Carla Diaz aponta que filmes “true crime” podem crescer no Brasil
A atriz e parte da produção comentaram sobre as polêmicas acerca de “A Menina Que Matou Os Pais” e “O Menino Que Matou Meus Pais”.
Protagonista dos filmes “A Menina Que Matou Os Pais” e “O Menino Que Matou Meus Pais”, Carla Diaz contou que espera que mais produções sobre true crime cheguem ao Brasil. Em entrevista ao Omelete, a atriz, o co-protagonista Leonardo Bittencourt, o diretor Maurício Eça e o co-roteirista Raphael Montes comentaram sobre os longas e as polêmicas que cercaram os filmes.
Carla Diaz | True Crime pode virar tendência
Segundo Carla Diaz, produções de true crime ainda são pouco exploradas no Brasil, mas os filmes sobre o caso Richthofen podem abrir portas para que mais longas deste tipo possam ser feitos, além de quebrar preconceitos com o tema.
“O true crime ainda é muito recente no Brasil, né? A gente quase não vê produções do gênero, mesmo que a gente esteja acostumado a consumir filmes de terror, suspense, ação. Inclusive, vindas lá de fora, a gente tá acostumado a assistir a várias produções que abordam casos reais e crimes que aconteceram, então eu acho que cada vez mais as pessoas têm interesse para saber mais do que se passa na mente humana”, afirmou Diaz. “Então por que não produzir aqui no Brasil também?”, questionou a atriz.
O intérprete de Daniel Cravinhos, Leonardo Bittencourt, também apoia o ponto de vista da parceira de cena.
“Eu já consumo o gênero desde adolescente, mas muita gente tem essa desconfiança, achando que por ser um filme vai glamourizar, vai exaltar o ato. Pelo contrário: a gente está ali para contar a história e colocar a discussão novamente em pauta para que isso nunca se deixe de lado, como se fosse algo menos importante”, acrescentou Bittencourt. “A nossa preocupação é trazer de volta essa discussão porque achar que já está tudo resolvido é um erro. É a partir do nosso passado que a gente entende o nosso futuro e pode fazer diferente”, conclui.
Polêmicas
Desde o momento em que foi divulgado que haveria um filme sobre o caso Richthofen, parte da população se revoltou afirmando que a produção estaria romantizando o crime. Contudo, quem faz parte da equipe dos filmes afirma que essa ideia não faz sentido e que o filme relata o caso de acordo com as versões divulgadas no tribunal durante o julgamento.
“Você revisitar crimes, de maneira alguma é você homenagear os crimes, ou você fetichizar os crimes, assim como não é isso quando se faz filmes de guerra”, disse o co-roteirista Raphael Montes. “O que eu acho que é sempre muito importante, e a gente teve esse cuidado, foi se perguntar o que interessava em contar essa história. Era só pelo crime? Não. A gente queria contar essa história por abordar muitas dinâmicas que a gente se interessa por ver. Ela se trata de relações de poder, relações de classe, que são coisas muito brasileiras”, concluiu.
O diretor Mauricio Eça também tem essa opinião. “A gente contou uma história sobre dois pontos de vista dos envolvidos, que são réus confessos que já foram condenados, baseada nos próprios depoimentos oficiais deles. Eu acho que o true crime é um gênero que está começando no Brasil, mas o cinema tem esse poder de discutir, criar visões, conexões com coisas importantes e gerar discussões. Eu acho que o true crime, ele ajuda a trazer essas discussões à tona”, analisou.
Filmes
Os dois filmes narram a história real do assassinato do casal Richthofen no Brasil, cometido por sua filha Suzane, seu namorado Daniel Cravinhos e o cunhado Cristian Cravinhos. Contudo, cada produção tem uma visão diferente sobre o ocorrido, “O Menino que Matou Meus Pais” conta a versão da jovem sobre o assassinato, e no segundo seu então namorado relata os fatos.
O elenco é integrado por Carla Diaz (Suzane von Richthofen), Leonardo Bittencourt (Daniel Cravinhos), Gabi Lopes (Carol), Kauan Caglio (Andreas von Richthofen), Vera Zimmermann (Marísia von Richthofen), Allan Souza Lima (Cristian Cravinhos) e Leonardo Medeiros (Manfred von Richthofen). Mauricio Eça é quem dirige as obras. O roteiro ficou a cargo da dupla Ilana Casoy e Raphael Montes, que também escreveram “Bom Dia, Veronica”.
Entenda o caso Richthofen
Em 31 de outubro de 2002, a estudante de direito Suzane Von Richthofen junto com seu namorado e cunhado, assassinou os pais enquanto os mesmos dormiam. O casal planejava matar o engenheiro Manfred Albert von Richthofen e a psiquiatra Marísia von Richthofen para ficar com a herança, já que eles não aceitavam o relacionamento da filha.
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