Star Wars | Porque Luke Skywalker é a alma, o coração e o melhor personagem da saga
“Star Wars” é uma das franquias mais antigas do cinema Hollywoodiano e também uma das mais rentáveis, toda movida pela força de seus personagens. Eles são todos movidos por uma força inexplicável, cheios de paixões e momentos épicos para qualquer fã, sendo que vários lutam sobre o melhor personagem desse tão cultuado fenômeno.
A lábia de Han Solo é sempre lembrada, juntamente com a presença impactante de Darth Vader, que desde a primeira cena em “Uma Nova Esperança” (1977) marca seu lugar como um dos melhores vilões já criados. O próprio George Lucas já chegou a afirmar que a franquia trata particularmente da ascensão, queda e retorno de Anakin Skywalker, uma das muitas figuras emblemáticas daquele universo, preso ao seus trajes robóticos e a sua desilusão constante.
Para mim, Luke sempre foi a melhor coisa dessa franquia: a sua alma e o seu coração, quase inabaláveis e donos das maiores virtudes possíveis. Da cena em que ele observa os dois sóis de Tatooine até seu encontro com os espíritos da força ao final de “O Retorno de Jedi” (1983) (uma das cenas mais lindas já filmadas, embalada por uma trilha sonora de fazer qualquer marmanjo chorar).
Ao redor dos três filmes da trilogia clássica, ele é constantemente exposto às mais diversas tensões, sendo testado em todos os momentos possíveis e contando com revelações que abalariam qualquer grande herói. Luke sempre foi aquele sujeito inconformado com o destino, sempre buscando mais do que tinha, captando os outros com seu coração.
O treinamento com Yoda em “O Império Contra-Ataca” (1980) é também outro ponto alto de “Star Wars“, com frases e momentos que marcam qualquer fã. A construção do inevitável confronto com Vader, em que Luke tenta ao máximo não se levar pelo ódio, é uma das melhores coisas já escritas para a saga.
Ao final do Episódio VI, seu melhor momento na saga, ele faz o impossível: salva a alma de um homem completamente perdido, um pai que já estava distante do homem que outrora foi. A batalha final desse filme não é nem um pouco física, mas sim moral, quase até espiritual, com um filho que até o último momento enxerga o bem naquele que o gerou.
Indo para os videogames, a campanha Singleplayer de “Star Wars: Battlefront II” nos dá outra cena bem legal do jedi, em que ele auxilia um oficial do destruído Império, demonstrando toda essa empatia e superioridade moral. Um verdadeiro Mestre Jedi, arrisco até dizer, que se trata do maior mestre dessa franquia (tanto em sabedoria quanto em habilidade com o sabre).
Luke é a verdadeira essência do bem, nele estão concentrados todas as qualidades de um guerreiro e um dos melhores exemplos que uma criança pode ter. Porque afinal, ainda se trata de um produto infantil, destinado ao ensinamento daquilo que nos faz mais humanos: a empatia.
“Star Wars“, no final das contas, lida com as nossas duas emoções primordiais: ódio e amor, tão próximos, mas ainda tão distantes. Por isso as batalhas da trilogia clássica são as melhores, ainda que limitadas pelos efeitos da época. Elas são lutas emocionais, carregadas de simbolismos e frases poderosas. No caso de Luke, isso é verdade em todas as vezes que ele empunha o sabe de luz, como um bastião da liberdade e do sentimento alheio. Ele conhece e sente o seu oponente.
Agora, se aproximando da trilogia mais recente (recheada de erros), eu gosto do caminho de Luke, perdendo todas essas virtudes e adentrando uma posição mais cinza, desacreditado e muito semelhante ao seu pai. Ele salvou a galáxia, mas não pode escapar de seus próprios sentimentos e dúvidas. Até na vida real, por mais poderoso e confiante que alguém seja, os momentos de queda e dúvida ainda chegam com tudo em alguns momentos.
Por isso gosto tanto de “Os Últimos Jedi” (2017), entregando um Luke diferente de tudo que já tínhamos visto e subvertendo alguns elementos narrativos da trilogia clássica. Não agradou muitos, claro, mas me pareceu coerente com um personagem tão humano. Essa é justamente sua força: a humanidade de um herói que pode ser moldado de acordo com as comodidades e desejos do tempo, sempre propício à mudanças (afinal nada dura para sempre, seja na vida ou na ficção).
Mesmo com seus altos e baixos, com seus momentos lá não tão bons, Luke parece quase uma representação da franquia “Star Wars“, sempre guiados pelo coração. Uma franquia que, apesar de tudo, ainda se mantém forte como nunca, mesmo que tenha se distanciado de seu principal personagem.
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