Depois de muitos anos de carreira na indústria cinematográfica, os diretores Hayao Miyazaki e Isao Takahata fundaram o Studio Ghibli em 1985, financiado pela Tokuma Shoten Publishing Company.
Os filmes de maior sucesso de Miyazaki com o estúdio são A Viagem de Chihiro, Meu Amigo Totoro, O Castelo Animado, Princesa Mononoke e O Castelo no Céu. Em 2013, o diretor anunciou sua aposentadoria da criação de longas-metragens.
Já em 1996, a empresa controladora do Studio Ghibli, Tokuma Shoten, firmou uma parceria com a Disney Studios, com a Buena Vista Pictures se tornando a única distribuidora internacional de filmes de animação. O primeiro filme do catálogo da Disney foi Princesa Mononoke em 1997, depois disso, 15 filmes se seguiram nas próximas duas décadas.
Os filmes anteriores do estúdio foram alterados e redublados pela Disney antes da redistribuição.
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Apesar de assinar um contrato prometendo distribuir os filmes sem alterações, a Disney não manteve sua palavra quando conquistou os direitos de distribuição dos animes.
O fato veio à tona com o lançamento de Compartilhando uma casa com o homem sem fim: 15 anos no Studio Ghibli, um livro de memórias de Steve Alpert, que liderou a divisão internacional do Studio Ghibli entre 1996 e 2011.
Segundo Alpert, a Disney fez alterações no filme O Serviço de Entregas da Kiki, de 1998, adicionando músicas, efeitos sonoros e diálogos que não existiam na versão original japonesa.
Alpert apontou isso para um executivo da Disney, que havia assinado um contrato prometendo não fazer mudanças no longa. Em suas palavras, o produtor responsável pela versão em inglês do filme “levou o tipo de chicote verbal que faz homens adultos chorarem”.
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A partir de 2005, o Studio Ghibli se separou da Tokuma Shoten, mas manteve seu contrato com a Disney.
A regra de não permitir alterações ou cortes se tornou uma exigência do estúdio depois que o filme Nausicaä do Vale do Vento foi mutilado por sua dublagem americana. Inclusive, Alpert revelou também que Harvey Weinstein, produtor preso por inúmeros abusos em Hollywood, ficou agressivo quando lhe foi negado o direito de cortar cerca de 40 minutos de A Princesa Mononoke.
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