Poucos jogos são perfeitos, ainda mais com tantos vícios e modelos já tão explorados pelos desenvolvedores e empresas. Após entregar um trabalho sublime em “Red Dead Redemption“, a Rockstar foi e criou uma segunda obra-prima, desenvolvendo melhor antigos personagens e gerando o maior protagonista de toda uma geração de consoles. “Red Dead Redemption 2” é uma produção épica, lidando com temas como: traição, destino, legado e o mais importante, redenção.
Arthur Morgan é o clássico arquétipo do bandido que não se sente inteiramente confortável com tudo o que faz e fez, cuja esperança pela redenção é a única coisa que o mantém de pé ao final dos dias. Ele odeio quando John Marston, seu pupilo às avessas, se comporta como um idiota, porque o faz lembrar o quão idiota ele mesmo é. Ele odeia pensar no passado, pois a maioria das coisas boas de sua vida já foram perdidas, ficando como parte de uma melancólica memória. Ele odeia pensar no futuro, pois sabe que seu único destino é a morte certa. Morgan só pode se agarrar àquela maldita ideia de redenção.
Ainda que distorcidas e imorais, suas ações embalam o jogador e fazem com que qualquer um torça por um certo “final feliz“. Jogar as partes finais de “Red Dead Redemption 2” é uma questão de sadismo, enquanto o jogador observa o grupo todo se destruir. A realidade daquele tão unido grupo de pessoas parece se quebrar aos poucos, enquanto o mundo já não aceita seu modo de vida à margem da lei. Todos nós adoramos acompanhar a rotina e jornada do vilão, torcendo pelos seus atos horríveis e vendo um resquício de humanidade em algumas de suas ações, ainda que o mal já seja soberano em sua alma.
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O tema é um dos mais discutidos dentro do gênero faroeste, com várias obras-primas destrinchando o medo e a morte de bandidos que já não enxergam o mundo da mesma forma que ele é. O tempo é o principal inimigo do bando de Dutch, muito mais do que a agência de detetives em seu encalço ou as trapalhadas de seu líder. Usando de tudo e mais um pouco, “Red Dead Redemption 2” abraça esse espírito do “western revisionista” e constrói um quadro cinza, distante dos heróis de outrora e dos mitos acerca da figura do cowboy.
É violento jogar “Red Dead Redemption 2“, mas não por conta dos tiroteios e lutas brutais e sim, pela forma como cada personagem deixa de ser uma parte deste tão complexo mundo. Todos eles querem se redimir, ainda que só por si mesmo, afundados em seu próprio egoísmo e distante do velho sentimento de companheirismo que fortalecia o bando.
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