Não é de hoje que Hollywood tem passado por protestos contra sua forma de tratar parte das equipes da área cinematográfica. Faz 60 anos, no governo de Ronald Reagan, que aconteceu tal paralisação que afetou toda a indústria, e Hollywood está a ponto de repetir esse episódio, em uma época recheada de lançamentos que serão paralisados, ou cancelados, por conta da greve de roteiristas e atores.
A greve dos roteiristas começou no dia 2 de maio deste ano(2023), e não demorou para acarretar uma série de paralisações de séries, como: Cobra Kai(Netflix), A Casa do Dragão(MAX), O Senhor dos Anéis- Os Anéis do Poder(Amazon Prime Video), Stranger Things(Netflix), Andor(Disney+), The Last Of Us(MAX), The Mandalorian(Disney+), The Penguin(MAX) , entre muitas outras.
Um grande número de atores começaram a fazer parte dos protestos feitos por roteiristas por melhores condições de trabalhos entre outros fatores, e foi o chamariz para a categoria de artes cênicas começarem a exigir os mesmos das grandes produtoras, abordando mais pontos a acrescentar até mesmos aos roteiristas em greve à 11 semanas.
Os Roteiristas estavam em uma negociação com grandes produtoras para aumento de salário. Porém, pelo acordo não ter sido bem sucedido, logo começou a greve dos roteiristas em Hollywood em maio. Os atores tentaram entrar em um acordo parecido com as grandes produtoras, acrescentando pontos como: Pagamentos “residuais” e o regulamento de imagem envolvendo a inteligência artificial.
Nesta quinta-feira(13 de Julho), o sindicato de atores de Hollywood(SAG-AFTRA) comentou sobre como não foi possível chegar em um acordo com os estúdios para evitarem a greve:
“Depois de mais de quatro semanas de negociações, a ‘Alliance of Motion Picture and Television Producers’ (AMPTP, Aliança de Produtores de Cinema e Televisão)… continua relutante em oferecer um acordo justo em pontos cruciais que são essenciais para os membros do SAG-AFTRA” afirmou o sindicato em comunicado. | G1 Globo
Mas a pergunta que não quer calar: Como essas greves vão afetar o público consumidor? Oque é esse momento para a história do audiovisual? Além desses momentos acontecerem em paralelo a uma das maiores estreias dos últimos anos, Barbie e Oppenheimer, vivemos a época com maior consumo de séries em plataformas streaming. Produções que serão as principais afetadas pelas greves, além de filmes de Super-Herói como DeadPool 2, que teve produção paralisada a partir de hoje(13 de Julho).
É provável que muitas das produções citadas acima, além de outras que vão resultar em paralisação por conta das greves, vão passar por mudanças significativas de lançamento, além de remexer a estrutura de direitos trabalhistas em Hollywood, que vem sido alvo de criticas por muitos anos, tendo sua última greve de roteiristas em 2007, ano em que o Globo de Ouro não aconteceu por conta do ocorrido citado a pouco.
A greve de atores e roteiristas nunca esteve em um momento tão propício para se acontecer, com a evolução das redes sociais e sua agilidade em mandar informações para todos os interessados e aos consumidores de seus trabalhos, como em um momento em que as produções dos Estados Unidos tem tido um aumento gradativo e em diversas produtoras. Chegou o momento em que os grandes estúdios vão ter que, realmente, aceitar um acordo com ambas as classes em greve. Acordo que agora passará por uma pressão que é a dos espectadores ansiosos pelos shows paralisados e pela economia desses grandes estúdios que precisam continuar em movimento.
Depois do artigo sobre as greves em Hollywood, leia também:
O Festival de Cinema de Vassouras encerra hoje, 24 de junho (2023) com sua noite de premiação. A noite vai contar com inúmeros artistas e no mesmo espaço onde foram exibidos os filmes ao longo do Festival. Filmes de produções independentes, até documentários biográficos, artísticos, filmes experimentais e filmes focados no turismo em cima do Vale do Café.
O Centro de Convenções se mostrou organizado, tendo muitos espaços para a imprensa, além de fazer algo importantíssimo que outros festivais deveriam aprender a fazer. Todos os dias do Festival, a sala de exibição estava cheia de turmas escolares das mais diversas escolas públicas da região, querendo enfatizar o contato das crianças, algumas pela primeira vez, com uma tela de cinema.
Os Talkshows tiveram um grande número de convidados, a maioria da área audiovisual, abordando o tema sobre a democratização do cinema, a nova geração de cineastas, e fazendo questão de expandir o debate sobre aumento de produções audiovisuais depois do último governo, que atrapalhou a execução de um grande número de projetos audiovisuais. Além de o Festival de Cinema de Vassouras entregar um fácil acesso, ao público e à imprensa, dos convidados e dos responsáveis por obras cinematográficas. Conseguindo criar uma atmosfera humanizada e familiar para aqueles que estão frequentando um Festival de cinema pela primeira vez, seja na cobertura ou como espectador.
Mesmo sabendo de que essa é apenas a Segunda Edição do Festival de Cinema de Vassouras, é necessário apontar um ponto problemático, que não seria tanto chamativo se não fosse pela principal proposta: O Festival apresentou problemas na exibição dos filmes em competição em inúmeras sessões. Seja da forma mais absurda com descanso de tela aparecendo durante a exibição do Capitão Astúcia, à não ter o filme Tromba Trem no seu primeiro dia de exibição até ter um dos filmes mais fortes da premiação, Horizontes, com problema de arquivo, ocasionando o fim da sessão antes da conclusão do filme.
Quem vos escreve esse artigo, não só é crítico de cinema, como cineasta. Ser um cineasta e ver alguma de suas obras não ser bem executada em um Festival que demonstra ser de grande porte, e preparado em muitos quesitos para futuras edições, deixa uma dor no peito e um sentimento de tristeza pessoal para os fazedores de tais obras, como para os espectadores que são da área audiovisual, ou não.
Mesmo que o Festival consiga entregar todo o resto de sua proposta de forma madura e até mesmo surpreendente por ser apenas a sua segunda edição, é necessário os reparos para que esses erros não aconteçam. Até pelo fato de que estamos falando de um Festival de Cinema, o último problema que deveria acontecer é a exibição das obras que estão dentro e fora de competição. Principalmente em querer trazer uma experiência cinematográfica para qualquer espectador que quisesse ir ao Festival. Enfatizo aqui a importância do Festival ter um acesso GRATUITO para assistir os filmes, o que é importantíssimo para ser um Festival diverso de moradores da cidade de Vassouras e os de fora dela.
O Festival de Cinema de Vassouras carrega uma grande potência para a região, aumentando o turismo e mostrando filmes específicos da própria região. Dando importância a obras de todos os lugares do Brasil, e a própria cidade. Mesmo com seus problemas técnicos, o Festival se provou em segunda edição, como pode se tornar algo grandioso nas próximas que vão acontecer nos próximos anos.
Depois do artigo sobre o Festival de Cinema de Vassouras, leia também:
Cavi Borges é um diretor e produtor conhecido no meio audiovisual, principalmente por seus inúmeros trabalhos independentes, por sua distribuidora e produtora “Cavídeo” e pelo seus projetos na rede de cinema Estação Net. Cavi Borges estava na coletiva de imprensa do Festival de Cinema de Vassouras e, além de responder algumas perguntas, ele comentou sobre a sua história desde seu começo como lutador de judô, até atualmente. Além de que, um dos seus filmes foi exibido no festival, chamado “Não Sei Quantas Almas eu Tenho” dirigido por ele e pela Patrícia Niedermeier, que também é a protagonista da obra.
Eu pude fazer uma pergunta para o Cavi Borges, sobre a relação dele com a rede de cinemas Estação Net, e como funciona a conversação da nova programação que tem acontecido na rede na qual ele faz em conjunto com a geração mais nova de cinéfilos da Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro.
Adriano Jabbour: Eu queria saber como é para você estar fazendo a nova programação do Estação Net em conjunto com cinéfilos e cineastas da nova geração?
Cavi Borges: Eu já fui um dos filhos do Estação, agora vemos os “netos” do Estação, e acho que é algo necessário renovar o olhar, do mesmo jeito que o próprio cinema vai mudando. Acho que eu chamar um garoto de 20 anos para me ajudar a montar a programação de cinema é algo revolucionário, por ser algo que ninguém faz. Quando a dona da rede Estação Net me colocou para fazer a programação, e depois a Joann e o Gabriel Carvalho, ela falou da necessidade de uma renovação para a rede.
Borges fala da importância da nova geração por também trazer novos filmes que nem ele mesmo conhecia para sessões da meia noite no Estação Net, que acontecem nas Sextas e nos Sábados.
Cavi Borges: Muitos dos filmes que são trazidos pela Joann e pelo Gabriel, são obras que eu nunca ouvi falar. Para eles o clássico é o “Psicopata Americano”, para mim o clássico é Fellini, é Glauber Rocha. Mais um motivo de ser algo de tamanha importância, pois a rede Estação Net recebia um público mais idoso. Agora, por conta dessa nova curadoria, vemos jovens entre 14 à 20 anos fazendo parte daquele espaço, meio que um nascimento de uma nova geração cinéfila.
Cavi Borges confirmou estar fazendo um filme sobre essa nova geração de cinéfilos que vem aumentando com as mudanças da rede de cinema Estação Net, com o nome de “A Novíssima Geração Estação”. Borges também acentuou ao longo de outras perguntas o quão é importante a sua relação do esporte com o cinema, e de como o seu começo como produtor e diretor foi de grande dificuldade por conta do baixo apoio financeiro que o mesmo conseguia. Usando como exemplo, a sua primeira produção mais reconhecida, chamada “O Balconista”, que tinha a participação do ator Matheus Solano.
Uma grande surpresa aconteceu em meio a coletiva de imprensa quando o responsável pelo festival, Bruno Saglia, chamou de surpresa Cavi Borges para a próxima edição do Festival de Cinema de Vassouras, e anunciou que ano que vem, também acontecerá no Festival uma amostra de filmes produzidos e dirigidos pelo Cavi Borges. Logo depois de tamanha surpresa para a imprensa e para o próprio Cavi Borges, foi encerrada a coletiva de imprensa.
Depois de ler sobre o Festival de Cinema de Vassouras, leia também:
Festival de Cinema de Vassouras tem promovido nos seus dias pós abertura um grande número de palestras ligadas ao audiovisual e a linguagem crítica ao mesmo. Os responsáveis pelo Festival nessa edição acertaram em cheio com as seguintes escolhas: Cavi Borges e Roberto Sadovski. Enquanto Borges fazia questão de enfatizar sobre sua história como cineasta e sobre as dificuldades dentro do meio audiovisual, Sadovski fazia questão em se aprofundar em um debate sobre a importância do filme para o espectador e a importância da crítica sobre o meio audiovisual.
Tive a oportunidade de fazer uma pergunta para Sadovski no TalkShow do Festival de Cinema de Vassouras, e ele fez questão de falar sobre o dever de ser crítico e de criticar os novos críticos que estão aparecendo nas redes e mídias sociais.
Adriano Jabbour:Sadovski, oque o senhor acha, como crítico, sobre a nova geração de críticos cinematográficos que estão em numero crescente nas mídias e redes sociais? Você tem algo a dizer sobre essa nova geração ou algo importante para dizer a essa nova leva de profissionais?
Roberto Sadovski: Hoje em dia todo mundo tem espaço, todo mundo tem voz. Porém, nem todo mundo sabe do que está falando. Então considero que as mídias e as redes sociais democratizaram bastante a produção de vários discursos, para o bem e para o mal. Acho que tem muita gente nova que tem dificuldade em saber o que é o cinema, e não estou falando apenas no sentido técnico. Canso de ouvir “…ah, mas a fotografia é ótima…” mas quando pergunto o que é uma fotografia ótima a pessoa parece que fica com uma “tela azul” no rosto na hora de responder.
Sadovsiki enfatiza sobre a importância da democratização do acesso ao conhecimento para a nova leva de críticos que buscam escrever como um objetivo profissional.
Roberto Sadovski: Existe um espaço muito maior para adquirir conhecimento, bagagem, para saber o que você vai escrever. Eu tive a sorte de ter conseguido andar em “ombros de gigantes”, nos quais debatíamos e conversávamos sobre cinema. Gigantes que me levaram a conclusão de que toda crítica é como se fosse uma tese, na qual você pega uma obra e você desenvolve uma visão e uma interpretação sobre tal, sendo ela positiva ou negativa, e que você tem que defender qualquer que for uma dessas posições.
Sadovski carregou elogios sobre outros críticos, antigos e contemporâneos, e sobre o novo filme do Homem Aranha: Através do Aranhaverso, falando que é “um espetáculo audiovisual de encher os olhos. Ao citar o último filme do Homem Aranha, Sadovski fala de forma humorada como outro colega de crítica teve uma visão completamente oposta sobre a obra, mas que conseguiu comprovar seus pontos um por um e com argumentos, tornando a diferença de posições críticas, em ambos sentidos, plausíveis pelos argumentos.
Roberto Sadovski: Não é achismo, não é “…eu acho…”, porquê se fosse assim, seria algo muito fácil. E isso que falo serve para basicamente tudo, por exemplo: eu odeio futebol, não sei nada de futebol. Como eu sentaria em uma mesa redonda para falar sobre tal assunto. Eu até gosto de falar sobre política, especificamente com que vive no Brasil, mas quando começa a se aprofundar em certos pontos, tenho que admitir que não sei como falar sobre e devo estudar. Até porque, são coisas muito importantes. Você tem que entender o que você está falando, você tem que estudar sobre oque está falando, você tem que ler sobre isso.
Roberto então volta a nascente da pergunta sobre oque seria considerável falar para a nova leva de críticos que vem aparecendo aos poucos pelas redes sociais e em outros formatos.
Roberto Sadovski: “Oque eu devo fazer para ser um bom crítico de cinema?” Para começar: leia muito e veja muito filme. “Mas oque eu leio?”, tudo cara. Leia livros sobre cinema, ficção, fotografia, leia biografias, leia ensaios, sabe? Leia roteiros, leia oque puder para colocar na sua cabeça. Porque, quando você for escrever, vai aparecer uma referência para você na hora da execução do texto. O importante é que estudem. Infelizmente, boa parte dessa turma nova de críticos que vem aparecendo, não faz isso.
Depois deste artigo sobre o Festival de Cinema de Vassouras, leia também:
O Festival de Cinema de Vassouras deste ano (2023) abriu com homenagem à lenda da atuação do cinema brasileiro Antônio Pitanga. Ator que fez parte de filmes que foram para Cannes, e foram reexibidos no Festival de Cinema de Vassouras, como “Casa de Antiguidades” (2020), até mesmo dos clássicos filmes que fizeram parte do movimento Cinema Novo (Barravento, A Idade da Terra, Os Fuzis, etc), fez questão de expor a importância da luta contra o racismo dentro da área audiovisual e contou a coletiva de imprensa sobre a importância de conversar com a nova geração, algo que foi expandido ao longo do debate junto ao júri do Festival que fizeram questão de reafirmar o discurso de Pitanga.
A proposta do Festival, de acordo com o júri e os responsáveis pelo evento (Bruno Saglia e Jane Saglia) foi de dar maior espaço a produções de menores orçamentos e a produções vindas exclusivamente do Vale do Café, oque é notado pelos filmes selecionados para o Festival neste ano. Além dos filmes protagonizados pelo ator Antônio Pitanga, muitos curtas metragens, curtas documentários, curtas e longas de animação entraram na grade de exibição.
Mesmo a proposta do Festival de Cinema de Vassouras ser algo ativista sobre tópicos como a luta antirracista e o respeito a diversidade, o tapete vermelho, em seu dia de abertura, começou polêmico pela contradição de discursos propostos por realizadores que faziam parte de alguns filmes que foram exibidos logo no dia seguinte. Explicitamente, o ator Carlos Vereza fez questão de enfatizar um discurso, em entrevista a Rede Tv, transfóbico. Além de persistir em falar sobre “crianças trans não existem” e que é “inaceitável” levar crianças para uma passeata LGBT+, seus 2 curtas-metragens “FrankFurt” e “Dinho da Morte” foram exibidos um dia após a homenagem de Antônio Pitanga.
Seus curtas, além de terem uma produção e uma direção que são pendulares em serem categorizadas como vergonha alheia ou amadoras (oque é bastante disputado entre o quesito técnico e o de condução narrativa), o filme faz questão de ser um discurso multifacetado em várias vias reacionárias e antiprogressistas, seja com a utilização do discurso direto transfóbico com o personagem que o mesmo atua, e com utilização de vídeos manipulados contra as mulheres e contra a comunidade LGBT+.
O autor presente precisa comunicar que é formado como Cineasta, além de ser um ativista progressista em muitas pautas sociais, principalmente as citadas nesse artigo. Necessito perguntar ao leitor, para tal debate ser levado aos seguintes festivais de cinema que pretendem acontecer em território brasileiro: Como um Festival de Cinema, que abre o evento com falas sobre progresso e luta por respeito igualitário, seja sexual e racial, e dá espaço para discursos tão baixos, antidemocráticos e contrários a tudo aquilo que podemos chamar de Arte?
Oque autores como Gracilicano Ramos e o diretor cinematográfico de “Memórias do Cárcere”, Nelson Pereira dos Santos, pensariam sobre oque foi a exibição de tais curtas que desrespeitam toda sua obra? Oque Antônio Pitanga deve sentir ao estar no mesmo espaço de outro ator que diz que seu discursos e aquilo pelo que ele luta é uma mentira sobre uma “nova ordem mundial”?
Proponho esse debate a realizadores de filmes, de arte em seu contexto geral. É necessário entrar em um consenso, seja da imprensa e do meio artístico, sobre oque é plausível e respeitável aparecer em uma tela de cinema. Faço questão de acentuar que não abordo aqui uma censura, mas um mínimo de respeito àqueles que produzem obras para questionar e para fazer questão de colocar os outros e a nós mesmos a pensar sobre o momento que vivemos agora como nação brasileira. Um país comprovadamente racista e o que MAIS MATA pessoas LGBT+ necessita da provocação audiovisual. Provocação à sociedade e a política que a mesma permite acontecer.
Festival de Cinema de Vassouras começa carregado com discurso progressista e na luta de respeito e igualdade a todos, mas acaba perdendo o cuidado em permitir obras como as de responsabilidade da figura pública Carlos Vereza, que se mostra contra tudo aquilo que o evento está propondo.
Depois do artigo sobre a abertura do Festival de Cinema de Vassouras, leia também:
É necessário falarmos e abordarmos, sempre que possível, falas e obras sobre a comunidade LGBT. Sejam em séries e filmes, a representatividade desse tema tem crescido de forma belíssima, principalmente nas famosas plataformas streaming, que estão fazendo questão de abordar o tema de todas as formas possíveis.
Porém, sempre é bom acentuar ao leitor que obras com desenvolvimento narrativo a ver com o objetivo proposto deste texto, existem há décadas, e essa lista vai abordar 10 filmes de diferentes países que abordam as tramas no meio da comunidade LGBT. A lista não segue nenhuma ordem específica, pois todos os filmes aqui indicados são de alta qualidade. Muitos, considerados clássicos para o nicho cinematográfico:
1°- O Funeral das Rosas(1969);
O filme japonês O Funeral das Rosas é uma readaptação do clássico Édipo Rei, mostrando a realidade das Drag Queens no Japão na década de 60. A direção é de Toshio Matsumoto, responsável por outras obras do cinema clássico, como Os Demônios, de 1971. Mesmo o filme sendo um marco da cultura cinematográfica falando sobre o drama e a loucura no meio do mundo das Drags, a obra não se encontra em nenhum streaming ou plataforma online.
2°- O Lugar sem Limites(1978);
Dirigido pelo famoso diretor mexicano, Arturo Ripstein, a narrativa conta a estória de um homossexual, que trabalha como artista nas noites em um cabaré que está a ponto de ser comprado por um político corrupto em uma pequena cidade do México. Manuela passa parte da obra, fugindo de Pancho, que tentou agredi-la alguns meses antes de sair da cidade. O filme foi indicado ao Oscar como Melhor Filme Internacional em 1979.
3°-Pink Flamingos(1972);
Pink Flamingos é um filme dirigido por John Waters, e conta a estória de uma mulher transexual e obesa, que faz parte de uma família completamente desajustada e, por conta de um tabloide americano, é considerada a “Pessoa Mais Repugnante do Mundo”. É uma obra bastante reconhecida no meio undergorund de cinema, além de ser uma obra que mostra numerosas sequências chocantes. O filme até o hoje é um dos maiores marcos do cinema independente e muito reconhecido pela comunidade LGBT até os dias atuais.
4°- Madame Satã(2002);
Na cidade do Rio de Janeiro, nos anos 30, Francisco dos Santos é um homossexual negro, que se apresenta todas as noites como Madame Satã. No meio disso, ele pratica atos como roubos, brigas, além de ser ex-presidiário. O filme conta com a atuação icônica do ator Lázaro Ramos e a direção de um dos maiores diretores brasileiros da atualidade, Karim Aïnouz. Além do filme ser um marco do cinema brasileiro, a obra é direta e realista aos olhos do espectador. É possível alugar o filme online por variadas plataformas.
5°- Felizes Juntos(1997);
Felizes Juntos pode ser considerado um clássico cult para os amantes do cinema, principalmente por ser uma das obras mais conhecidas do diretor chinês Wong Kar-Wai. O filme conta a estória do casal gay Lai e Ho, que visam ir até a Argentina em busca de uma vida melhor, mas a trama mostra as dificuldades que vão acarretando ao longo do tempo entre o casal. É possível encontrar esse filme nas plataformas Amazon Prime Video e Netflix.
6°- A Má Educação(1999);
Claro que o diretor Pedro Almodóvar não podia faltar nessa lista. Dois amigos que passaram a época da infância em um colégio católico se encontram de novo. Enrique Goded é cineasta e recebe o roteiro desse amigo que aborda a infância de ambos e faz o cineasta se questionar sobre a repressão sexual que sofreu por tanto tempo. A obra é composta por muito drama e reviravolta entre os dois personagens e consegue fisgar o espectador facilmente. Esse filme, entre os outros do mesmo cineasta, você encontra na Netflix e na Amazon Prime Video.
7°-Cidade dos Sonhos(2001)
A obra é dirigida pelo famoso diretor David Lynch, e começa com a chegada de uma atriz reconhecida que se depara com uma sobrevivente de um acidente de carro, que não se lembra de nada do que aconteceu. A trama envolta das duas mulheres é uma mistura de misticismo sobre Hollywood com linguagem experimental, fazendo a obra ser quase uma experiência psicodélica. O filme se encontra na MUBI e na Amazon Prime Video.
8°-Moonlight: Sob A Luz do Luar(2017);
Além do filme ser produzido e distribuído pela famosa produtora A24, e por ter ganho como melhor filme do ano de 2017 no Oscar, o filme trabalha homossexualidade nas várias fazes da vida de um homem negro na periferia de uma cidade dos EUA. Vivendo com uma mãe viciada, Black tenta sobreviver, sem acabar no mundo do tráfico de drogas e descobrindo o amor de forma surpreendente. Você pode assistir esse filme na Amazon Prime Video, Netflix e em outras plataformas.
9°-Me Chame Pelo Seu Nome(2017);
Além da estreia do filme ter sido no mesmo ano de Moonlight: Sob A Luz do Luar, e de ter concorrido no mesmo ano ao Oscar por outras estatuetas, o filme botou o ator Timothée Chalamet pela primeira vez de forma grandiosa aos olhos do público. Além de uma direção madura e meticulosa de Luca Guadagnino, a obra consegue ser arrebatadora para o espectador pelo entrosamento dos 2 personagens protagonistas. O filme pode ser visto na Amazon Prime Video, Paramount + e Youtube.
10°- Retrato de Uma Jovem em Chamas.
Retrato de uma Jovem em Chamas pode ser considerado um dos melhores filmes do ano de 2019, e um dos melhores filmes da última década. Não só pela direção da talentosíssima Céline Sciamma, mas pelo trabalho de atuação das atrizes protagonistas: Adèle Haenel e Noémie Merlant.
Além do filme ter sido um símbolo de resistência por ter sido ignorado pela premiação do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, e por ter concorrido na premiação César que ocorre na França. Porém, a atriz Adèle Haenel saiu em forma de protesto pela vitória de Melhor Direção para o diretor Roman Polanski. Polanski é foragido dos EUA por crime de estupro acontecido anos atrás. Além de ser uma obra de extrema potência, e cercada de polêmicas por conta das premiações, Retrato de uma Jovem em Chamas é um filme considerado obrigatório sobre a última década da história do cinema.
Depois dos 10 filmes necessários para o mês do Orgulho LGBT, leia também:
É meio louco pensar que um jogo como Dark Souls fez sucesso, ainda mais vindo de uma época em que os jogos estavam ficando um pouco mais fáceis e a narrativa estava começando a entrar nos jogos. Além disso, o ano de 2011 foi um ano em que tivemos muitos jogos de IPs grandes, como Batman: Arkham City, Dead Space 2, Gears of War 3, entre outros. Aqui, vou falar sobre por que acho que Dark Souls fez sucesso e como ele mudou minha vida e minha forma de ver jogos e arte.
Lembro de ter um Xbox 360 destravado e ter ganhado dinheiro junto com um irmão, quando vimos um anúncio de um cara vendendo vários jogos por um preço baixo, pegamos todos e lá estava Dark Souls 1 e 2. Eu não conhecia nada do jogo e comecei a jogar, e meu Deus, quem desistiu, eu entendo porque. Como escolher classes na primeira vez? Eu não sabia inglês na época e o que era um “Gift”?. Saí escolhendo e fui para o Undead Asylum, lembro de perguntar para meu irmão o que eu faço, mas ele não disse nada. Depois de muito sofrimento, matei o Asylum Demon e pensei: “que coisa estranha, eu não sei o que fazer”. Logo fui para a maravilhosa e perfeita Firelink Shrine, foi paixão à primeira vista, mas a frustração veio porque eu não sabia o que fazer. No entanto, um homem me salvou, o lendário Felipe Ramos.
Apesar de não saber o que fazer, vi os vídeos do lendário Felipe Ramos, que mostra como começar bem no jogo, o que é incrível até hoje. E assim, comecei a desbravar esse mundo morto e estranho. O bizarro é que o jogo tem um charme único na forma como te coloca nele. Mesmo sem saber nada, a curiosidade vem e você acaba morrendo muitas vezes. Você acaba aceitando entrar em um covenant logo no começo, mas fica claro que o mundo em que se passa a história já morreu ou está prestes a morrer, com caveiras andando por aí. O NPC de Firelink Shrine fala de uma forma devastadora sobre dever e tocar sinos, o que faz você questionar o porquê de estar jogando aquilo, mas não vou me aprofundar na lore nesse artigo.
“bater e rolar” – você aprende isso rapidamente e percebe que é mais difícil do que parece. Isso faz com que você saia da sua zona de conforto. Quando você encontra o Wyvern no Burg, você só pensa como eu vou vencer isso apenas com a lâmina de Astora, mas você tenta mesmo assim, porque já está hipnotizado pelo jogo e pela ideia de andar e morrer. O medo de perder almas já está com você, e você só sabe que tem que bater em dois sinos.
Mas além disso, o mapa desse jogo faz você querer explorá-lo, e tudo é tão conectado e bem feito que você não consegue sair. Acho que esse foi o maior motivo, e é óbvio que o jogo é excelente, mas a ideia de desafiar você e fazer você sentir medo é brilhante, porque você não está acostumado com isso em um RPG. Acho genial mesmo! A trilha sonora, os inimigos, o silêncio ao encontrar um Black Knight – tudo neste jogo é pensado para fazer você ficar mais curioso e aprender sobre ele. No final, é isso mesmo – se você aprende sobre o jogo, ele se transforma em algo que te hipnotiza ainda mais.
Esse jogo é bem importante para mim, até porque no momento em que ele me hipnotizou, eu estava em uma fase difícil da adolescência. Toda a mensagem de que vai ser difícil, mas você vai aprender algo novo e tentar novamente até dar certo, e que não pode desistir, porque essa é a única maneira de perder no jogo e virar um Hollow, vagando sem alma, enquanto o mundo espera outro Chosen One, é maravilhosa. Fora os personagens, como Solaire, que é um ser maravilhoso que te faz sorrir e busca o próprio sol em meio àquele mundo. Temos também as batalhas contra chefes, que são completamente maravilhosas, como Queelag, que é linda, especialmente quando você descobre a lore por trás dela, e Sif, que tem a melhor história do jogo, na minha opinião. Essas, juntando lore e combate, são as melhores do jogo. No fim, eu escreveria um milhão de parágrafos e ainda faltaria para dizer o quão importante esse jogo é, tanto para a indústria quanto para mim. Eu digo para meus amigos que Dark Souls 1 é o jogo mais importante da década passada, e vou defender isso sempre.
Nessas duas primeiras semanas do mês de Maio, o CinePuc-Rio e a rede de cinemas Estação Net, estão reexibindo algumas das obras do documentarista Eduardo Coutinho. O diretor foi responsável por numerosas obras consideradas clássicas dentro do cenário audiovisual brasileiro, sendo uma delas referência para um dos cineastas mais reconhecidos internacionalmente no momento atual, Kleber Mendonça Filho. Sim, o autor presente está falando de “Cabra Marcado para Morrer”.
Mas como Coutinho conseguiu fazer tais obras tão impactantes, envolventes e assustadoras ao mesmo tempo? Qual o segredo? Como esse cineasta conseguia, não só conectar tanto o indivíduo ao seu ambiente, como filmar aquilo que passa despercebido no dia-a-dia pelo povo brasileiro? Eduardo Coutinho conseguia mostrar o Brasil, da forma que só um brasileiro entende tal sentimento. Isso existe, e persiste, em quase toda sua cinegrafia.
“Edifício Master”: filme onde Coutinho decide filmar e entrevistar alguns moradores de um edifício em Copacabana, mostra como cada apartamento carrega uma história, e como essas histórias se conectam a um bairro que esconde suas entrelinhas com a imagem turística. Sendo idosos isolados, prostitutas, até mesmo artistas desconhecidos convivem em um mesmo espaço, que a cidade “maravilhosa” faz de tudo para isolar. Enquanto Coutinho, enfatiza em mostrar, as multifaces do que significa a cidade do Rio de Janeiro.
Claro que o grito de Coutinho não fica apenas em um filme. O diretor enfatiza o grito de existência de uma população abandonada do Rio de Janeiro em mais filmes, como: “Santa Marta: Duas Semanas no Morro” e “Santo Forte”, filmes em que o diretor cria uma conexão forte dos indivíduos, com o espaço em que eles se encontram.
Mesmo Coutinho sabendo de sua habilidade impecável de mostrar realidades e vidas na qual a mídia brasileira, e outros, tentam colocar embaixo do tapete, o diretor não fica relaxado ao se aventurar em um outro estilo de cinema documental. Fazendo um filme em que Coutinho captura, durante algumas horas, oque se passa no cotidiano da TV aberta brasileira. Fazendo uma de suas obras mais assustadoras, “Um dia na Vida”.
Com “Um dia na Vida”, Coutinho mostra a gangrena que se prolifera tão facilmente de forma explicita sobre a sociedade brasileira, seja o espetáculo da violência, o machismo explicito e propagandas sobre estética, que se repetem de hora em hora. O grotesco indireto que existe em “Brazil” de Terry Gilliam, é explícito na obra de Coutinho.
Eduardo Coutinho não fincou sua potência em apenas filmar aquilo que estava a sua frente, mas em sua atitude de pesquisa, de saber quem eram aquelas pessoas que compunham o cenário. Nessa atitude filosófica, o diretor fazia questão de ouvir com paciência, calma e respeito, cada um de seus personagens. É possível ver como o diretor faz isso, utilizando até mesmo da metalinguagem, como foi feito em “Jogo de Cena”.
Não os utilizando como uma vitrine de sofrimento e vendendo para o exterior, mas em capturar suas risadas, choros e até mesmo a vontade de cantar em certas cenas, tornando todos aqueles presentes em humanos. Eduardo Coutinho, conseguia fisgar a humanidade dentro de muitos cenários apocalípticos, escondidos pelos cenários de históricos de cada momento no Brasil.
O autor do texto não faz questão de resumir a importância de Coutinho na cultura cinematográfica brasileira em um texto, até porque essa ação é impossível. Mas faz questão de enfatizar: Eduardo Coutinho se mostra presente a todo momento, principalmente na imaginação de seu espectador. Se Coutinho estivesse vivo, que mundo esquecido, por nós brasileiros, ele faria questão de mostrar?
Depois do artigo sobre Eduardo Coutinho, leia também:
Para os amantes de trilogias cinematográficas, é necessário abordar algumas que vão além do blockbuster e mainstream. Trilogias que foram dirigidas e roteirizadas por grandes nomes da história cinematográfica, sendo os nomes dos diretores em pauta nesse texto: Roberto Rossellini, Lars Von Trier e Michael Haneke. Claro que existe uma grande diferença de tempo em que a trilogia da Guerra foi lançada, em comparação com as de Lars e Haneke. Porém, essa mudança cronológica não só não atrapalha tais comparações a seguir, mas as complementa em variáveis facetas sobre pontos históricos e sociais da humanidade, resultando o momento presente que esse texto se encontra.
Quando Rossellini cria tal trilogia, que marca o movimento neo-realismo italiano, o diretor faz questão de demonstrar variadas camadas sobre as consequências da segunda guerra mundial entre os países Itália e Alemanha (Alemanha, ano zero e Roma cidade Aberta) e os detalhes sobre o pós conflito, em diferentes visões. Proposta que o diretor executa no último filme da trilogia, Paisà.
Na trilogia da Guerra, Rossellini não foge da crueldade e do pessimismo dentro do cenário presente e pós da Segunda Guerra Mundial ao povo europeu. Mostrando cenários de extrema pobreza, violência, fome, entre outros. Necessário acentuar que Rossellini não prática a direção para abordar tais pontos de forma sensacionalista, mas realística. Realismo que conversa com o cenário de uma cidade, realmente, destruída por consequência do conflito.
Mas oque a proposta de Rossellini pode ter a ver com as trilogias dirigidas por Lars Von Trier e Michael Haneke? Principalmente, pela forma completamente diferente que os três diretores dirigem seus próprios filmes. Lars decide fazer uma trilogia envolvendo questões divergentes, sendo foco na segunda guerra mundial(Europa), até um filme com estilo noir(A Element of Crime) e metalinguagem cinematográfica(Epidemic). Lars sempre fez questão de enfatizar o caos dentro de qual for o cenário proposto, e ele faz questão de injetar caos nos protagonistas de sua trilogia, fazendo com que: a narrativa não se torna o primordial em sua obra, mas a psicologia e a mentalidade perturbada em que seus personagem se afundam ao longo desse cenário sujo, grotesco e imoral.
A ideia de discutir a hipocrisia puritana do ser humano, no ambiente que o próprio habita, é uma assinatura natural do trabalho do diretor, até mesmo fora sua trilogia. Mas, diferente de Rossellini, Lars quer mostrar a figura humana caótica em 3 tempos diferentes: seja em Europa(Segunda Guerra Mundial), Epidemic (Anos 90) e A Element of Crime(Distopia de um espaço incerto), que mostram o reflexo mais próximo de um pessimismo sobre o ser humano quanto ao próximo e ao ambiente que tais indivíduos habitam.
Em ambas as trilogias, existe um diálogo sobre a figura horrenda sobre a capacidade do ser humano de afetar tudo aquilo que há a sua volta, seja um próximo, ou mesmo no quesito territorial. E é nesse ponto que acontece a diferenciação de ambas trilogias com a do diretor Michael Haneke. Pois Haneke não quer falar do terror, e do caos que envolve o mundo inteiro em conjunto com o sujeito, mas o terror intrínseco e nas entrelinhas de um único indivíduo. Indivíduo que vive em um ambiente frio e pouco caótico como os propostos pelas outras trilogias citadas. Aqui, o humano vive o caos dentro de si e o executa de forma silenciosa.
Na trilogia da Frieza, as obras mostram de forma delicada a vida de seus protagonistas, seja no dia a dia com a família(O Sétimo Continente), seja na relação do indivíduo com suas fitas cacetes e câmeras(O Vídeo de Benny), ou em momentos que resultam em algo aterrorizante, pelo simples acaso(71 Fragmentos de uma Cronologia do Acaso). Pegamos um cenário bastante diferenciado do que foi a produção de Rossellini, saindo de um pós-guerra e com outra técnica em capturar tais cenários, coloco o leitor para a Dinamarca quieta, sem crises por conflito, saúde ou pobreza, mas um quieta e fria.
Diferente de um cenário proposto pelas trilogias anteriores, de um terror sempre pairando sobre o protagonista e os outros personagens, temos o incômodo e o medo de não saber quando e como esse terror vai aparecer para os olhos do espectador. Oque acontece de forma sutil e aos poucos, colocando o espectador em uma tensão de um caos confinado nesse espaço tão minúsculo, que podem ser dois jovens vivendo suas vidas normais, ou uma família monossilábica entre si mesma, mas vivendo um vida simplesmente normal.
É necessário pontuar o filme O Sétimo Continente, que mostra o simples ato de acabar com aquele inferno no qual os personagens vivem diariamente, e que não encontram sentido em sua presença naquele espaço. Algo que se difere das trilogias de Rossellini e Lars, onde o personagem está completamente voltado em conseguir resolver oque tem que resolver e sobreviver. O cenário de Haneke é o medo e a repulsa de um presente vázio e sem sentido para os presentes em suas respectivas estórias. Não a toa, o som e o ambiente se expressam muito mais que os próprios personagens em suas narrativas.
As trilogias pautadas para o texto presente, executam a função de mostrar ao espectador como o caos criado pelo próprio ser humano nunca deixou de existir, mas evoluiu até o sentido microscópico. De cenários apocalípticos demonstrados pelas guerras, até a repetição desse caos em diferentes tempos, até o terror e o horror que habita em silêncio dentro de residências de famílias e quartos de estudantes que nunca mostraram nada de suspeito sobre todo o horror que o ser humano sempre está, e estará, disposto em fazer. Seja ele mínimo, o caos humano ainda existe, mas de forma sorrateira e pronto para se mostrar, quando menos se espera.
Se eu tivesse que listar as obras que mudaram minha vida, com toda certeza Vagabond estaria no top 3. Isso se deve ao fato de que desde minha infância consumo mangás, animes e tokusatsu, e a temática que sempre gostei mais foi a de samurais. Afinal, é algo extremamente chamativo: espadas e cabelos grandes, além de histórias extremamente boas. Lobo Solitário, por exemplo, inspirou o gênio Frank Miller a escrever Ronin. Mas a obra que considero a melhor de todas, não só de samurais, mas sim de mangás, é Vagabond.
Vagabond é inspirado na vida de Miyamoto Musashi, considerado o maior samurai e um grande filósofo, escritor de uma obra maravilhosa. É sério, é uma daquelas coisas que mudam o jeito de ver o mundo, o maravilhoso livro dos 5 anéis. O que torna esse mangá ainda mais maravilhoso é o autor, Takehiko Inoue, que também escreveu Slum Dunk, que é divertidíssimo. Sério, eu poderia falar dias sobre o porquê de cada volume desse mangá ser bom, mas por agora, vamos falar: O que è o invencível?
Depois do encontro com Inshun e da despedida dele no volume 5, Musashi sai em busca de um novo dojo com o objetivo de buscar a invencibilidade. Mesmo após controlar toda a sua fúria e descobrir que ele não é tão forte quanto achava, ele ainda tem essa ideia de ser invencível, mas até quando?
A caminho de outro dojo, Musashi encontra Jotaro, que anteriormente havia pedido para ser seu discípulo, mas foi negado por Musashi, que acreditava que Jotaro só o atrapalharia. No entanto, agora que Musashi está mais maduro, ele percebe que pode ter mais pessoas ao seu lado sem desviar do caminho da espada.
Ao chegar ao dojo, há uma passagem maravilhosa em que Jotaro acha que vão rir dele por querer desafiar o lendário espadachim Yagyu, mas Musashi calmamente responde: “Os céus não vão rir”. Meu Deus, que passagem maravilhosa! Ver Musashi amadurecendo e se conectando com a natureza é algo incrível e me fez amar ainda mais essa obra quando li pela primeira vez.
Passando algumas páginas, percebemos que o grande mestre Yagyu está velho demais e já está pronto para passar seu bastão para seu neto, Hyogonosuke, que é tão habilidoso quanto Yagyu. Enquanto isso, Musashi está hospedado em um lugar, esperando a oportunidade de desafiar Yagyu, mas ele nem imagina as condições em que o mestre se encontra.
Musashi acaba recebendo uma flor de Otsu, e o que intriga Musashi é quem cortou aquela flor. Mesmo indo para a floresta cortar algumas, ele não consegue, porque seu corte está destruindo as flores. Aquela flor parecia viva, mesmo sem estar na terra. Vemos que a lâmina de Musashi ainda tem sede de sangue e ele ainda tem sua fúria. O valor da vida e da morte está entrando cada vez mais na cabeça de Musashi.
E ele percebendo que sua lâmina mata a flor, mostra que ele está começando a entender o valor confuso que tem pela vida. Ele entende que ela tem valor, mas aquele ideal de ser invencível o confunde sobre o quão valorosa a vida é. Olha a evolução do personagem alguns volumes atrás, ele só queria saber de morte e violência, e agora está entendendo tudo. Sério, eu amo esse mangá.
Passando algumas páginas, Musashi entra no castelo, enviando uma carta com a flor perguntando quem a havia cortado. Os netos do Yagyo o deixam entrar apenas para saber que tipo de homem ele é. Ele fica animado com a ideia, pois essa seria a oportunidade perfeita para chegar até Yagyo, mesmo que para isso tenha que derrotar todo o castelo. Enquanto ele pensa nisso, ele não para de tremer, usando dois cobertores em um dia quente. Ele entende o quão grandioso é o que ele quer fazer.
No dia seguinte, ele chega ao castelo e fica surpreso porque os netos do Yagyo não queriam lutar de maneira alguma. Mesmo provocando-os, Musashi não consegue fazê-los lutar, o que o deixa confuso, já que ele não conseguiu ferir a honra daqueles samurais, enquanto todos os outros que ele encontrou foram mais fáceis de provocar.
Após Jotaro criar uma confusão, começa a luta de Musashi contra quatro mestres. Isso é sentido, já que aqueles quatro não eram simples soldados, e os quatro mestres também sentem, já que Musashi consegue desviar de todos os golpes, pois agora ele vê através deles. É nesse combate que vemos o que mais tarde se tornaria o lendário Niten Ichi Ryu, o estilo de duas espadas.
E os outros samurais acham que aquilo é um desespero de Musashi, mas o que não esperavam é que Musashi iria usar a espada de madeira como distração, jogando-a na cabeça de um dos samurais. Assim, ele aproveita a oportunidade para correr para uma ponte, onde ninguém poderia cercá-lo. A força de Musashi é posta à prova quando ele quebra a espada de um dos mestres enquanto desvia de todos os seus ataques. Musashi usa tudo o que tem ao seu redor para ajudá-lo, seja pedras, a ponte ou o rio. Musashi não estava sozinho. Sua expressão era calma e focada, algo incompreensível para seus oponentes.
Mas as coisas saem do controle e Musashi cai no rio. Acaba fugindo e está tudo bem. Ele derrotou aqueles inimigos e sabe disso. Além disso, o foco dele é o Yagyo. Após Otsu o esconder, ele encontra Yagyo e o confronto que ele nunca poderá vencer começa. O mestre estava doente e dormindo, mas isso é o que Musashi pensava. No entanto, ele estava enganado.
Enquanto estava prestes a matar Yagyo, Musashi acaba tendo lembranças de seu pai, o homem invencível que fez essa paranoia entrar em sua cabeça. Ele lembra de todas as vezes que tentou matar seu pai e de todos os momentos ruins que passou com ele. Quando ele ia atacar Yagyo, uma cópia de si mesmo o detém, lembrando-o de seu passado violento. E quando ele olha nos olhos do mestre, ele vê uma ilusão de paisagem e ouve seu pai dizendo que ele é o filho do invencível, e que deveria se tornar igual a ele.
Mas o que era o pai de Musashi? Ele era um medroso que tinha medo de tudo e todos, porque se alguém o vencesse, ele não teria mais o título de invencível. Ele até tinha medo de seu próprio filho. Musashi questiona Yagyo sobre o que é ser invencível, e o mestre responde: ‘Invencível é apenas uma palavra.’ Naquele momento, Musashi vê pela primeira vez alguém que tinha uma lâmina no céu e na terra, e de todos os seus oponentes, nenhum era um mestre como aquele tinha sido.
Derrotado, Musashi foge dali, questionando várias vezes o que o mestre disse. A palavra “invencível” estava nublada em sua mente, ela não fazia mais sentido. E quando ele tenta focar sua mente novamente, ele olha para a ponte e vê Otsu esperando por ele. Agora, Musashi sabe que tem coisas mais importantes em sua vida, mas ele se nega a tê-las por medo de morrer e acabar arruinando a vida de Otsu, que o ama demais. Agora, ele reconhece isso e a deixa para trás por esses medos. O capítulo termina com ele partindo para entender o próximo passo de sua jornada.
Sério, ver o Musashi duvidando de sua invencibilidade e quebrando por completo é maravilhoso de acompanhar, e saber que ele só melhora ao longo da história faz dessa obra incrível de todas as maneiras possíveis. Sério, leiam Vagabond, vocês não vão se decepcionar.
O filme Super Mario Bros mostra como é simples botar em pratica a tentativa de fazer uma adaptação de um jogo para as telas de cinema fazendo, simplesmente, o dever de casa. Super Mario Bros não tenta se reinventar, nemcriar algo novo de dentro da sua proposta. ´É uma viagem nostálgica e divertida para todos os públicos. Algo que tem sido difícil nos últimos anos quandose trata de audiovisual.
Se encontram várias adaptações de muitos jogos para um público mais maduro e esquecem que esse entretenimento é existente no público infantil. Pontos nos quais distanciam o público infantil de ver o personagem como Sonic como um personagem de jogo. As crianças olham o personagem como um personagem aventureiro e divertido, mas apenas isso. Não se remetem ao seu legado nos jogos em seu presente, e muito menos na sua jornada quanto jogável.
Illumination consegue, em conjunto com a Universal Pictures, contar a história de Mario e Luigi como deve ser: a jornada do jogo e com o melhor que a Nintendo tem para oferecer sobre aquele mundo, que foi tão presente na infância dos adultos, e cativando os mais novos a saberem que mundo fantástico é esse que eles podem estar perdendo.
Ao longo dos anos tivemos adaptações tenebrosas como as de Resident Evil, em todos os sentidos possíveis, outras satisfatórias como Uncharted, e outras espetaculares, como The Last Of Us. Mas, a indústria cinematográfica tem deixado de lado as crianças na hora de adaptar certos jogos para as telas de cinema. Sonic foi uma tentativa, mesclando com o mundo existente, para conectar o espectador, mas que esquece a essência por trás do jogo e o mundo em que ele acontece.
Super Mario Bros consegue criar um universo de texturas, gostos e conexão a todos os personagens apresentados, homenageando o game com as trilhas originais dos jogos clássicos. Além de adicionar elementos positivos para cada um dos personagens, como a Princesa Peach que é responsável pelas as cenas com mais ação do filme, nunca se mostrando indefesa como o estereótipo das princesas da Disney de alguns anos atrás. E como o amor entre irmãos é elaborado de forma delicada e visível na obra.
Mas a obra em si carrega uma importância de poder dar início à um novo seguimento de produções que favoreça muito além do público adolescente dos jogos, mas ao público geral. Algo potente pela figura do Mario como um símbolo da história tecnológica do entretenimento. Principalmente como apresentação pelas futuras gerações, que podem criar interesse pelo personagem além da história simples de um encanador aventureiro, com sotaque italiano.
Para os amantes das primeiras versões de Mario Bros, de 1985, até aqueles que jogam Mario Kart e as suas últimas versões, a obra agarra o espectador e faz questão de abraça-lo. Algo belo de se perceber que os responsáveis pela produção não esquecem em nenhum segundo a importância daqueles que viveram os tempos dos irmãos encanadores imensamente pixelados, como o ambiente em que eles batiam nos tijolos.
Super Mario Bros é o sentimento de uma criança que está no shopping com sua mãe e acaba de entrar em uma loja de doces, a criança encontra um adulto que também está encantado com aquelas cores e com o cheiro dos doces que o colocam em um transe até de volta para um tempo sem preocupações. A única preocupação que existe naquele mesmo espaço, é a contagem de minutos até voltar para casa e ligar seu Nintendo 64, Ds, ou qualquer modelo que seja, e simplesmente viajar nesse arco-íris de personagens carismáticos e fantásticos. Super Mario Bros estreia dia 5 de Abril (2023) nos cinemas.
Assista ao Trailer:
Depois do artigo de Super Mario Bros, leia também:
Na primeira cena de Whiplash, vemos Andrew, interpretado por Miles Teller, totalmente imerso em sua bateria. O interessante deste filme é que ele mostra os bastidores de um mundo que poucas pessoas conhecem, e também é uma história sobre um artista que busca a grandeza e está disposto a passar por muito sofrimento e sacrifício. Mas como o filme conta essa história?
Toda história tem um momento decisivo, o momento em que o protagonista não consegue mais ficar parado e embarca em sua jornada. Em Whiplash, isso acontece logo no começo do filme, durante um encontro casual com Fletcher, interpretado brilhantemente pelo maravilhoso J.K. Simmons. Em um breve momento de atenção de Fletcher, Andrew decide que quer entrar na Studio Band
Como espectadores, só nos importamos com o objetivo do protagonista quando compreendemos seus medos. O roteiro de Whiplash usa a vida de Andrew em casa para mostrar isso. Por exemplo, o pai de Andrew é um professor de ensino médio bem-sucedido, mas um escritor malsucedido. Para Andrew, seu pai significa a mediocridade que ele tanto teme e acaba desprezando..
Mas a vida de Andrew não pode ser fácil assim, e é aí que entra o mentor, que tem o poder absoluto e ocupa o topo da posição naquele mundo. E o mais importante, ele dá um desafio ao nosso protagonista. Aí nos perguntamos: será que Andrew vai conseguir se esforçar para tocar mais rápido e mais precisamente, e se comprometer a ser melhor?
Movido pelo desejo e pelo medo, nosso protagonista Andrew pratica ainda mais. Quando Fletcher faz audições logo no começo do filme e Andrew é escolhido para a Studio Band, ele se sente poderoso por entrar na banda e logo chama a garota do cinema para sair. Isso nos mostra que ele está mudando e indo na direção certa. Mas o que ele mal sabia era que essa era a parte fácil.
Partindo para o segundo ato do filme, é onde nosso Andrew encontra obstáculo atrás de obstáculo. Ele é forçado a mudar como nunca, pois está sendo limitado pelo seu antigo eu. Ele começa a mudança, mas logo vemos que ele vai longe demais. Vemos também que o caminho para a grandeza é um de autodestruição. O fator-chave que o filme usa é a ameaça de substituição. Para que Andrew não fique de corpo mole, Fletcher chama Ryan, que era um ex-colega de turma de Andrew, para a banda. De repente, o lugar recém-garantido do nosso protagonista é ameaçado.
O declínio de Andrew começa desde o primeiro dia em que Fletcher deixa bem claro suas expectativas ao ser violento e abusivo. Sobrecarregado pela pressão e pelo tormento, ele começa a destruição do seu antigo eu. Ele termina com sua namorada da pior maneira possível e é extremamente grosseiro com sua família. Enquanto tenta chegar em sua apresentação, ele encontra o auge de sua autodestruição em um acidente. O acidente de Andrew o força a parar com seu comportamento autodestrutivo. Sabendo que um ex-estudante que cometeu suicídio foi atormentado por Fletcher, ele para e pensa, acabando com a autodestruição no final do ato 2 de Whiplash.
O clímax de Whiplash acontece durante uma grande apresentação. Nosso protagonista está em um momento difícil, forçado a parar de tocar bateria. Ele teve tempo para pensar em tudo o que passou. No entanto, apesar de tudo isso, Andrew ainda não está pronto para o grande show. Ele ainda carrega um pouco do seu antigo eu consigo. Quando Fletcher revela que armou a apresentação para nosso protagonista falhar porque ele sabia que foi Andrew quem o entregou para a escola e o fez perder o emprego, a tensão chega ao ápice.
Fazendo com que nosso protagonista falhasse em seu primeiro grande momento e confrontado com essa falha, Andrew tomou a escolha mais importante de sua jornada. Nosso herói virou-se e caminhou de volta ao palco. Antes que Fletcher percebesse, Andrew iniciou um double-time latino. Agora, ele não tocava mais para Fletcher, mas para si mesmo. Nesse momento, nosso herói destruiu seu antigo eu. A expressão de Fletcher revelou que ele nunca tinha visto alguém tocar assim, e ele se tornou um aliado do nosso herói. Nesse instante, Andrew olhou para a multidão e para a plateia, e seu pai assistiu espantado. Finalmente, chegou o momento em que nosso herói alcançou a perfeição.
A adaptação da peça de teatro de Ariano Suassuna para o cinema foi dirigida por Guel Arraes, e se tornou um sucesso de bilheteria e crítica. Além de ter servido de inspiração para várias produções do cinema nacional.
o filme conseguiu capturar a essência da obra original, com seus personagens marcantes, sua linguagem popular e seu humor irreverente. Isso fez com que o público se identificasse e se apaixonasse pela história.
O Auto da Compadecida retrata de forma bem humorada e divertida a cultura popular brasileira, abordando temas muito importantes como a religiosidade, a pobreza e a corrupção. Além disso, o filme ajudou a dar uma certa visibilidade ao cinema nordestino, pelo fato de que a história se passa na região e utiliza elementos típicos da cultura do Nordeste, como o cordel e a música regional.
A obra também foi responsável por consolidar a carreira de um dos atores mais famosos do Brasil. Selton Mello na pele do trapaceiro Chicó, conquistou os fãs com todo humor e carisma.
Chicó é o melhor amigo de João Grilo, outro personagem muito importante de O Auto da Compadecida e juntos eles se metem em várias confusões, sempre tentando se dar bem na vida.
Agora para alegria do publico depois de mais de vinte anos e sendo um dos filmes de maior sucesso do cinema nacional. O Auto da Compadecida recentemente anunciou sua sequencia para 2024 contando com seu elenco principal original.
A repercussão da noticia foi gigante e só serviu para confirmar que O Auto da Compadecida nunca deixou de ser um dos filmes mais importantes do cinema brasileiro.
Estreia no dia 22 de março a segunda temporada de Cidade Invisível, a série brasileira era uma das mais aguardadas desde o lançamento de sua primeira temporada em 2021.
A historia segue o personagem Eric, vivido pelo ator Marco Pigossi, um agente ambiental que ao investigar a morte misteriosa de sua esposa, acaba esbarrando em um mundo oculto de entidades folclóricas brasileiras.
A série é ambientada no Rio de Janeiro, e trás todas as criaturas que habitam desde criança o imaginário dos brasileiros de uma forma nunca antes retratada e com grande destaque para a cultura regional brasileira.
Nenhuma das versões das lendas apresentadas na série é parecida com as histórias que eram contatas para ninar e manter as crianças na linha ao longo dos anos no Brasil.
Sendo que a que mais chamou a atenção do público foi a da tão temida Cuca, que foi apresentada ao público de uma maneira completamente oposta do imaginário popular, que esta acostumado com a versão apresentada no Sitio do PicaPau Amarelo. A cuca de Cidade Invisível não é um jacaré e sim uma borboleta, fato que encantou o público.
A atuação da atriz Alessandra Negrini foi um show a parte, e trouxe a personagem um ar ainda mais misterioso que conquistou o público e a tornou o personagem mais adorado da série.
Cidade Invisível foi aclamada não só pelo publico nacional, a série também conquistou fãs pelo mundo, levando o folclore brasileiro para além de nossas fronteiras.
Para os fãs a espera para saber os desdobramentos da história, que finalizou sua primeira temporada deixando vários questionamentos e possibilidades para a segunda. Finalmente chegou ao fim e ainda no mês de março saberemos o que essa história nos guarda.
A série é uma produção da Netflix e é muito importante não só para a visibilidade das produções nacionais, como também para dar a cultura e o folclore brasileiro alcance mundial.
Chegou o momento do ano mais aguardo por todo cinéfilo! Na noite do próximo domingo (12), acontece o Oscar 2023. A premiação de cinema mais prestigiada no mundo chega à sua 95ª edição repleta de expectativa e incertezas, principalmente após os acontecimentos do ano passado.
O evento que coleciona momentos marcantes o longo dos anos, tanto positivos como negativos, é sempre garantia de bom entretenimento. Contudo, às vezes as situações se tornam um pouco constrangedoras e algumas até acabam saindo do controle. Motivo pelo qual a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciou a criação do “Comitê de Crise” para este ano.
Mas, afinal, o que esperar desta próxima premiação? Será que o Oscar está perdendo prestígio? Quais as principais apostas para a noite? Para responder estas, e muitas outras perguntas, o Portal Cinerama conversou com Marcio Sallem, professor e crítico de cinema, dono do perfil no Instagram “Cinema com Crítica”.
A cerimônia de premiação do Oscar
Conhecida como a premiação de cinema mais antiga ainda em vigor, o Oscar teve a sua primeira edição em 1929, na cidade de Los Angeles, na Califórnia, Estados Unidos. Os responsáveis por selecionar os filmes indicados e também os vencedores eram, e ainda são, os votantes membros da Ampas, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.
A princípio, o evento começou sendo apresentado em um hotel estadunidense para espectadores que pagavam cerca de $5 para assistir. No entanto, com os passar dos anos a premiação foi ganhando prestígio, credibilidade e hoje é o principal evento do mundo quando o assunto é a sétima arte.
Com toda a certeza, o Oscar marcou gerações de artistas e amantes do cinema. Muitos dizem que começaram a gostar de filmes muito por causa da premiação. Já outros, alegam que passaram a assistir ao prêmio devido a algum filme que estava concorrendo, como no caso do professor e crítico Marcio Sallem, dono do “Cinema com Crítica” perfil no Instagram com mais de 159 mil seguidores.
“Eu trabalho com cinema desde fevereiro de 2010. Na verdade, dá para voltar atrás até 2002, mas ainda era uma etapa amadora, não profissional. Eu acompanho a cerimônia do Oscar desde 1998, influenciado pelo sucesso de Titanic”, contou Marcio em entrevista exclusiva para o Portal Cinerama.
Depois de tantos anos acompanhando o prêmio, Sallem revela que vivenciou uma porção de lembranças e decepções com o Oscar. Durante a conversa, contou um pouco sobre momentos que considera marcantes em relação ao evento:
“Eu tenho lembranças e frustrações marcantes. Eu nunca esqueci, por exemplo, a perda de Sylvester Stallone no Oscar de 2016 para Mark Rylance; ou a gafe histórica da troca dos envelopes no prêmio de melhor filme, entre Moonlight e La La Land. O Oscar de Martin Scorsese por Os Infiltrados, e a reunião de seus amigos no palco para premiá-lo, ou o terceiro Oscar de Jack Nicholson, por Melhor é Impossível, quando imita a forma de andar de seu personagem no filme. Eu poderia enumerar muitos mais”, declarou o professor e crítico.
A credibilidade questionada e a perda de audiência do Oscar
Apesar de ainda possuir um legião de pessoas que esperam ansiosas pelo dia da premiação, o Oscar parece não estar mais reunindo tantos fãs como antigamente. Uma prova disso, são os números divulgados pelas emissoras de televisão norte-americanas revelando uma queda significativa de audiência com o passar do últimos anos.
Sobre um possível desinteresse do público por parte do evento que desde 2002 acontece no Dolby Theatre, em Los Angeles, Marcio Sallem afirma que existem muitos fatores que podem explicar os números negativos por parte dos espectadores.
“Há tantos fatores para atribuir a queda de relevância da premiação do Oscar. O desinteresse do público pela premiação, associado à indicação de filmes que não representavam o apelo popular de quem se dispunha a assistir a 3 horas e meia de premiação. A qualidade da premiação também, com esquetes decepcionantes (a da entrega de pizzas é um dos pontos baixo), alguns apresentadores que não animavam os espectadores. Mas deve ser levado em consideração a mudança do modo de consumo do espectador, que não é mais público de televisão aberta ou fechada, mas público de serviços de streaming”, explicou.
Nesse ínterim, há quem diga que o Oscar perdeu credibilidade após as suas últimas edições. Depois de algumas decisões muito questionáveis, como o prêmio de melhor filme entregue a “Green Book: o guia” em 2019, dentre outras diversas situações polêmicas, muitos fãs de cinema afirmam que não levam mais a premiação em consideração quando decidem ver algum filme.
Quando perguntando sobre concordar com este tipo de afirmação, Sallem declarou ao Portal Cinerama que:
“Sim e não. Para quem conhece o funcionamento da temporada de premiações, sabe que o Oscar é, antes de tudo, o prêmio do cinema americano e concedido por uma associação americana, a AMPAS”, afirmou se referindo ao fato de que por ser estadunidense, muitas vezes o prêmio não avalia uma série de obras produzidas em outros países.
“Considerar o Oscar parâmetro de qualidade é considerar que se pode, de modo objetivo, ranquear a arte por qualidade, e isto é impossível. Primeiro porque quem vota no Oscar são pessoas, cerca de 10.000 membros da AMPAS que levam em consideração não apenas sua subjetividade, mas também a campanha dos filmes que disputam. Segundo porque não é razoável que, dentre esses 10.000 membros, todos possam ver todos os filmes lançados comercialmente ou, ao menos, os filmes que estão em disputa aberta. São seres humanos, movidos por sentimentos, influências, imediatismos, e isso faz parte do que é a festa do Oscar”, completou Marcio.
Para tentar recuperar a audiência perdida ao longo dos últimos anos, a cerimônia passou a cogitar algumas hipóteses e testar coisas diferentes. Uma delas foi a exclusão da apresentação ao vivo de algumas categorias, na intenção de tornar o tempo de transmissão menor. Decisão que foi amplamente criticada, fazendo com que a Academia voltasse atrás.
Outra medida, foi levar em consideração a possibilidade de criar a categoria de “melhor filme popular” que, em tese, premiaria o filme que mais teve prestígio nos cinemas. Mas, conforme explica Marcio Sallem, esta decisão não era uma boa forma de atingir o objetivo desejado pelo Oscar.
“Não, não considero [uma boa decisão]. E acredito que a Academia tenha enterrado a medida depois que Army of the Dead ganhou a votação no Twitter para o Oscar do ano passado. O melhor filme popular já está escolhido pela bilheteria anual, e não precisa ser referendado pelo Oscar como forma de consolação”, explicou.
Na tentativa de encontrar uma saída para o problema da audiência, Marcio apresentou algumas opções mais plausíveis.
“Dentre as medidas que podem atrair a audiência estão a venda dos direitos de transmissão a serviços de streaming, por exemplo a Netflix, tal como fez a SAG-AFTRA que entrega o Prêmio do Sindicato dos Atores, a dinamização do prêmio, senão diminuindo sua duração, ao menos tornando-o mais amigável e divertido para o espectador.”
O “Comitê de Crise”
A edição de 2022 registrou muitas histórias interessantes, como a disparada do filme “No Ritmo do Coração” na reta final da votação para garantir o prêmio de melhor filme da temporada. O que deu o primeiro Oscar da categoria para a Apple, desbancando a Netflix, que sonha com isso há anos. Entretanto, o que realmente chamou a atenção no evento do ano passado não tem nada a ver com filme algum.
Em determinado momento do cerimônia, o humorista Chris Rock, encarregado de apresentar o espetáculo, fez algumas piadas provocando o ator Will Smith, que se levantou do seu assento e agrediu o apresentador.
Enquanto todos ainda estavam tentando entender o que aconteceu, o evento seguiu e a situação toda não pegou nada bem para a mídia e o público.
No intuito de evitar ocasiões parecidas e saber como agir em momentos conturbados, a Academia criou para 2023 o “Comitê de Crise”.
“A função do Comitê de Crise é lidar com excepcionalidades de modo ágil para não comprometer o andamento da cerimônia. Não creio que o Comitê terá muito trabalho nesta ou em edições vindouras, será mais uma medida decorativa da Academia”, declarou Sallem.
As apostas para o Oscar 2023
Com polêmica ou não, o evento mais aguardado com cinema no ano inteiro vai acontecer no próximo domingo, e os todos os cinéfilos já estão com as apostas na ponta da língua. Então, como este é o momento em que o bolões fervem, o responsávelpelo “Cinema com Crítica” não poderia ficar de fora dos palpites.
“Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo deverá vencer, ao menos, 4 estatuetas: Filme, Diretor, Roteiro Original, Ator Coadjuvante, com chances significativas de Atriz e Montagem. Nada de Novo no Front deve ser premiado em melhor filme internacional, e ainda faturar o prêmio de melhor fotografia; já Top Gun: Maverick deverá se contentar com os prêmios técnicos de Som e Montagem”, apostou Marcio Sallem, dando destaque para o filme com mais indicações na noite.
Oscar 2023 – onde assistir?
Pela primeira vez em muitos anos, o evento não terá transmissão da Globo e de nenhuma outra emissora de TV aberta. Assim, quem quiser acompanhar ao vivo no próximo domingo (12), terá de assistir ao TNT ou HBO Max, a partir dás 21h (horário de Brasília). E é claro que você também acompanha todas as informações da premiação do Oscar 2023 aqui no Portal Cinerama.
Relembre a vitória de “No Ritmo do Coração” como melhor filme em 2022
Na noite deste sábado (25), vai ao ar o tão aguardado “Especial Castelo Rá-Tim-Bum: o reencontro“. Com exibição às 22h (horário de Brasília), a produção desenvolvida pela TV Cultura, com apoio da empresa Oreo, reúne atores e artistas envolvidos na construção de uma das séries mais conhecidas e amadas pelo público brasileiro.
A fim de trazer de volta ao espectador o sentimento de nostalgia e estimular a mágica que habita dentro de cada um, o especial promove o reencontro dos personagens Nino, Biba, Zequinha, Morgana, Celeste e muitos outros. As histórias contadas sobre os bastidores, além das homenagens ao longo da exibição, revelam os motivos da série marcar a vida de tanta gente.
O reencontro durante o Especial Castelo Rá-Tim-Bum
Quando o porteiro revela que a senha está correta e abre as portas para que Cinthya Rachel – que interpretava Biba – adentre os corredores do castelo, o público imediatamente volta à sua juventude por cerca de uma hora. Não demora muito para os espectadores começarem a se identificar com os cenários e objetos dispostos em tela.
O sentimento que toma conta é uma espécie de “Meu Deus! Eu estou aqui de novo. Depois de tanto tempo”, ao passo que é possível sorrir relembrando diversos episódios clássicos da produção, conforme itens aparecem em cena. No momento em que Rosi Campos (Morgana) e Cassio Scapin (Nino) se juntam à Cinthya, parece estar tudo pronto para uma vez mais todos se permitirem acreditar na magia do Castelo.
Aos poucos, pessoas e personagens importantes para a realização da série são inseridas no bate-papo que vai desde revelações de bastidores até curiosidades sobre cenas específicas. A participação do diretor responsável pela obra, Cao Hamburguer, permite ao público também entender que, apesar das mágicas e feitiços, existiu muito trabalho e empenho para Castelo Rá-Tim-Bum se tornar o fenômeno que é.
As homenagens
Se engana quem pensa que a produção da TV Cultura quer apenas contar histórias e voltar ao passado. Neste especial, os espectadores se deparam com fato de que as aventuras contadas por aqueles personagens plantaram frutos, para serem colhidos na sociedade atual.
É gratificante ver os atores contanto que um personagem como a Penélope incentivou uma quantidade considerável de jovens a seguir a carreira em jornalismo. Da mesma forma que Bongô é uma das primeiras representações no audiovisual brasileiro de uma pessoa negra, sorridente e alto-astral, diferente do que se era acostumado a ver.
Mas, além de tudo isso, o especial ainda abre espaço para homenagear os atores Wagner Bello (Etevaldo) e Sérgio Mamberti (Dr. Victor). Nomes de extrema importância dentro da produção e que, definitivamente, marcaram a vida de muitas pessoas que os assistiram.
Em suma, “Especial Castelo Rá-Tim-Bum: o reencontro” leva o público de volta à infância, brinca com o imaginário das pessoas e mostra que até hoje a série tem um lugar especial dentro do coração de cada um.
Serviço
Especial Castelo Rá-Tim-Bum: o reencontro vai ao ar na TV Cultura neste sábado (25), às 22h (horário de Brasília). Mas, para quem não vai poder assistir, a produção fica disponível no YouTube da @OreoReceitasBrincantes Brasil a partir de domingo (26).
Confira o trailer de “Especial Castelo Rá-Tim-Bum: o reencontro publicado pela Oreo Brasil
O novo filme com o ator Dave Bautista conta a história de uma família que está passando uma temporada em uma cabana. Quando são surpreendidos por quatro estranhos que além de sequestrá-los também afirmam que para evitar a vinda do apocalipse um deles deve ser sacrificado.
Batem à Porta assim como todos outros filmes com o tema de fim do mundo traz toda a tensão e adrenalina dos personagens pela sobrevivência.
A trama mostra a difícil escolha que a família tem que fazer, entre proteger uns ao outros ou escolher um deles para ser sacrificado e salvar bilhões de pessoas.
Além de tudo, a história prende o espectador pela dúvida, se o grupo liderado por Leonard (Dave Bautista) está certo e o mundo esta a beira do apocalipse, ou se eles são apenas pessoas desequilibradas.
Ao longo de todo o filme o espectador se questiona se tudo que está acontecendo é realmente real e o mundo esta prestes a ter seu fim, ou se tudo não é apenas uma sequência de coincidências.
Batem à porta é baseado no livro O Chalé no Fim do Mundo que é um grande sucesso do gênero terror e fantasia, mas os desdobramentos ao longo da história do livro e do filme são muito diferentes alterando assim até mesmo o desfecho da trama.
Hoje a gente vai falar de La La Land do Damien Chazelle, que fez o premiado Wiplash que vai ter artigo sobre aqui também, mas dessa vez acompanhamos Sebastian um pianista frustrado atuado pelo Ryan Gosling e a Mia uma aspirante a atriz interpretada pela maravilhosa Emma Stone.
Aqui vemos uma história de amor, felicidade e carreiras artísticas com um tom bem dramático que é perfeito, e sendo sincero La La Land é o tipo de filme que o cinema precisa ter, um filme com uma nostalgia dos anos 40 ao estilo cantando na chuva, e fazia muito tempo que não tínhamos um musical tão bom quanto esse, que apesar das homenagens ao cinema dos anos 40 e 50 consegue se manter muito atual.
Mas um musical? Sejamos sinceros: o público hoje em dia tem um certo preconceito com esse gênero, talvez seja porque de um tempo para cá o cinema vem se entupido de filmes com uma carga dramática e buscando histórias mais realistas, que não tem essa leveza que os musicais trazem. Óbvio que dramas em musicais existem, mas a quebra do mundo onde todos só começam a cantar e dançar deve parecer estranha mesmo.
E as sequencias musicais em La La Land são completamente diferentes de outros filmes, onde as cenas de musicais são todas filmadas em plano sequência e você fica querendo ver alguém errar lá no fundo da cena, mas é claro também que nem todas são em planos sequências; deve ter algum corte ou truque de câmera e as coreografias são maravilhosas, dignas do título de obra de arte.
Uma das cenas de La La Land com mais emoção consegue ao mesmo tempo ser cafona e homenagear o clássico; é estranho mais acontece. Toda a cena do observatório – meu Deus – desde o começo onde só tem a silhueta sendo vista e saem voando pela sala, onde, sendo sincero, eu chorei. É uma daquelas cenas que vai ser diferente para cada pessoa, assim como quando o Sebastian explica para a Mia o porquê de o jazz ser tão importante, ele diz “o jazz e sempre diferente ele adora ir naquele bar porque é sempre uma versão diferente da música que você ouviu na noite anterior.”
Hollywood construiu algo muito forte no cinema onde dois personagens tem que ficar juntos seja lá qual o motivo. A gente acredita que eles têm que ficar, e o que mais acontece são esses dois personagens deixares as diferenças e o sonho para viver aquilo, mas La La Land mostra um pouco mais da realidade da vida. O cinema hollywoodiano nos mostra que para viver feliz precisamos de alguém para ser feliz, sendo que apenas chegar ao nosso sonho possa ser o suficiente, e La La Land vai por esse lado sem deixar o drama do amor dos 2 personagens.
La la land fala sobre a felicidade vindo da conquista dos seus sonhos, e como a felicidade pode ser explorada e falada de vários jeitos possíveis. Na filosofia a felicidade foi discutida por muitos anos; Sócrates falava que “a felicidade não era só a satisfação dos desejos e as necessidades do corpo, mas tinha a ver com a alma”, mas em a conquista da felicidade, o filosofo e matemático Bertrand Russel diz “o homem que adquire facilmente as coisas pelas quais sente um prazer moderado, conclui que a realização do desejo não da felicidade.
Esquece-se de que privar-se de algumas coisas é a parte indispensável da felicidade.” e isso serve tanto para o Sebastian sobre ele deixar uma coisa de lado para se tornar feliz ou a Mia que deixou sim uma coisa de lado e ficou feliz, dizer que o nosso querido Sebastian não está feliz é errado, porque ele deixar a Mia mostra que chegou onde ele quis chegar; ele tem o clube de jazz que ele sempre sonhou e a falta da Mia o mostra que é feliz.
Estreia no dia três de março a Daisy Jones and The Six que além de ser baseada em um livro que se tornou queridinho nas redes sociais, ainda tem a produção da atriz Reese Witherspoon.
A série conta a trajetória da banda de rock dos anos 70 e sua ascensão ao sucesso ao lado da cantora Daisy Jones, enquanto lidam com o peso da fama, drogas e desavenças internas.
Completamente envolvente o livro que originou a adaptação, prende a atenção e nos leva a acreditar que Daisy Jones and The Six realmente aconteceu fora das paginas e das telas.
Composta por todos os clichês e estereótipos que caracterizam as bandas de rock dos anos 70, a história tem em sua protagonista Daisy, uma jovem de espirito livre atrás de seu sonho de ser cantora. E a banda The Six que tem como vocalista Billy que tenta equilibrar seu sonho de ser um rock star e sua vida como pai de família.
E é a união dessas partes o combustível da história, pois foi esse fato os levou ao sucesso e a lançar o maior álbum de rock de todos os tempos. Porém também foi o que causou o fim repentino da banda enquanto estavam em seu auge.
Daisy Jones and The Six trás muita musica, romance e até mesmo um triangulo amoroso que vai ganhar o coração dos telespectadores.
As estrelas do elenco são a neta da lenda do rock Elvis Presley, a atriz Riley Keough e o ator queridinho da maioria das adaptações de livros, Sam Claflin. Isso por si só já elevou as expectativas dos fãs desse romance.
O livro Daisy Jones and The Six não será o único da autora Taylor Jenkins Reid a ser adaptado para as telas, dois outros livros da autora já tem suas adaptações garantidas, sendo um deles ainda para esse ano,
Agora o que resta é esperar estreia e torcer para a série fazer jus ao sucesso que é o livro.
De fato, não há o que questionar sobre a qualidade do audiovisual brasileiro. O país é reconhecido mundialmente pelos lançamentos de grandes filmes, séries, clipes e novelas. No entanto, é sabido também que produtores, atores e cineastas lutam muitas vezes mais para superarem as barreiras sociais e conseguirem se destacar na profissão.
Para provar que existe muito potencial escondido na cultura brasileira, as jornalistas Isabela Alves, Mariana Lima e Letícia Erba produziram o documentário “Da Ponte pra Cá”. Em conversa exclusiva com o Portal Cinerama, elas contaram como a obra desenvolvida para o projeto Repórter do Futuro, em parceria com a empresa de comunicação OBORÉ, revela os desafios de se fazer cinema na periferia da capital paulista.
Da Ponte pra Cá: de onde surgiu a ideia?
“A gente não tinha referências, infelizmente. O cinema independente no Brasil ainda é uma questão muito distante de muitos brasileiros. Até mesmo ir ao cinema hoje em dia é uma coisa inacessível”, começa contanto a jornalista Isabela Alves (25). De acordo com a profissional, a ideia surgiu da vontade de aproveitar o assunto do curso que estavam fazendo na época, o “Cinema e Jornalismo: Luzes sobre São Paulo”, promovido pelo projeto Repórter do Futuro.
“Eu e as meninas somos de diferentes distritos periféricos de São Paulo. Eu sou do Grajaú, a Mariana é de Parelheiros e a Letícia do Jardim São Luiz. Então, apesar de não termos referências nós pensamos: ‘vamos fazer na zona sul o Da Ponte pra Cá’”, complementou.
Devido ao distanciamento cada vez maior da população com cinema, principalmente o independente, Isabela diz que foi necessário fazer pesquisas para adquirir conhecimento acerca do assunto. “A gente foi pesquisando na internet e, graças à uma matéria da Agência Mural, encontramos o Lincoln Péricles (diretor) e através dele nós fomos nos conectando aos outros diretores”, disse Alves.
O desafio de gravar tudo em um celular
De certa forma, tem até se tornado comum ouvir que alguns diretores utilizaram uma câmera de celular para gravar um filme. Mas, diferente de muitos que usam como único recurso possível, para a produção de “Da Ponte pra Cá” o celular pareceu ser a melhor opção diante de todo o equipamento disponível.
“Todas na equipe tinham câmeras fotográficas semiprofissionais que poderíamos ter usado, mas por uma questão de praticidade escolhemos o celular. Sabíamos que muitos diretores famosos vinham utilizando este recurso – apesar de nenhuma de nós ter um celular de última geração -, o que de certa forma serviu de referência”, revelou Mariana Lima (25). “Levamos a sério a frase ‘uma câmera na mão e uma ideia na cabeça’ e gravamos.”
No entanto, além do desafio de produzir tudo utilizando um aparelho celular, as jornalistas também tiveram de enfrentar outros obstáculos para conseguir chegar no tão admirado resultado final. Com toda a certeza, o tempo foi um dos maiores desafios para a produção do curta-metragem. A montagem final foi outro processo que exigiu maior atenção, já que foi realizada em um espaço de apenas dois dias.
“Tínhamos um material bruto muito interessante, então cortar parte das entrevistas e depois alinhar tudo em uma narrativa coesa que contemplasse o que queríamos contar foi bem difícil”, afirmou Mariana.
A referência ao Racionais MC’s
Em uma tentativa de mostrar que ao contrário dos cineastas que têm suporte e estrutura constante nos centros, os criadores periféricos precisam “se virar nos 30” para conseguir contar as histórias que querem, o documentário foi nomeado com o título de uma música do Racionais MC’s. O grupo de rap fundado em 1988 serviu como inspiração para o desenvolvimento da produção das jornalistas.
“Tinha de ser esse nome. A música é bem conhecida e reflete a vivência de quem é da zona sul de São Paulo. A referência tinha de ser feita”, declarou Letícia Erba (25).
Ainda sobre a homenagem ao grupo conhecido pela forte influência na música brasileira, Isabela declarou que “os Racionais são as referências. Eles querem empoderar a periferia a partir da arte deles. Eles uniram as periferias de São Paulo e mostraram que hip-hop é educação, é potência e a gente pode estar em todos os lugares que a gente imaginar. O hip-hop salva muitas vidas ainda hoje e a gente quis prestar essa homenagem a eles.”
A mensagem que “Da Ponte pra Cá” deixa ao público
Assistindo ao documentário, é possível perceber a linha de direção que as criadoras pensaram ao montar a narrativa. Fica clara a decisão de dar visibilidade aos artistas, produtores e cineastas que foram entrevistados. Dessa forma, é possível mostrar ao público que existe muita gente talentosa espalhada pelo Brasil, principalmente nas periferias.
“Esses artistas são incríveis! Acho que a ideia de que não ter muitos recursos não precisa ser um impedimento para você criar sua arte, e que também existe muita história pra ser contada, coisas próprias da nossa cultura que as pessoas têm vontade de assistir nela”, explicou Letícia.
A fala da colega de trabalho é complementada por Isabela. Para ela, o filme tem como objetivo contar a história dessas pessoas na intenção de que o espectador consiga se identificar e se sentir inspirado a fazer o mesmo. “É possível fazer cinema a partir das nossas ferramentas. Tanto que a gente fez esse documentário sem nenhum investimento. Tivemos várias dificuldades, mas conseguimos concluir. Então serve para mostrar que o audiovisual precisa de investimento.”
“A gente fez um filme sem investimento nenhum e chegamos na mostra de cinema, só que vários cineastas lá também estavam fazendo assim. 60 mil, 80 mil. E eu acho que é justo que todos tenham a mesma oportunidade. Tem a cena do Lincoln Péricles falando que gravava utilizando cano de PVC. Então tem que mostrar realmente como as pessoas estão se virando, e que isso sirva de lição para que haja investimento”, completou.
Afinal, é inegável a grande quantidade de profissionais competentes e talentosos que existem no país. Não à toa, há uma porção de histórias que muitas vezes nem chega ao imaginário do público, mas que precisam ser contadas. E essas histórias só serão contatas, se existir apoio, financiamento e referências para servirem de inspiração.
“Na mostra de Tiradentes, por exemplo, eu estava lá e uma pessoa me abordou falando: ‘caramba! Eu vi a Ponte do Socorro e essa é minha casa’. Então, eu espero que tenham mais histórias sobre a periferia. Obras como ‘Cidade de Deus’ são icônicas, importantíssimas, mas a gente também quer histórias sobre sonhar e viver uma vida de qualidade. Eu acho que têm várias opções e o audiovisual nos permite ir para diversos campos”, finalizou Isabela.
Assista ao documentário “Da Ponte pra Cá” na íntegra:
Com sua trama ambientada na Primeira Guerra Mundial, a série Guerreiras conta a história de quatro mulheres com vidas completamente diferentes que se cruzam enquanto tem que enfrentar todos os horrores que a guerra trás.
Demonstrando muita força e coragem, a história dessas mulheres serve de inspiração para muitas, que ainda hoje enfrentam todas as dificuldades e carga que ser mulher impõe.
Apesar de ser uma série relativamente curta, as Guerreiras ganharam o coração dos fãs com sua história e principalmente por mostrar o lado das mulheres na guerra. Que embora tenha sido crucial quase nunca é lembrado.
Cruzando as vidas de uma freira, uma enfermeira feminista, uma prostituta e uma viúva a série lida com as perspectivas e realidades diferentes, mas que no fim representam as mulheres até os dias atuais.
Lançada em 2011 a série pegou o grande boom da época que eram as histórias sobre lobisomens e seres sobrenaturais, Teen Wolf logo virou um grande sucesso entre o público.
Contando a história do adolescente Scott (Tyler Posey), que após ser atacado por um lobisomem tem que lidar com os desafios da adolescência e também com os novos poderes e todas as aventuras que vem junto.
Nos seis anos da série Scott e seu melhor amigo Stiles viveram grandes aventuras e vários mistérios, ganhando cada vez mais o coração dos fãs.
Para alegria de quem ficou órfão da série, a Paramount+, adaptou um filme da saga e ele estreia no dia 26 de janeiro. Trazendo quase todo o elenco original da série, fato que encantou ainda mais os fãs.
O longa vai mostrar Scott reunindo antigos amigos e também novos aliados para enfrentar um novo inimigo terrivelmente perigoso que surge na cidade de Beacon Hills.
Mesmo sem a participação de Dylan O’Brien (Stiles), um dos personagens favoritos da série, as expectativas para o lançamento são bem altas e os fãs estão ansiosos.
Amantes Eternos nos faz pensar que quando falamos de filmes de vampiros sempre acabamos no mesmo nicho do terror, o vampiro como criatura sedutora, esperta, alguns são cheios de sabedoria outros tem uma certa impulsividade, porém o que a maioria mostra e que ser vampiro é legal e muito desses filmes são clichês, mas outros acertam como Entrevista com vampiro, A hora do espanto, Nosferatu, O que fazemos nas sombras mas nenhum deles e tão autoral e diferente quanto Amante eternos, e não importa o quanto você tente nunca será tão maneiro quanto Adam e Eve.
Em Amantes Eternos conhecemos Adam um músico vampiro que está em ascensão e tem um relacionamento apaixonante e complicado com sua namorada Eve, que mora do outro lado do mundo porque em algum momentos os dois se separaram, e o que move o filme é o tédio do Adam com o mundo moderno e com os humanos que ele chama de zombie, tanto que o começo do filme e ele pedindo para seu amigo Ian ir atrás de uma bala para ele se matar, e quando Eve decide vir visitar seu namorado e sua irmã Ava aparece digamos que as coisas se complica nessa vida tediosa dos vampiros.
Esse filme é dirigido pelo maravilhoso e perfeito Jim Jarmusch que é um diretor extremamente autoral e que costuma fazer filmes nesse estilo, um bom exemplo é Os mortos não morrem que é uma paródia de filmes de zumbi e onde os personagens estão entediado em um apocalipse, então isso está nele e Amantes eternos e para mim a sua melhor obra, onde ele casa o tédio com o amor e com a musica é serio o quanto esse filme e estiloso não está escrito, as roupas da Eve e do Adam a primeira vez que assisti queria me vestir igual eles e colocar óculos escuros a noite, esse e um daqueles filmes que é uma baita experiência para ver porque em algum momento tu vai se conectar com os personagens, não quero falar muito sobre a história para evitar spoilers.
E quando digo que Amante eternos é o melhor filme de vampiro é verdade, porque o jeito que eles são retratados aqui é de uma forma quase não vista e mostra que da imortalidade vem o tédio e a criação, como acontece com o Adam, a fotografia desse filme é lindíssima o Jim é um mestre disso e a química entre Tom Hiddleston e Tilda Swinton é de outro mundo sendo provavelmente o melhor casal da ficção junto com Edward e Bella, e quero que vocês assistam o filme e descubram essa obra maravilhosa, está disponível no Prime Vídeo.
Pós esse artigo sobre Amantes Eternos leia também:
Gabriel Belmont é o melhor protagonista da franquia Castlevania, tem a melhor história, mas o final e de ficar revoltado.
Castlevania é uma franquia muito famosa no mundo dos games ainda mais para quem joga a bastante tempo, os seus jogos de vai e volta batizado de metroidvania que são magníficos como Symphony of the Night que é provavelmente o ápice dessa franquia, onde temos o todo o poderoso Alucard numa história que é maravilhosa, e indo para o Playstation 2 temos o lembrado Curse of Darknes que não envelheceu tão bem mas eu gosto bastante, e indo para o Playstation 3 temos os polêmicos Lords of Shadow, que o primeiro é um ótimo jogo e tem a melhor história de toda a saga Castlevania, e já o segundo bom é uma bagunça e temos um drácula sem moral alguma, o que me deixou transtornado de raiva ainda mais depois do final de Mirror of Fate, mas chegaremos lá.
Em Castlevania Lords os Shadow conhecemos o nobre e poderoso Gabriel Belmont, um cavaleiro do século XI que foi uma criança foi encontrada na porta de um dos conventos da Irmandade da Luz não se sabe quem eram seus pais originais, e logo a Irmandade percebeu que Gabriel tinha talento para lutar contra as forças do mal, mas além disso ele encontrou o amor na sua amiga de infância Marie que em manhã idílica, com a bênção da sua família e da Irmandade, eles casaram-se. E em algum momento Gabriel Belmont foi mandado numa missão e a sua esposa teve um filho chamado Trevor, que ela escondeu de Gabriel e deixou para a irmandade criar, algum tempo depois Marie morre e começa o jogo e a grande jornada de Gabriel Belmont para falar com a sua esposa e livrar o nosso mundo das garras do mal.
E sério começando a falar bem o menu desse jogo já começa maravilhoso e você pode criticar qualquer coisa aqui, mas esse jogo tem amor e tem um respeito enorme pela franquia, quando tu começa qualquer capítulo tem a narração do Patrick Stewart que já deixa com uma cara de aventura ao estilo Tolkien, sério se eu pudesse pensar em qualquer resumo para lords of Shadow seria aventura a sensação que esse jogo traz e muito boa e um frescor para a franquia, e o estilo de combate hack ‘n’ slash foi uma ótima adição a franquia se vamos mudar que mude tudo certo. E a direção de arte desse jogo é algo único sério tudo nesse jogo e lindo os ângulos de câmera faz parecer pintura, acho que isso e dedo do Hideo Kojima, e os chefes desses jogos são bons demais a batalha contra o Cornell e maravilhosa parece algo de DMC.
Falando um pouco mal porque longe desse jogo ser perfeito as batalhas ao modo Shadow Of The Colossus não sou muito fã, apesar de eu não odiar eu não gosto porque elas não são bem-feitas e parecem o que realmente é, só para mudar a jogabilidade e são só 3 então dá para passar de boas e também eles consertaram isso com a medusa lá no lords 2, e outra coisa esse jogo e longo meu deus como demora para zerar tem coisas ali que era para ser bem mais rápidas, e com toda a certeza os chupas cabras são as piores coisas meu deus do céu a equipe que pensou nisso só poderia estar maluca, não é possível se você odeia o Lords of Shadow 1 por causa dos chupas cabras eu entendo você. Mas sério joguem o primeiro e um título muito bom e uma boa história para recomeçar essa franquia, e se você não gostou na época tente dá uma nova chance, e é quase certeza que tu vai gostar o que já não posso falar de Lords of Shadow 2 o que fizeram com você pobre Drácula.
Depois de um final surpreendente onde nosso querido Gabriel Belmont vira o Conde Drácula e se isola no seu castelo, começamos depois dos eventos de Mirro of Fate onde temos o Drácula no seu trono bebendo um sangue de boas, quando começam a atacar seu castelo e todo esse começo maravilhoso onde no final do prólogo tem o Gabriel Belmont falando latim e mostrando para a irmandade que ele é a coisa mais poderosa viva e de cair o queixo, o problema e o que vem depois.
A história desse jogo após o prólogo não faz nenhum sentido e o melhor resumo que eu vi foi do Master Alucard que é Drácula desperta na atualidade, um vírus transforma as pessoas em demônios, Trevor guia o Gabriel Belmont em sua aventura, tem castelo imaginário e a passagem, e um lobo, está todo mundo vivo no castelo imaginário, castelo não quer que o Gabriel Belmont deixe de ser Drácula, Drácula tem descendentes e Drácula luta contra Satanás e tudo isso parecem coisas aleatórias acontecendo e o final desse jogo é uma ofensa meu deus do céu, esse é outro que se você odeia pelo final eu entendo você e o que fizeram com o Drácula, o cara não toma uma decisão e pau-mandado do Zobek e do Trevor, serio o que fizeram com o Drácula é um crime, e o final me faz pensar que é pegadinha esse jogo.
Mas ainda sim, apesar de tudo isso é um jogo que vale pela ambientação e pelo gameplay sério o que esse jogo e divertido é brincadeira, e incrivelmente é um jogo lindo até hoje tudo que eles puderam melhorar de mecânicas do primeiro Lords of Shadow eles melhoraram, os 2 estão bem baratos na Steam se puderem comprar e discorda aqui eu agradeceria, essa foi uma ótima tentativa de reviver a franquia apesar do final decepcionante eu inda me empolgo para o que esse mundo tem a mostrar, uma pena a Konami odiar a gente e não fazer mais jogos.