Diretora confirma que Selma foi boicotado no Oscar por conta de protestos raciais
Nesta sexta (05), a diretora de “Selma: Uma Luta Pela Igualdade“, Ava DuVernay confirmou que o filme foi boicotado no Oscar de 2015, pois a equipe fez um protesto contra a violência policial e o racismo, após o assassinato de Eric Garner, homem negro sufocado até a morte por policial Nova York. As últimas palavras de Garner foram: “Não consigo respirar“. Por conta da manifestação do elenco e equipe, o filme acabou sendo boicotado por diversos votantes da academia.
“Lembro que na premiere de Selma usamos a camiseta ‘Não consigo respirar’ em protesto. Membros da Academia ligaram para os nossos produtores no estúdio e disseram ‘Como eles se atrevem a fazer aquilo? Por que eles estão atiçando essa merda? Não votaremos nesse filme porque não achamos que seja papel deles fazer isso” disse David Oyelowo, intérprete de Martin Luther King Jr no longa, ao Screen Daily.
A cineasta, então, confirmou o ocorrido por meio de um tweet, descrevendo a história do ator como verdadeira. Confira:
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas respondeu o comentário da diretora: “Ava & David, nós estamos ouvindo vocês. Inaceitável. Somos comprometidos com o progresso“.
“Selma” acabou apenas vencendo o prêmio de Melhor Canção Original, pela música “Glory”, dos artistas John Legend e Common. Os comentários e revelações surgem em um contexto complicado para os EUA, com manifestações eclodindo por todo o país após o assassinato do afro-americano George Floyd, por um policial branco. O movimento #BlackLivesMatter (“Vidas negras importam“) é fruto disso.
Com a eclosão de diversas manifestações antirracistas pelos EUA e até mesmo com ecos em outros países, como o Brasil, diversas empresas de cinema e televisão divulgaram notas de solidariedade em suas redes sociais. A lista inclui Netflix, Amazon Prime Video, o Oscar e a Marvel Studios.
Além disso, diversas pessoas públicas e atores também se uniram a luta, seja por apoio virtual ou até mesmo indo nas manifestações juntamente com a população. Recentemente, os protestos em Washington escalaram bastante e o presidente Donald Trump teve que ser movido para um bunker.
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