fett foi lançado um curto documentário contado histórias de bastidores como forma de celebrar a existência e mostrar a importância do personagem Boba Fett para a saga Star Wars. O nome do documentário é “Por Baixo do Capacete: O Legado de Boba Fett”.

    A série O Livro de Boba Fett está disponível no Disney +

    NOTA: 5/5

    Assista ao trailer:

  • Crítica | All Of Us Are Dead

    Crítica | All Of Us Are Dead

    Seguindo a linha de Round 6, nova produção coreana da Netflix All Of Us Are Dead entra para a lista de produções em alta da plataforma com uma história eletrizante sobre zumbis

    Já imaginou um apocalipse zumbi acontecendo logo após a pandemia do COVID-19? É, na realidade isso é aterrorizante, mas é uma das coisas que faz com que All Of Us Are Dead seja uma das melhores produções do ano!

    Primeiro, é bom assistir a série com 100% de desapego aos personagens, até porque, quem já é fã dos k-dramas sabe, eles não perdoam ninguém. Segundo, como muitas produções sul-coreanas, All Of Us Are Dead é mais uma que trás na sua história uma crítica sobre a sociedade, além de dar ênfase ao bullying que ainda é algo recorrente no país.

    All Of Us Are Dead segue dois amigos de infância, Nam On-Jo (Ji-hu Park) e Lee Cheong-San (Chan-Young Yoon), que frequentam a mesma escola, o colégio Hyosan. Em um dia cheio de acontecimentos como: Ohn Jo abrindo o seu coração para Jae Ik (Kyoo-hyung Lee), uma aluna, que decidi ir atrás do barulho que vinha do laboratório do professor de ciências -Prof. Byeong Chan (Byeong-cheol Kim)- acaba sendo mordida por um dos ratos que estavam em fase de teste.

    All Of Us Are Dead
    All Of Us Are Dead / Netflix

    Após a mordida, a aluna acaba agindo de uma forma estranha, se contorcendo, com sinais de hipotermia e mordendo alguns alunos. E é assim que tudo começa.

    Origem do vírus 

    O criador do vírus é apresentado logo no primeiro episódio, e é o professor de ciência Byeong Chan, que inventou o “vírus” para que ele agisse como uma forma de “força interna” dentro das pessoas, especialmente do seu filho, que vivia sofrendo bullying dos colegas do colégio.

    O vírus seria ativado a partir do momento que o indivíduo se sentisse ameaçado, ativando uma espécie de força e raiva, mas óbvio que tudo deu errado, e acabou passando do limite. O filho do professor e sua esposa foram as primeiras vítimas fatais dessa ideia de louco.

    A maior parte do dorama se passa dentro da escola, com os alunos sobreviventes indo de sala em sala em busca da ajuda, que não vem tão cedo. Tentar sobreviver e fazer com que seus amigos também continuem vivos não é uma tarefa nada fácil, em vista de que os zumbis não são nem um pouco o estilo dos de The Walking Dead, já que eles são mega espertos, correm pra caramba e não “morrem” tão fácil.

    All Of Us Are Dead
    All Of Us Are Dead / Netflix

    Mesmo o foco principal sendo a escola, a produção também explora a cidade de Hyosan e como os cidadãos estão lidando com toda situação, incluindo o governo, que ativa a lei marcial, cortando qualquer comunicação.

    Escrito por Seong-il Cheon e dirigido por J. Q. Lee e Kim Nam-Soo, All of Us Are Dead deixa qualquer um boquiaberto. Os planos sequências das cenas são incríveis, e dá gosto de assistir. Além disso, fotografia, arte e a pós produção também chamam muito a atenção pelo trabalho impecável realizado em cima dos zumbis. As cenas em que há mordidas, parece muito real, é extremamente assustador, além da série inteira jorrar sangue para todos os lados. Se você é sensível, não assista!

    All Of Us Are Dead  All Of Us Are Dead
    All Of Us Are Dead / Netflix

    Em todos os quesitos, All Of Us Are Dead consegue alcançar a excelência, os atores se entregaram muito bem aos seus personagens. É emocionante quando tem que ser emocionante, é tenso quando tem que ser tenso. É tudo muito ao extremo. Surpreende de verdade.

    Por fim, fica o meu pedido para que a segunda temporada de All Of Us Are Dead, acredito que tenha muito espaço para explorar e muita audiência para uma possível continuação. A série se tornou uma grande surpresa, e abre 2022 da melhor maneira possível.

    All Of Us Are Dead já está disponível na Netflix.

    Nota: 5/5

    Assista ao trailer: